Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
Foram encontradas 105.447 questões
Ano: 2024
Banca:
Instituto Acesso
Órgão:
Câmara de Manaus - AM
Prova:
Instituto Acesso - 2024 - Câmara de Manaus - AM - Pedagogo |
Q3143994
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
13º salário surgiu de greve geral após vitória do
Brasil na Copa de 1962
Em 1962, o Brasil conquistou o bicampeonato na Copa
do Mundo. Mas pouca gente conhece a história de uma
outra conquista daquele ano: a do 13º salário, benefício
garantido em lei sancionada pelo presidente João
Goulart em 13 de julho de 1962.
"O 13º salário é um caso de reivindicação surgida no
chão da fábrica, legitimada nas relações costumeiras
entre patrões e empregados em algumas firmas,
transformada em lei às custas de greves, demissões,
abaixo assinados, prisões e cuja memória é depois
ofuscada pelo brilho da lei que supõe-se, como toda lei,
ter sido iniciativa de algum presidente, deputado ou
senador", escreve o historiador Murilo Leal Pereira Neto.
Tudo aconteceu sob protestos dos empresários e do
mercado financeiro da época, conforme registrou o jornal
O Globo que, no dia 26 de abril de 1962, estampou na
sua manchete: "Considerado desastroso para o País um
13º mês de salário".
O desastre não veio e hoje milhões são beneficiados
com o rendimento adicional, segundo o Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos).
A gratificação de Natal é uma tradição originada em
países de maioria cristã, onde alguns patrões tinham o
costume de presentear seus funcionários com cestas de
alimentos na época das festas de fim de ano.
Essa doação, antes voluntária, tornou-se obrigatória na
Itália em 1937, durante o regime fascista de Benito
Mussolini, quando o acordo coletivo de trabalho nacional
passou a prever um mês adicional de salário para os
empregados das fábricas.
Em 1946, o benefício seria estendido às demais
categorias de trabalhadores italianos, sendo consolidado
através de decreto presidencial em 1960.
No Brasil, os primeiros registros de greves e demandas
pelo abono de Natal são de 1921, na Companhia
Paulista de Aniagem e na indústria Mariângela, ambas
empresas do setor têxtil.
Sob inspiração da Carta del Lavoro de 1927 da Itália
fascista, o Brasil aprovaria em 1943 sua Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), mas ela não constava o 13º
salário.
Naquele mesmo ano, no entanto, o abono de Natal foi
conquistado pelos trabalhadores da fabricante de pneus
Pirelli, levando a uma greve geral no ano seguinte em
Santo André (SP) pelo pagamento do benefício.
"Na onda de greves que se alastrou de dezembro de
1945 a março de 1946, a luta pelo prêmio de final de ano
era a principal reivindicação na sua maioria, envolvendo
categorias como ferroviários da Sorocabana,
trabalhadores da Light, tecelões, metalúrgicos, gráficos e
químicos em São Paulo", lembra Pereira Neto, em sua
tese de doutorado.
Após tantas lutas e greves pelo país ao longo dos anos,
a Constituição de 1988 garantiu o 13º salário a todos os
trabalhadores urbanos e rurais, direito formalmente
estendido aos servidores públicos por meio da Emenda
Constitucional 19 naquele mesmo ano.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2ln4p18r2ro.adaptado.
As funções da linguagem correspondem às maneiras
como a linguagem é usada de acordo com a intenção do
emissor.
No texto base intitulado '13º salário surgiu de greve geral após vitória do Brasil na Copa de 1962' predomina qual função da linguagem?
No texto base intitulado '13º salário surgiu de greve geral após vitória do Brasil na Copa de 1962' predomina qual função da linguagem?
Ano: 2024
Banca:
Instituto Acesso
Órgão:
Câmara de Manaus - AM
Prova:
Instituto Acesso - 2024 - Câmara de Manaus - AM - Pedagogo |
Q3143989
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
13º salário surgiu de greve geral após vitória do
Brasil na Copa de 1962
Em 1962, o Brasil conquistou o bicampeonato na Copa
do Mundo. Mas pouca gente conhece a história de uma
outra conquista daquele ano: a do 13º salário, benefício
garantido em lei sancionada pelo presidente João
Goulart em 13 de julho de 1962.
"O 13º salário é um caso de reivindicação surgida no
chão da fábrica, legitimada nas relações costumeiras
entre patrões e empregados em algumas firmas,
transformada em lei às custas de greves, demissões,
abaixo assinados, prisões e cuja memória é depois
ofuscada pelo brilho da lei que supõe-se, como toda lei,
ter sido iniciativa de algum presidente, deputado ou
senador", escreve o historiador Murilo Leal Pereira Neto.
