Questões de Concurso Para if-mg

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Q1020356 Administração Pública

Os mecanismos horizontais de controle, também conhecidos por “accountability horizontal”, se dividem em duas formas de controle, o interno e o externo, e se subdividem em quatro tipos.


Considerando apenas os mecanismos de controle formais e institucionalizados de atuação, os tipos em que a accountability horizontal se subdividem são, EXCETO:

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Q1020355 Noções de Informática

Sobre os recursos do Microsoft Word 2013 em sua instalação básica (versão em português), analise os itens abaixo:


I - Ao pressionar simultaneamente as teclas CTRL + ENTER no teclado o cursor é movido uma linha para baixo, criando uma quebra de texto automática na mesma folha do documento.

II - Caso o usuário queira gravar uma Macro, antes deverá ativar a guia Desenvolvedor seguindo os passos: menu Arquivo → Opções → Personalizar Faixa de Opções e, em seguida, ativar a caixa de seleção “Desenvolvedor” no campo “Guias Principais”.

III - Para trabalhar com elementos gráficos, como diagramas e organogramas, a ferramenta disponibilizada pelo Microsoft Word 2013 é acessada pelo botão de comando SmartArt (situado na guia “Inserir”, grupo “Suplementos”).

IV - Para criar o “Sumário Automático 1”, pré-definido pelo Microsoft Word 2103, é necessário que antes se aplique os estilos de títulos de 1 a 3 no texto.


É correto o que se afirma em:

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Q1020354 Noções de Informática

Imagem associada para resolução da questão


A Figura mostra o recorte de uma planilha elaborada no Microsoft Excel 2013, na sua instalação padrão em português, contendo uma tabela com os nomes e as notas de um grupo de 10 alunos em uma prova. Abaixo destes dados são calculadas a média das notas da turma (célula B12) e a quantidade de alunos que tiveram nota igual ou superior à esta média (célula B13).


Assinale a alternativa que contém a resposta correta para a construção das fórmulas das células B12 e B13, respectivamente.

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Q1020353 Noções de Informática

O Google fornece uma série de ferramentas gratuitas em seu ambiente na Internet tanto para uso pessoal quanto para uso profissional, sendo a página de buscas e o e-mail as mais conhecidas. A partir de um cadastro único o usuário pode ter acesso a diversos recursos que vão desde um editor de texto até um repositório para armazenamento de arquivos, democratizando o acesso por pessoas e organizações que não podem adquirir licenças de softwares proprietários.


Em relação às ferramentas disponibilizadas pelo Google, é correto afirmar que:

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Q1020352 Noções de Informática

A Internet transformou a forma como as pessoas acessam informações e se comunicam, reduzindo distâncias e ampliando a interação virtual entre pessoas e empresas. É possível afirmar que praticamente todas as áreas de conhecimento sofreram impactos da utilização maciça de ferramentas baseadas na Internet, sendo alguns positivos e outros extremamente negativos. Neste contexto, o fragmento adaptado de texto a seguir relata resumidamente uma ocorrência envolvendo ataque de hackers no Brasil.

Um ataque de hackers afetou o sistema do Hospital do Câncer de Barretos/SP e prejudicou a realização de ao menos 350 exames. Os hackers pediam o pagamento de resgate de US$300 por computador a serem pagos com a moeda digital Bitcoin. Com a invasão os funcionários passaram a trabalhar em formulários manuais, o que deixou o serviço mais lento.

Hackers invadem sistema do Hospital do Câncer de Barretos e pedem resgate

Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/06/1896638-hackers-invadem-sistemado-hospital-de-cancer-de-barretos-e-pedem-resgate.shtml> Acesso em: 06 jun. 2019.


Considerando as questões de segurança relacionadas com a Internet e com o uso de recursos tecnológicos, é correto afirmar que:

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Q1020351 Legislação Federal
As Pró-Reitorias do IFMG são dirigidas por Pró-Reitores nomeados pelo Reitor, sendo órgãos executivos que planejam, superintendem, coordenam, fomentam e acompanham as atividades institucionais. Sobre cada uma das Pró-Reitorias, marque a alternativa correta.
Alternativas
Q1020350 Ética na Administração Pública

Sobre as regras deontológicas previstas no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, Decreto nº 1.1171/1994, considere as seguintes assertivas:


I – A moralidade na Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

II – Apesar de ainda passíveis de reprovação social, os fatos e os atos verificados na condução da vida privada do servidor não poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional, uma vez que a função pública é um exercício profissional e não se integra na vida particular de cada servidor público.

III – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço não caracteriza atitude contra a ética, mas sim grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

IV – Toda pessoa tem o direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilaram até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

V – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constituiu requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.


Marque a alternativa que melhor responda a questão:

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Q1020349 Direito Administrativo
São requisitos básicos para investidura em cargo público de acordo com o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais – Lei nº 8.112/1990, exceto:
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Q1020348 Direito Administrativo

Analise as afirmativas a seguir.


I - Ao servidor é proibido retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição.

II - Ao servidor é proibido apor fé a documentos públicos.

III - Ao servidor é proibido promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

IV - Ao servidor é proibido manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o quarto grau civil inclusive.

V - Ao servidor é proibido participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, inclusive na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.


No tocante as proibições previstas na Lei nº 8.112/90, está correto o que se afirma em:

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Q1020347 Direito Administrativo
A respeito dos prazos fixados na Lei nº 9.784/1999, assinale a alternativa incorreta.
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Q1020346 Direito Constitucional
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas as autarquias e fundações é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Sobre o tema, na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, marque a alternativa incorreta:
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Q1020345 Direito Administrativo
Analise cada um dos itens sobre os princípios basilares que regem a administração pública e marque a alternativa incorreta.
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Q1020344 Legislação Federal

No tocante à forma de ingresso no cargo e desenvolvimento na carreira prevista pela Lei nº 11.091/2005, analise as alternativas a seguir:


I - O desenvolvimento do servidor na carreira dar-se-á, exclusivamente, pela mudança de nível de capacitação e de padrão de vencimento mediante, respectivamente, Progressão por Capacitação Profissional ou Progressão por Mérito Profissional.

II - O ingresso nos cargos do Plano de Carreira far-se-á no padrão inicial do primeiro nível de capacitação do respectivo nível de classificação, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo se o servidor possuir formação superior ao exigido no edital, o que possibilitará o ingresso no padrão de acordo com a escolaridade e experiência estabelecidas na lei acima referenciada.

III - O concurso para provimento da Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação poderá ser realizado por áreas de especialização, organizado exclusivamente em uma única fase.

IV - A mudança de nível de capacitação e de padrão de vencimento não acarretará mudança de nível de classificação.

V - Progressão por Capacitação Profissional é a mudança de nível de capacitação, no mesmo cargo e nível de classificação, decorrente da obtenção pelo servidor de certificação em programa de capacitação, compatível com o cargo ocupado, o ambiente organizacional e a carga horária mínima exigida, respeitado o interstício de 60 (sessenta) meses.


Estão incorretas as afirmativas:

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Q1020343 Português

                                    PAI CONTRA MÃE


A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dous para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dous pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com freqüência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói.

(ASSIS, Machado de. “Pae contra mãe”. In: Relíquias de Casa Velha. Rio de Janeiro, H. Garnier Livreiro Editor, 1906, texto adaptado. Fragmento.)

Observe a frase a seguir: “A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais”. Assinale a opção em que a frase anterior foi reescrita COM prejuízo do seu sentido original:
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Q1020342 Português

                                    PAI CONTRA MÃE


A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dous para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dous pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com freqüência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói.

(ASSIS, Machado de. “Pae contra mãe”. In: Relíquias de Casa Velha. Rio de Janeiro, H. Garnier Livreiro Editor, 1906, texto adaptado. Fragmento.)

O Texto 1, fragmento de um conto de Machado de Assis (1839-908), contextualiza alguns dos castigos sofridos pelos escravos brasileiros. Com relação às mudanças sociais que ocorreram com o fim escravidão, sobretudo em relação aos aparelhos e ofícios utilizados para castigar os escravos, considere as afirmativas a seguir:


I- Com a máscara de folha-deflandres era possível retomar a sobriedade e a honestidade porque o furto era resultado, por vezes, do alcoolismo.

