Questões de Concurso Público AresPCJ - SP 2018 para Procurador Jurídico
Foram encontradas 47 questões
Ano: 2018
Banca:
VUNESP
Órgão:
AresPCJ - SP
Provas:
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Analista de Fiscalização e Regulação - Engenharia Civil - Sanitária
|
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico |
Q1054069
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Uma carta de Yaqub, pontual, chegava de São Paulo no
fim de cada mês. Zana fazia da leitura um ritual, lia como
quem lê um salmo; a dicção, emocionada, alternava com
uma pausa, como se quisesse escutar a voz do filho distante.
Halim convidava os vizinhos e a leitura era pretexto para um
jantar festivo. Sem festa, Zana ficaria deprimida, pensando
no frio que o filho sentia, coitadinho, na solidão das noites
num quarto úmido da Pensão Veneza, no centro de São Paulo. Com poucas palavras, Yaqub pintava o ritmo de sua vida
paulistana. A solidão e o frio não o incomodavam; comentava os estudos, a perturbação da metrópole, a seriedade e a
devoção das pessoas ao trabalho. De vez em quando, ao
atravessar a praça da República, parava para contemplar a
imensa seringueira. Gostou de ver a árvore amazônica no
centro de São Paulo, mas nunca mais a mencionou.
As cartas iam revelando um fascínio por uma vida nova,
o ritmo dos desgarrados da família que vivem só. Agora não
morava numa aldeia, mas numa metrópole.
“Meu filho paulista”, brincava Zana, orgulhosa e preocupada ao mesmo tempo. Temia que Yaqub nunca mais voltasse. No sexto mês de vida paulistana começou a lecionar
matemática. Abreviou as cartas, dois ou três parágrafos
curtos, ou apenas um: mero sinal de vida e uma notícia que
justificava a carta. Assim, sem alarde, quase em surdina, o
jovem professor Yaqub noticiou seu ingresso na Universidade
de São Paulo. Não ia ser matemático, ia ser engenheiro. Um
politécnico, calculista de estruturas. Zana não entendeu direito o significado da futura profissão do filho, mas engenheiro
já bastava, e era muito. Um doutor. Os pais mandaram-lhe
dinheiro e um telegrama; ele agradeceu as belas palavras e
devolveu o dinheiro. Entenderam que o filho nunca mais precisaria de um vintém. Mesmo se precisasse, não lhes pediria.
As cartas rareavam e as notícias de São Paulo pareciam
sinais de um outro mundo. O pouco que ele revelava não justificava o barulho que se fazia em casa. Um bilhete com palavras
vagas podia originar um festejo. Zana aderiu à comemoração,
que no início era mensal e depois foi rareando, de modo que
as poucas linhas enviadas por Yaqub passavam por Manaus
como um cometa de brilho pálido. Os acenos intermitentes da
metrópole: o dia a dia na Pensão Veneza, os cinemas da São
João, os passeios de bonde, o burburinho do viaduto do Chá
e os sisudos mestres engravatados, venerados por Yaqub. Na
primeira foto que enviou, trajava paletó e gravata e tinha o ar
posudo que lembrava o espadachim no desfile da Independência.
“Como está diferente daquele montanhês que vi no Rio”,
comentou Halim, mirando a imagem do filho.
“O montanhês é o teu filho”, disse Zana. “O meu é outro,
é esse futuro doutor em frente do Teatro Municipal.”
(Milton Hatoum. Dois Irmãos. Companhia das Letras, 2000. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, entre parênteses, há
emprego de pronome segundo a norma-padrão da língua
portuguesa.
Ano: 2018
Banca:
VUNESP
Órgão:
AresPCJ - SP
Provas:
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Analista de Fiscalização e Regulação - Engenharia Civil - Sanitária
|
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico |
Q1054070
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Está provado: um outro mundo é possível
No começo dos anos 1970, Copenhague estava cheia
de carros, como qualquer outra capital importante do mundo.
Poluição aumentava, trânsito piorava, acidentes aconteciam.
Aí bateu na cabeça a crise do petróleo, uma disputa econômica que virou confusão geopolítica entre os países islâmicos
do Oriente Médio, com seus xeques e aiatolás, e o Ocidente queimador de gasolina, com seus exércitos e empresas
monopolistas de petróleo. No mundo inteiro a gasolina ficou
cara e isso machucou economias em toda parte. Mas, em
Copenhague, a crise foi ótima.