Tudo aconteceu sob protestos dos empresários e do
mercado financeiro da época, conforme registrou o jornal
O Globo que, no dia 26 de abril de 1962, estampou na
sua manchete: "Considerado desastroso para o País um
13º mês de salário".
O desastre não veio e hoje milhões são beneficiados
com o rendimento adicional, segundo o Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos).
A gratificação de Natal é uma tradição originada em
países de maioria cristã, onde alguns patrões tinham o
costume de presentear seus funcionários com cestas de
alimentos na época das festas de fim de ano.
Essa doação, antes voluntária, tornou-se obrigatória na
Itália em 1937, durante o regime fascista de Benito
Mussolini, quando o acordo coletivo de trabalho nacional
passou a prever um mês adicional de salário para os
empregados das fábricas.
Em 1946, o benefício seria estendido às demais
categorias de trabalhadores italianos, sendo consolidado
através de decreto presidencial em 1960.
No Brasil, os primeiros registros de greves e demandas
pelo abono de Natal são de 1921, na Companhia
Paulista de Aniagem e na indústria Mariângela, ambas
empresas do setor têxtil.
Sob inspiração da Carta del Lavoro de 1927 da Itália
fascista, o Brasil aprovaria em 1943 sua Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), mas ela não constava o 13º
salário.
Naquele mesmo ano, no entanto, o abono de Natal foi
conquistado pelos trabalhadores da fabricante de pneus
Pirelli, levando a uma greve geral no ano seguinte em
Santo André (SP) pelo pagamento do benefício.
"Na onda de greves que se alastrou de dezembro de
1945 a março de 1946, a luta pelo prêmio de final de ano
era a principal reivindicação na sua maioria, envolvendo
categorias como ferroviários da Sorocabana,
trabalhadores da Light, tecelões, metalúrgicos, gráficos e
químicos em São Paulo", lembra Pereira Neto, em sua
tese de doutorado.
Após tantas lutas e greves pelo país ao longo dos anos,
a Constituição de 1988 garantiu o 13º salário a todos os
trabalhadores urbanos e rurais, direito formalmente
estendido aos servidores públicos por meio da Emenda
Constitucional 19 naquele mesmo ano.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2ln4p18r2ro.adaptado.
O benefício do 13º salário foi um acontecimento histórico
envolvendo empresários, trabalhadores e o mercado
financeiro.
Sobre o processo histórico que levou à formalização do 13º salário, assinale a opção correta.
Sobre o processo histórico que levou à formalização do 13º salário, assinale a opção correta.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Acesso
Órgão:
Câmara de Manaus - AM
Prova:
Instituto Acesso - 2024 - Câmara de Manaus - AM - Pedagogo |
Q3143988
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
13º salário surgiu de greve geral após vitória do
Brasil na Copa de 1962
Em 1962, o Brasil conquistou o bicampeonato na Copa
do Mundo. Mas pouca gente conhece a história de uma
outra conquista daquele ano: a do 13º salário, benefício
garantido em lei sancionada pelo presidente João
Goulart em 13 de julho de 1962.
"O 13º salário é um caso de reivindicação surgida no
chão da fábrica, legitimada nas relações costumeiras
entre patrões e empregados em algumas firmas,
transformada em lei às custas de greves, demissões,
abaixo assinados, prisões e cuja memória é depois
ofuscada pelo brilho da lei que supõe-se, como toda lei,
ter sido iniciativa de algum presidente, deputado ou
senador", escreve o historiador Murilo Leal Pereira Neto.
Tudo aconteceu sob protestos dos empresários e do
mercado financeiro da época, conforme registrou o jornal
O Globo que, no dia 26 de abril de 1962, estampou na
sua manchete: "Considerado desastroso para o País um
13º mês de salário".
O desastre não veio e hoje milhões são beneficiados
com o rendimento adicional, segundo o Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos).
A gratificação de Natal é uma tradição originada em
países de maioria cristã, onde alguns patrões tinham o
costume de presentear seus funcionários com cestas de
alimentos na época das festas de fim de ano.
Essa doação, antes voluntária, tornou-se obrigatória na
Itália em 1937, durante o regime fascista de Benito
Mussolini, quando o acordo coletivo de trabalho nacional
passou a prever um mês adicional de salário para os
empregados das fábricas.
Em 1946, o benefício seria estendido às demais
categorias de trabalhadores italianos, sendo consolidado
através de decreto presidencial em 1960.