II- O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões e facilitava a captura do escravo, não só pelo peso natural, mas também pelo sinal de reincidência.

III- Mesmo com o fim da escravidão, alguns aparelhos e ofícios, como a máscara de folhadeflandres, permaneceram para que a ordem social e humana fosse alcançada.

IV- A máscara de folha-de-flandres, assim como o ferro ao pescoço ou ao pé, além de grotescos, eram aparelhos cruéis.


Estão corretas as afirmativas

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Q1020341 Português

O RACISMO DA ACADEMIA APAGOU A HISTÓRIA DE DANDARA E LUISA MAHIN


      A escravidão interrompeu a história da África e de seus descendentes, roubando séculos de produção intelectual em troca de trabalho forçado. O Brasil só aboliu a escravidão há menos de 131 anos e é natural ver alguns nomes de heróis afro-brasileiros sendo reconhecidos cada vez mais no Panteão da Pátria, um memorial cívico inaugurado em 1986 para homenagear personalidades brasileiras.

      No “Livro dos heróis e heroínas da pátria”, já constam nomes como Luís Gama, Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares e Heitor Villa-Lobos. Recentemente, o Senado aprovou a inclusão de duas lideranças negras: Dandara, líder quilombola que articulava as estratégias de Palmares ao lado do marido, Zumbi, e Luisa Mahin, considerada uma das maiores lideranças negras contra a escravidão na Bahia do século 19, mãe do abolicionista Luís Gama. Ambas são símbolos da luta feminina contra a escravidão.

      Assim como a maior parte dos personagens negros, o nome dessas duas guerreiras é envolto em polêmica. Historiadores desconectados da realidade negra questionam as fontes que comprovam a existência dessas mulheres porque só há relatos esparsos das suas vidas. Ambas acabaram alvos do desinteresse de historiadores da época, e ainda hoje existe uma dificuldade imensa em recuperar suas biografias por não haver um esforço em catalogar e analisar a tradição oral como fonte historiográfica. A maior parte da vida de Dandara, por exemplo, sobreviveu na forma de lendas, segundo a Fundação Palmares. Não há registros do local onde nasceu, tampouco da sua ascendência africana, tampouco sobraram evidências físicas sobre a Dandara após o ataque a Palmares.

     A mãe de Luís Gama é tratada da mesma maneira pela história. Não existem registros oficiais de suas participações nos levantes baianos. O primeiro documento que descreve Luisa é uma carta de seu filho Luís Gama. Segundo a historiadora Ligia Fonseca Ferreira, “a riqueza de detalhes e o testemunho pessoal atribuem veracidade à narração de Gama, ampliando as possibilidades de aceitação da personagem”. Luisa pertencia à nação nagô-jeje, originária do Golfo do Benin. Era do povo Mahin, daí seu sobrenome. Ela sempre negou o batismo e manteve suas tradições africanas acima das doutrinas cristãs. Sua casa teria sido o quartel general da Revolta dos Malês em 1835.

      A falta desses registros em papel, que nunca seriam obtidos de modo fácil ou que sequer existam, gera um questionamento que, a meu ver, é a face de um preconceito secular na historiografia, tema abordado por Joseph Ki-Zerbo, um dos mais respeitados historiadores africanos. Segundo Ki-Zerbo, os estereótipos raciais criadores de desprezo estão tão profundamente consolidados que corromperam inclusive os próprios conceitos da historiografia.

A inscrição dessas duas mulheres no Panteão da Pátria não é apenas um reconhecimento das figuras históricas, mas significa uma pequena ruptura na historiografia com viés colonial, um passo em direção à valorização da tradição negra brasileira como uma entidade histórica. Isso contribui para a construção e o fortalecimento da consciência étnica do povo afro-brasileiro. Sem isso, negros e indígenas seguirão à mercê da visão de quem os manteve cativos, exatamente como diz um famoso ditado africano: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça seguirão glorificando o caçador.”

SANTOS, Ale. 4 jun. 2019. Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-historia/. Acesso em: 20 jun. 2019. Adaptado.