O governo, obcecado pelo interesse público, aproveitou
para pensar estrategicamente. Viu que poderia mudar a matriz
de mobilidade da cidade, com um investimento pequeno, e que
isso iria acabar tendo efeito positivo em muitas áreas – na saúde, inclusive mental, no turismo, nos índices de felicidade, no
trânsito, na economia, até na educação (ciclistas estatisticamente tiram notas mais altas). Como essa mudança foi muito bem
conduzida por gente talentosa, ela acabou fazendo com que a
cidade ficasse mais rica, mais saudável e mais feliz. Hoje, mais
de 40 anos depois, há mais gente pedalando do que dirigindo na
cidade. Não peguei nenhum engarrafamento em uma semana
aqui. Não vi nenhuma briga de trânsito – nem sequer um xingamento. Não vi quase ninguém muito acima do peso.
(Denis R. Burgierman. www.nexojornal.com.br, 18.07.2018. Adaptado)
Para o autor, o aumento da qualidade de vida na Dinamarca pode ser atribuído principalmente
Ano: 2018
Banca:
VUNESP
Órgão:
AresPCJ - SP
Provas:
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Analista de Fiscalização e Regulação - Engenharia Civil - Sanitária
|
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico |
Q1054071
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Está provado: um outro mundo é possível
No começo dos anos 1970, Copenhague estava cheia
de carros, como qualquer outra capital importante do mundo.
Poluição aumentava, trânsito piorava, acidentes aconteciam.
Aí bateu na cabeça a crise do petróleo, uma disputa econômica que virou confusão geopolítica entre os países islâmicos
do Oriente Médio, com seus xeques e aiatolás, e o Ocidente queimador de gasolina, com seus exércitos e empresas
monopolistas de petróleo. No mundo inteiro a gasolina ficou
cara e isso machucou economias em toda parte. Mas, em
Copenhague, a crise foi ótima.
O governo, obcecado pelo interesse público, aproveitou
para pensar estrategicamente. Viu que poderia mudar a matriz
de mobilidade da cidade, com um investimento pequeno, e que
isso iria acabar tendo efeito positivo em muitas áreas – na saúde, inclusive mental, no turismo, nos índices de felicidade, no
trânsito, na economia, até na educação (ciclistas estatisticamente tiram notas mais altas). Como essa mudança foi muito bem
conduzida por gente talentosa, ela acabou fazendo com que a
cidade ficasse mais rica, mais saudável e mais feliz. Hoje, mais
de 40 anos depois, há mais gente pedalando do que dirigindo na
cidade. Não peguei nenhum engarrafamento em uma semana
aqui. Não vi nenhuma briga de trânsito – nem sequer um xingamento. Não vi quase ninguém muito acima do peso.
(Denis R. Burgierman. www.nexojornal.com.br, 18.07.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de
regência.
Ano: 2018
Banca:
VUNESP
Órgão:
AresPCJ - SP
Provas:
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Analista de Fiscalização e Regulação - Engenharia Civil - Sanitária
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VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico |
Q1054072
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Está provado: um outro mundo é possível
No começo dos anos 1970, Copenhague estava cheia
de carros, como qualquer outra capital importante do mundo.
Poluição aumentava, trânsito piorava, acidentes aconteciam.
Aí bateu na cabeça a crise do petróleo, uma disputa econômica que virou confusão geopolítica entre os países islâmicos
do Oriente Médio, com seus xeques e aiatolás, e o Ocidente queimador de gasolina, com seus exércitos e empresas
monopolistas de petróleo. No mundo inteiro a gasolina ficou
cara e isso machucou economias em toda parte. Mas, em
Copenhague, a crise foi ótima.
O governo, obcecado pelo interesse público, aproveitou
para pensar estrategicamente. Viu que poderia mudar a matriz
de mobilidade da cidade, com um investimento pequeno, e que
isso iria acabar tendo efeito positivo em muitas áreas – na saúde, inclusive mental, no turismo, nos índices de felicidade, no
trânsito, na economia, até na educação (ciclistas estatisticamente tiram notas mais altas). Como essa mudança foi muito bem
conduzida por gente talentosa, ela acabou fazendo com que a
cidade ficasse mais rica, mais saudável e mais feliz. Hoje, mais
de 40 anos depois, há mais gente pedalando do que dirigindo na
cidade. Não peguei nenhum engarrafamento em uma semana
aqui. Não vi nenhuma briga de trânsito – nem sequer um xingamento. Não vi quase ninguém muito acima do peso.
(Denis R. Burgierman. www.nexojornal.com.br, 18.07.2018. Adaptado)
Segundo as regras de concordância verbal e nominal da
norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa correta.
Ano: 2018
Banca:
VUNESP
Órgão:
AresPCJ - SP
Provas:
VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Analista de Fiscalização e Regulação - Engenharia Civil - Sanitária
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VUNESP - 2018 - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico |
Q1054073
Português
Leia a tira a seguir.
(André Dahmer. https://twitter.com/malvados, 17.05.2018.)
Quanto ao emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa cuja frase está corretamente redigida.
(André Dahmer. https://twitter.com/malvados, 17.05.2018.)
Quanto ao emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa cuja frase está corretamente redigida.