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O Romantismo da primeira metade do século XIX inverteu, contudo, o preconceito em relação à Idade Média. O ponto de partida foi a questão da identidade nacional, que ganhara forte significado com a Revolução Francesa. As conquistas de Napoleão tinham alimentado o fenômeno, pois a pretensão do imperador francês de reunir a Europa sob uma única direção despertou em cada região dominada ou ameaçada uma valorização de suas especificidades, de sua história.
(Hilário Franco Junior, A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001. Adaptado)
De acordo com o autor, a nostalgia romântica pela Idade Média fazia com que ela fosse considerada
Li muitas vezes, narrei frequentemente, relatos de guerras e de batalhas. Conhecia eu verdadeiramente, no sentido pleno do verbo conhecer, conhecia por dentro, antes de ter eu mesmo experimentado a atroz náusea, o que são, para um exército, o cerco, para um povo, a derrota? Na verdade, conscientemente ou não, é sempre a nossas experiências cotidianas que, para nuançá- -las onde se deve, atribuímos matizes novos, em última análise os elementos, que nos servem para reconstituir o passado.
(Marc Bloch, Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. Adaptado)
Para Marc Bloch, é fundamental que os historiadores
Não há menos beleza numa equação exata do que numa frase correta. Mas cada ciência tem sua estética que lhe é própria. Os fatos humanos são, por essência, fenômenos muito delicados, entre os quais muitos escapam à medida matemática. Para bem traduzi-los, portanto para bem penetrá-los, uma grande finesse, uma cor correta no tom verbal, são necessárias.
(Marc Bloch, Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. Adaptado)
No trecho, Marc Bloch sugere
Robespierristas, anti-robespierristas, nós vos imploramos: por piedade, dizei-nos simplesmente quem foi Robespierre.
(Marc Bloch, Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. Adaptado)
O apelo de Marc Bloch enfatiza a importância do esforço do historiador de
O processo de independência da Namíbia também pode ser considerado um exemplo clássico de intolerância e racismo. Pouco depois da Primeira Guerra Mundial, em 1920, o sudoeste africano alemão foi delegado à tutela internacional pela Sociedade das Nações para a jurisdição nacional, sob mandato da União Sul-Africana. Em 1925, foi proclamado “quinta província” da União e assimilado ao regime do apartheid. Essa mudança acarretou o confisco de terras do chefe tradicional superior dos hereros para entregá-las a colonos brancos.
(Leila Leite Hernandez, África na sala de aula: visita à História Contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. Adaptado)
O trecho evidencia
Não são necessárias extensas leituras sobre o país para compreender duas de suas particularidades: a longa duração do seu império ultramarino, com a questão das colônias presente em todos os regimes, movimentos e resoluções políticas fundamentais; e o fato de o país ter um imaginário baseado em mitos estruturais permanentes, contidos nas diferentes variantes conjunturais do nacionalismo. Quanto à primeira característica, basta lembrar que o ultramar se formou desde o século XV e esteve presente até a metade do século XX, abrangendo, portanto, o “velho” e o “novo” imperialismo.
(Leila Leite Hernandez, África na sala de aula: visita à História Contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. Adaptado)
O trecho trata
O movimento tenentista ficou assim conhecido porque teve como suas principais figuras oficiais de nível intermediário do Exército – tenentes em primeiro lugar e capitães. Apesar de suas queixas, o alto comando militar manteve-se alheio a uma ruptura pelas armas. Há uma história do tenentismo antes e depois de 1930. Os dois períodos dividem-se por uma diferença essencial.
(Boris Fausto, História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015. Adaptado)
A diferença a que o autor se refere se deve ao fato de que, antes de 1930, o tenentismo foi um movimento de
O Contestado era uma região limítrofe entre o Paraná e Santa Catarina, cuja posse vinha sendo reivindicada por ambos os Estados. Havia, pois, uma contestação sobre a área. O movimento social aí surgido em 1911, porém, não tinha por objeto essa disputa. Nasceu reunindo seguidores de um “coronel” tido como amigo dos pobres e pessoas de diversas origens, atingidas pelas mudanças que vinham ocorrendo na área.
(Boris Fausto, História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015. Adaptado)
As mudanças indicadas pelo trecho estiveram associadas à
Recentemente, historiadores, entre os quais se destacam João Fragoso e Manolo Florentino, enfatizaram a importância da acumulação de capitais, por parte de um reduzido, mas poderoso grupo, cuja base de atuação era o Rio de Janeiro, embora não se limitasse a ele. Desde a primeira metade do século XVIII, constatamos um processo de acumulação urbana propiciado, em boa medida, por capitais investidos no tráfico de escravos.