Considere o fragmento a seguir: Recentemente, o Senado aprovou a inclusão de duas lideranças negras: Dandara, líder quilombola que articulava as estratégias de Palmares ao lado do marido, Zumbi, e Luisa Mahin, considerada uma das maiores lideranças negras contra a escravidão na Bahia do século 19, mãe do abolicionista Luís Gama.


Assinale a opção cujo trecho destacado tem a mesma função sintática do trecho em destaque no fragmento lido.

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Q1020340 Português

O RACISMO DA ACADEMIA APAGOU A HISTÓRIA DE DANDARA E LUISA MAHIN


      A escravidão interrompeu a história da África e de seus descendentes, roubando séculos de produção intelectual em troca de trabalho forçado. O Brasil só aboliu a escravidão há menos de 131 anos e é natural ver alguns nomes de heróis afro-brasileiros sendo reconhecidos cada vez mais no Panteão da Pátria, um memorial cívico inaugurado em 1986 para homenagear personalidades brasileiras.

      No “Livro dos heróis e heroínas da pátria”, já constam nomes como Luís Gama, Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares e Heitor Villa-Lobos. Recentemente, o Senado aprovou a inclusão de duas lideranças negras: Dandara, líder quilombola que articulava as estratégias de Palmares ao lado do marido, Zumbi, e Luisa Mahin, considerada uma das maiores lideranças negras contra a escravidão na Bahia do século 19, mãe do abolicionista Luís Gama. Ambas são símbolos da luta feminina contra a escravidão.

      Assim como a maior parte dos personagens negros, o nome dessas duas guerreiras é envolto em polêmica. Historiadores desconectados da realidade negra questionam as fontes que comprovam a existência dessas mulheres porque só há relatos esparsos das suas vidas. Ambas acabaram alvos do desinteresse de historiadores da época, e ainda hoje existe uma dificuldade imensa em recuperar suas biografias por não haver um esforço em catalogar e analisar a tradição oral como fonte historiográfica. A maior parte da vida de Dandara, por exemplo, sobreviveu na forma de lendas, segundo a Fundação Palmares. Não há registros do local onde nasceu, tampouco da sua ascendência africana, tampouco sobraram evidências físicas sobre a Dandara após o ataque a Palmares.

     A mãe de Luís Gama é tratada da mesma maneira pela história. Não existem registros oficiais de suas participações nos levantes baianos. O primeiro documento que descreve Luisa é uma carta de seu filho Luís Gama. Segundo a historiadora Ligia Fonseca Ferreira, “a riqueza de detalhes e o testemunho pessoal atribuem veracidade à narração de Gama, ampliando as possibilidades de aceitação da personagem”. Luisa pertencia à nação nagô-jeje, originária do Golfo do Benin. Era do povo Mahin, daí seu sobrenome. Ela sempre negou o batismo e manteve suas tradições africanas acima das doutrinas cristãs. Sua casa teria sido o quartel general da Revolta dos Malês em 1835.

      A falta desses registros em papel, que nunca seriam obtidos de modo fácil ou que sequer existam, gera um questionamento que, a meu ver, é a face de um preconceito secular na historiografia, tema abordado por Joseph Ki-Zerbo, um dos mais respeitados historiadores africanos. Segundo Ki-Zerbo, os estereótipos raciais criadores de desprezo estão tão profundamente consolidados que corromperam inclusive os próprios conceitos da historiografia.

A inscrição dessas duas mulheres no Panteão da Pátria não é apenas um reconhecimento das figuras históricas, mas significa uma pequena ruptura na historiografia com viés colonial, um passo em direção à valorização da tradição negra brasileira como uma entidade histórica. Isso contribui para a construção e o fortalecimento da consciência étnica do povo afro-brasileiro. Sem isso, negros e indígenas seguirão à mercê da visão de quem os manteve cativos, exatamente como diz um famoso ditado africano: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça seguirão glorificando o caçador.”

SANTOS, Ale. 4 jun. 2019. Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-historia/. Acesso em: 20 jun. 2019. Adaptado.