No Brasil, os primeiros registros de greves e demandas
pelo abono de Natal são de 1921, na Companhia
Paulista de Aniagem e na indústria Mariângela, ambas
empresas do setor têxtil.
Sob inspiração da Carta del Lavoro de 1927 da Itália
fascista, o Brasil aprovaria em 1943 sua Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), mas ela não constava o 13º
salário.
Naquele mesmo ano, no entanto, o abono de Natal foi
conquistado pelos trabalhadores da fabricante de pneus
Pirelli, levando a uma greve geral no ano seguinte em
Santo André (SP) pelo pagamento do benefício.
"Na onda de greves que se alastrou de dezembro de
1945 a março de 1946, a luta pelo prêmio de final de ano
era a principal reivindicação na sua maioria, envolvendo
categorias como ferroviários da Sorocabana,
trabalhadores da Light, tecelões, metalúrgicos, gráficos e
químicos em São Paulo", lembra Pereira Neto, em sua
tese de doutorado.
Após tantas lutas e greves pelo país ao longo dos anos,
a Constituição de 1988 garantiu o 13º salário a todos os
trabalhadores urbanos e rurais, direito formalmente
estendido aos servidores públicos por meio da Emenda
Constitucional 19 naquele mesmo ano.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2ln4p18r2ro.adaptado.
Na onda de greves que se alastrou de dezembro de
1945 a março de 1946, a luta pelo prêmio de final de ano
era a principal reivindicação na 'sua' maioria.
Nesta frase, o pronome destacado substitui o vocábulo:
Nesta frase, o pronome destacado substitui o vocábulo:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de História |
Q3143811
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
A partir da leitura do texto, analise as proposições que
seguem e marque V, para as verdadeiras, e F, para as
falsas.
(__)Em "Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.", pode-se inferir que inúmeras pessoas compreendem que a atuação do jogador de futebol dá-se dentro e fora de campo, indo além do sujeito atleta, ou seja, ele é também um sujeito cidadão.
(__)A expressão "Talvez aí resida o problema" introduz uma ideia nova ao texto, a de que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo em comparação à Espanha, portanto, o fato de Vini Jr. ser brasileiro faz com ele sofra mais racismo jogando na Europa.
(__)Apesar de as discussões a respeito do racismo no Brasil ainda serem lentas e insuficientes, com avanços nas conquistas e políticas públicas sob constantes ameaças, pode-se entender que estamos à frente de outras nações, incluindo as europeias. Aqui, a discussão sobre racismo incomoda, mas persistimos. Lá, o incômodo é maior do que a necessidade e a importância de discuti-lo e combatê-lo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
(__)Em "Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.", pode-se inferir que inúmeras pessoas compreendem que a atuação do jogador de futebol dá-se dentro e fora de campo, indo além do sujeito atleta, ou seja, ele é também um sujeito cidadão.
(__)A expressão "Talvez aí resida o problema" introduz uma ideia nova ao texto, a de que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo em comparação à Espanha, portanto, o fato de Vini Jr. ser brasileiro faz com ele sofra mais racismo jogando na Europa.
(__)Apesar de as discussões a respeito do racismo no Brasil ainda serem lentas e insuficientes, com avanços nas conquistas e políticas públicas sob constantes ameaças, pode-se entender que estamos à frente de outras nações, incluindo as europeias. Aqui, a discussão sobre racismo incomoda, mas persistimos. Lá, o incômodo é maior do que a necessidade e a importância de discuti-lo e combatê-lo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de História |
Q3143810
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
Analise as assertivas que tratam das várias concepções racistas abordadas no artigo:
I.Para muitas pessoas, se o negro quer ser aceito na sociedade, ele precisa ficar quieto e não ficar denunciando atos racistas todo tempo. Sua existência enquanto pessoa negra já é suficiente para confrontar a sociedade.
II.Vini Jr. é o único responsável por ter perdido a Bola de Ouro, afinal, ele deve se preocupar com jogar futebol e não com denunciar atos racistas ocorridos no campo de futebol. Ele deve ignorar o que ouve e vê, seja dos torcedores, seja de outros atletas e arbitragem.
III.Vini Jr. perdeu a Bola de Ouro porque seus atos são reprováveis. Ainda que seja um excelente atleta, ele precisa aprender outros valores e amadurecer.
IV.Para o racismo existir, é preciso que, quem o sofre, dê atenção ao fato. Nesse sentido, quando Yamal ignora os gritos e provocações da arquibancada e diz "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol", ele rompeu com a lógica racista. Isso é muito mais efetivo do que o caminho escolhido por Vini Jr.