(Boris Fausto, História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015. Adaptado)
A perspectiva destacada no trecho complexifica uma visão consagrada da historiografia sobre o período colonial, reconhecida por enfatizar
O capitalismo do pós-guerra foi inquestionavelmente um sistema reformado a ponto de ficar irreconhecível. Essencialmente, foi uma espécie de casamento entre liberalismo econômico e democracia social (ou, em termos americanos, política do New Deal rooseveltiano), com substanciais empréstimos da URSS, que fora pioneira na ideia do planejamento econômico.
(Eric J. Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Adaptado)
A reação contra esse casamento nas décadas de 1970 e 1980 pelos defensores do livre mercado esteve relacionada ao fato de que
O projeto que saiu da Constituinte de 1823 levou o nome de Mandioca, por conta do critério censitário estabelecido para o direito de voto. Só poderiam ser eleitores ou candidatos a deputado aqueles que tivessem renda anual equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca.
(Lilia Moritz Schwarz; Heloisa Murgel Starling, Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado)
Segundo a obra citada, tal critério mostrava
Nem tudo aconteceu como Tancredo queria, mas ele calculou corretamente que tinha mais chance de ganhar que de perder. Conseguiu fechar um acordo que parecia impossível com a base parlamentar governista e criou a dissidência de onde tiraria os votos necessários para vencer no colégio eleitoral. Tancredo também não descuidou dos quartéis.
(Lilia Moritz Schwarz; Heloisa Murgel Starling, Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado)
Em relação aos militares, Tancredo anunciou que
A revolta de 1710 faz parte de um conjunto de eventos – de ruptura da ordem colonial e movimentação contra a autoridade régia – que a historiografia do século XIX designou como Guerra dos Mascates. Seu ponto de partida materializou a reação da elite açucareira pernambucana, representada por Olinda, diante da pressão dos comerciantes do Recife, que eram pejorativamente apelidados de “mascates”, para a criação de uma Câmara Municipal independente.
(Lilia Moritz Schwarz; Heloisa Murgel Starling, Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado)
A revolta citada no trecho foi, na América Portuguesa, a primeira a
Ao mesmo tempo que alarga o território colonial, tal atividade traz mudanças profundas na sociedade luso- -brasílica. A produção avoluma a oferta alimentar nas fazendas e nos engenhos do litoral, facilitando a concentração do trabalho escravo na agricultura de exportação. A atividade dá origem a relações de produção que se apartam do escravismo. A tênue presença do capital mercantil, a natureza do processo produtivo e a ausência de controle direto do proprietário reduziam o impacto do sistema escravista, ainda que a presença de escravos negros possa ter sido importante nas fazendas.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Adaptado)
O trecho trata
Pretendi esboçar as fronteiras e as etapas históricas que constituíram um espaço transcontinental, luso- -brasileiro e luso-africano que se assemelha a um atol do Pacífico. Na maior parte do tempo, a cadeia de montanhas unindo as ilhas fica submersa, invisível. Só quando um terremoto faz tremer o fundo do mar e se levantam tempestades é que o grande anel do atol surge no horizonte. Há, de fato, dois terremotos que expõem o arco transcontinental da zona econômica formada pelo Brasil e por Angola.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Adaptado)
Um dos terremotos a que o autor se refere esteve associado à
É no espaço mais amplo do Atlântico Sul que a história da América portuguesa e a gênese do Império do Brasil tomam toda a sua dimensão. A continuidade da história colonial não se confunde com a continuidade do território da Colônia. Na verdade, os condicionantes atlânticos, africanos – distintos dos vínculos europeus –, só desaparecem do horizonte do país após o término do tráfico negreiro e a ruptura da matriz espacial colonial. Tais condicionantes marcam a originalidade da formação histórica brasileira.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Adaptado)
Na perspectiva do autor, entre os acontecimentos a seguir, o mais marcante na história da sociedade brasileira seria
É flagrante o anacronismo do procedimento que consiste em transpor o espaço nacional contemporâneo aos mapas coloniais para tirar conclusões sobre a Terra de Santa Cruz. Terra que não era toda uma só.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Adaptado)
De acordo com o autor, tal anacronismo se deve ao fato de que
Leia o trecho sobre um podcast para responder à questão:
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