Releia: “A inscrição dessas duas mulheres no Panteão da Pátria não é apenas um reconhecimento das figuras históricas, mas significa uma pequena ruptura na historiografia com viés colonial [...].” As duas orações que compõem esse fragmento apresentam uma relação semântica de
Alternativas
Q1020339 Português

O RACISMO DA ACADEMIA APAGOU A HISTÓRIA DE DANDARA E LUISA MAHIN


      A escravidão interrompeu a história da África e de seus descendentes, roubando séculos de produção intelectual em troca de trabalho forçado. O Brasil só aboliu a escravidão há menos de 131 anos e é natural ver alguns nomes de heróis afro-brasileiros sendo reconhecidos cada vez mais no Panteão da Pátria, um memorial cívico inaugurado em 1986 para homenagear personalidades brasileiras.

      No “Livro dos heróis e heroínas da pátria”, já constam nomes como Luís Gama, Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares e Heitor Villa-Lobos. Recentemente, o Senado aprovou a inclusão de duas lideranças negras: Dandara, líder quilombola que articulava as estratégias de Palmares ao lado do marido, Zumbi, e Luisa Mahin, considerada uma das maiores lideranças negras contra a escravidão na Bahia do século 19, mãe do abolicionista Luís Gama. Ambas são símbolos da luta feminina contra a escravidão.

      Assim como a maior parte dos personagens negros, o nome dessas duas guerreiras é envolto em polêmica. Historiadores desconectados da realidade negra questionam as fontes que comprovam a existência dessas mulheres porque só há relatos esparsos das suas vidas. Ambas acabaram alvos do desinteresse de historiadores da época, e ainda hoje existe uma dificuldade imensa em recuperar suas biografias por não haver um esforço em catalogar e analisar a tradição oral como fonte historiográfica. A maior parte da vida de Dandara, por exemplo, sobreviveu na forma de lendas, segundo a Fundação Palmares. Não há registros do local onde nasceu, tampouco da sua ascendência africana, tampouco sobraram evidências físicas sobre a Dandara após o ataque a Palmares.

     A mãe de Luís Gama é tratada da mesma maneira pela história. Não existem registros oficiais de suas participações nos levantes baianos. O primeiro documento que descreve Luisa é uma carta de seu filho Luís Gama. Segundo a historiadora Ligia Fonseca Ferreira, “a riqueza de detalhes e o testemunho pessoal atribuem veracidade à narração de Gama, ampliando as possibilidades de aceitação da personagem”. Luisa pertencia à nação nagô-jeje, originária do Golfo do Benin. Era do povo Mahin, daí seu sobrenome. Ela sempre negou o batismo e manteve suas tradições africanas acima das doutrinas cristãs. Sua casa teria sido o quartel general da Revolta dos Malês em 1835.

      A falta desses registros em papel, que nunca seriam obtidos de modo fácil ou que sequer existam, gera um questionamento que, a meu ver, é a face de um preconceito secular na historiografia, tema abordado por Joseph Ki-Zerbo, um dos mais respeitados historiadores africanos. Segundo Ki-Zerbo, os estereótipos raciais criadores de desprezo estão tão profundamente consolidados que corromperam inclusive os próprios conceitos da historiografia.

A inscrição dessas duas mulheres no Panteão da Pátria não é apenas um reconhecimento das figuras históricas, mas significa uma pequena ruptura na historiografia com viés colonial, um passo em direção à valorização da tradição negra brasileira como uma entidade histórica. Isso contribui para a construção e o fortalecimento da consciência étnica do povo afro-brasileiro. Sem isso, negros e indígenas seguirão à mercê da visão de quem os manteve cativos, exatamente como diz um famoso ditado africano: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça seguirão glorificando o caçador.”

SANTOS, Ale. 4 jun. 2019. Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-historia/. Acesso em: 20 jun. 2019. Adaptado.

O racismo atribuído à academia justifica-se, no texto, pelo fato de
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Q1020338 Português

                                  Incompetência masculina

                                                                                                   Hélio Schwartsman


      Pôr mais mulheres em cargos de chefia é provavelmente uma excelente ideia, mas não pelas razões normalmente apontadas. O psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic (University College London e Columbia) lança valiosas luzes sobre essa questão em “Why Do So Many Incompetent Men Become Leaders?” (por que tantos homens incompetentes se tornam líderes?).