De acordo com o texto, são concepções racistas o que se afirma em:
I.Para muitas pessoas, se o negro quer ser aceito na sociedade, ele precisa ficar quieto e não ficar denunciando atos racistas todo tempo. Sua existência enquanto pessoa negra já é suficiente para confrontar a sociedade.
II.Vini Jr. é o único responsável por ter perdido a Bola de Ouro, afinal, ele deve se preocupar com jogar futebol e não com denunciar atos racistas ocorridos no campo de futebol. Ele deve ignorar o que ouve e vê, seja dos torcedores, seja de outros atletas e arbitragem.
III.Vini Jr. perdeu a Bola de Ouro porque seus atos são reprováveis. Ainda que seja um excelente atleta, ele precisa aprender outros valores e amadurecer.
IV.Para o racismo existir, é preciso que, quem o sofre, dê atenção ao fato. Nesse sentido, quando Yamal ignora os gritos e provocações da arquibancada e diz "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol", ele rompeu com a lógica racista. Isso é muito mais efetivo do que o caminho escolhido por Vini Jr.
De acordo com o texto, são concepções racistas o que se afirma em:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de História |
Q3143809
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
Em "Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista", a
expressão cof cof:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de História |
Q3143807
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
A respeito do texto, analise as proposições que seguem:
I.No subtítulo, a palavra país refere-se à Espanha apenas, que resiste em discutir o racismo, enquanto, no Brasil, essa discussão ocupa lugar na sociedade há mais tempo.
II.Apesar do excelente futebol de Vini Jr., o fato de ele colocar em questão o racismo dos torcedores, por exemplo, denunciando gestos e palavras durante as partidas, faz com ele seja mais odiado do que o próprio racismo.
III.O primeiro parágrafo propõe que Vini Jr. não foi eleito o melhor jogador do mundo, no prêmio Bola de Ouro, porque, em qualquer eleição, a regra é escolher quem não se quer eleito e, então, deixar ganhar quem for menos rejeitado, independente de quem seja.
É correto o que se afirma em:
I.No subtítulo, a palavra país refere-se à Espanha apenas, que resiste em discutir o racismo, enquanto, no Brasil, essa discussão ocupa lugar na sociedade há mais tempo.
II.Apesar do excelente futebol de Vini Jr., o fato de ele colocar em questão o racismo dos torcedores, por exemplo, denunciando gestos e palavras durante as partidas, faz com ele seja mais odiado do que o próprio racismo.
III.O primeiro parágrafo propõe que Vini Jr. não foi eleito o melhor jogador do mundo, no prêmio Bola de Ouro, porque, em qualquer eleição, a regra é escolher quem não se quer eleito e, então, deixar ganhar quem for menos rejeitado, independente de quem seja.
É correto o que se afirma em:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de Geografia |
Q3143726
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe. Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
Marcando V, para as verdadeiras, e F, para as falsas, analise o que se propõe.
Na expressão "'Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha'", pode-se inferir que:
(__)Existe uma preocupação um tanto quanto bizarra de defender a reputação do país antes de tudo. Primeiro, protege-se a Espanha. Depois, como um problema menor, vem o racismo.
(__)O autor da expressão assumiu que, na Espanha, há racistas, mas isso não a faz um país racista porque a nação não consegue controlar o modo de pensar do povo.
(__)Quando Vini aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, ele causa à Espanha um enorme incômodo porque ele traz à tona uma situação que não é a realidade do país, afinal, a Espanha não é racista.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Na expressão "'Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha'", pode-se inferir que:
(__)Existe uma preocupação um tanto quanto bizarra de defender a reputação do país antes de tudo. Primeiro, protege-se a Espanha. Depois, como um problema menor, vem o racismo.
(__)O autor da expressão assumiu que, na Espanha, há racistas, mas isso não a faz um país racista porque a nação não consegue controlar o modo de pensar do povo.
(__)Quando Vini aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, ele causa à Espanha um enorme incômodo porque ele traz à tona uma situação que não é a realidade do país, afinal, a Espanha não é racista.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de Geografia |
Q3143725
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa escolher alguém para vencer uma eleição, não é incomum se basear antes em quem você não quer que ganhe para depois escolher quem você quer ver vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...]. Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas décadas, fomos forçados a ter essa discussão que evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é incômoda demais para ser tão colocada em pauta como Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol, mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta à outra, bem mais comum, representada na fala de Josep Pedrerol, apresentador do programa El Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca, presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A "provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar, exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores". "Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4 a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e provocações da arquibancada contra Yamal (jogador negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o assunto.