      O argumento do livro é simples. Há poucas mulheres em posição de poder porque os critérios que usamos para escolher líderes estão errados. Se os corrigirmos, a proporção de mulheres crescerá rapidamente, e as empresas se tornarão melhores.

      A maioria das pessoas não gosta muito de seus chefes diretos. E, segundo o autor, boa parte delas tem razão. Os critérios pelos quais as empresas selecionam suas lideranças são os piores possíveis, levando à promoção indiscriminada de homens com fortes traços de narcisismo e psicopatia, que tornam o ambiente de trabalho tóxico.

      O sistema não percebe essa falha porque candidatos narcisistas e psicopatas (categorias em que há notável predomínio masculino) tendem a ser carismáticos e charmosos e saem-se especialmente bem em entrevistas, que são uma das principais ferramentas de recrutamento dos RHs.

      Se só criarmos cotas femininas, sem alterar os critérios, nos limitaremos a promover mulheres com os mesmos problemas das chefias masculinas de hoje.

 Para o autor, tudo o que organizações precisam fazer é ficar longe do tipo de personalidade que vem sendo favorecido até aqui e buscar líderes entre pessoas com alto grau de inteligência emocional. São as mulheres que se destacam nesse quesito, que comprovadamente promove a cooperação e a produtividade no local de trabalho.

      Chamorro-Premuzic procura fundamentar todas as suas afirmações em trabalhos científicos. Embora o foco do livro sejam as empresas, boa parte das reflexões pode ser estendida para o mundo da política.

                                                                            (Folha de S. Paulo – 16 jun. 2019.)

Assinale a opção em que a palavra destacada está corretamente classificada entre parênteses.
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Q1020337 Português

                                  Incompetência masculina

                                                                                                   Hélio Schwartsman


      Pôr mais mulheres em cargos de chefia é provavelmente uma excelente ideia, mas não pelas razões normalmente apontadas. O psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic (University College London e Columbia) lança valiosas luzes sobre essa questão em “Why Do So Many Incompetent Men Become Leaders?” (por que tantos homens incompetentes se tornam líderes?).

      O argumento do livro é simples. Há poucas mulheres em posição de poder porque os critérios que usamos para escolher líderes estão errados. Se os corrigirmos, a proporção de mulheres crescerá rapidamente, e as empresas se tornarão melhores.

      A maioria das pessoas não gosta muito de seus chefes diretos. E, segundo o autor, boa parte delas tem razão. Os critérios pelos quais as empresas selecionam suas lideranças são os piores possíveis, levando à promoção indiscriminada de homens com fortes traços de narcisismo e psicopatia, que tornam o ambiente de trabalho tóxico.

      O sistema não percebe essa falha porque candidatos narcisistas e psicopatas (categorias em que há notável predomínio masculino) tendem a ser carismáticos e charmosos e saem-se especialmente bem em entrevistas, que são uma das principais ferramentas de recrutamento dos RHs.

      Se só criarmos cotas femininas, sem alterar os critérios, nos limitaremos a promover mulheres com os mesmos problemas das chefias masculinas de hoje.

 Para o autor, tudo o que organizações precisam fazer é ficar longe do tipo de personalidade que vem sendo favorecido até aqui e buscar líderes entre pessoas com alto grau de inteligência emocional. São as mulheres que se destacam nesse quesito, que comprovadamente promove a cooperação e a produtividade no local de trabalho.

      Chamorro-Premuzic procura fundamentar todas as suas afirmações em trabalhos científicos. Embora o foco do livro sejam as empresas, boa parte das reflexões pode ser estendida para o mundo da política.

                                                                            (Folha de S. Paulo – 16 jun. 2019.)

Assinale a opção em que a palavra destacada é um recurso linguístico que confere credibilidade a uma ideia apresentada.
Alternativas
Respostas
401: B
402: X
403: X
404: E
405: A
406: E
407: A
408: C
409: B
410: D
411: D
412: B
413: C
414: A
415: E
416: A
417: A
418: C
419: E
420: C