Questões de Concurso Sobre português para fcc

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Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304050 Português
Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase: 
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304049 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
A flexão do verbo destacado deve-se ao elemento sublinhado em:
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304048 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
Analise as afirmações a respeito do uso da palavra se em destaque nos trechos abaixo.

I. Em "a tecnologia digital está se apoderando do mundo"(7º parágrafo), ela assume a função de partícula apassivadora.

II. Em "Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas" (7º parágrafo), ela introduz uma condição.

III. Em "não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência" (10º parágrafo), ela introduz uma complementação do sentido do verbo.


Está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304047 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
Observe o uso dos pronomes nos trechos abaixo:
aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica (8º parágrafo)
que está muito longe dela (8º paragrafo)
que serão relevantes no futuro (11º parágrafo)

Os termos destacados referem-se, respectivamente, a:
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304046 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
Em relação a inteligência artificial, é correto afirmar que o autor
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304045 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
Sobre o texto de Gleiser, é correto afirmar que o autor
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2025 - DPE-SP - Analista de Defensoria |
Q3304044 Português
Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial

A ciência que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial e à engenharia genética


1. "O homem é um deus em ruínas~ escreveu o americano Ralph Waldo Emerson no século 19. Desde que nossos antepassados distantes contemplaram, pela primeira vez, a dimensão divina, vivemos uma divisão profunda entre o nosso lado animal e o nosso lado capaz de Imaginar o eterno.


2. Essa natureza dual entre o animal e o semidivino, o mortal e o Imortal, é nossa característica mais marcante, tema de grandes livros e pensamentos filosóficos. Hoje é, também, tema que Inspira várias pesquisas cientificas, da engenharia genética à inteligência artificial. Será que a ciência vai ser capaz de transformar o ser humano a ponto de redefinir nossa relação com a morte?


3. Duzentos anos atrás, Mary Shelley publicava 'Frankenstein", um romance gótico que continua sendo t/lo relevante hoje quanto foi no início do século 19. A Ideia de que a ciência pode vencer a morte é pelo menos tão antiga quanto os alquimistas. No caso de Shelley, a ciência de ponta da época era o uso de correntes elétricas para estimular o movimento muscular, relação descoberta por Luigi Galvani e Alessandro Volta. 


4. Hoje, a ciência de ponta que poderia desafiar a morte combina tecnologias digitais aliadas à inteligência artificial (IA) com a engenharia genética. Dos vários temas correlatos, discuto aqui a IA e se devemos ou não nos preocupar com esse tipo de tecnologia. Nilo que esteja prestes a desafiar a morte, longe disso. Mas seu Impacto no mundo em que vivemos e no futuro da espécie humana deve ser considerado com cuidado, e quanto antes melhor.


5. O mundo depende fundamentalmente dos computadores. Carros, redes elétricas, aeroportos, trens, o sistema bancário, eleitoral, hospitais, as atividades individuais e profissionais do leitor, nada escapa. Paralelamente a essa dependência crescente, os computadores estilo ficando mais espertos, dominando o mundo um pouco mais a cada dia. Com Isso, passam a controlar tarefas cada vez mais complexas, tomando o lugar dos humanos.


6. Das cirurgias de alta precisão e diagnósticos médicos à automação de fábricas e linhas de produção, da exploração e tratamento de minérios em minas ou águas profundas ou em ambientes altamente radioativos até tomadas de decisão no mercado de capitais, nada parece escapar das máquinas digitais. Em breve, com veículos autônomos, será a vez dos caminhoneiros, dos motoristas de ônibus escolares, dos motoristas de táxi, dos maquinistas, criando um vácuo perigoso no mercado de trabalho, afetando milhões de pessoas, que precisariam ser retreinadas.


7. Por enquanto, ao menos, a tecnologia digital está se apoderando do mundo porque nós assim queremos. A questão, e temor de muitos, é se Isso pode mudar. Se as tecnologias de IA tornarem-se autônomas, capazes de se programar e de ter Intenções próprias, poderiam efetivamente controlar o mundo. Este é o argumento do filósofo Nick Bostrom, em seu livro "Superinteligência", da cruzada anti-IA do bilionário Elon Musk e do medo do físico Stephen Hawklng, dentre outros.


8. Um dos problemas dessa conversa é como definir inteligência. Existe a IA do futuro, aquela que vemos nos filmes e livros de ficção científica, e a do presente, que está muito longe dela. A gente vê o acrônimo IA por toda a parte, algoritmos de aprendizado de máquinas, redes neurais, programas que v/lo aprimorando sua eficiência por si mesmos, computadores que ganham de mestres mundiais de xadrez e de Go.


9. Esse tipo de aplicação presente de IA não ameaça o futuro da espécie humana. Por enquanto, refletem a inteligência de seus programadores que, no fim das contas, servem aos Interesses de suas empresas, tentando ganhar nossa atenção e dinheiro. Níveis atuais de IA (que n/lo chamaria de IA) cumprem funções especificadas por seus programadores. Nilo têm autonomia ou intenção própria.


10. Esta situação pode mudar? É aqui que começa o problema. Nilo sabemos a resposta; não sabemos se uma máquina pode desenvolver autonomia e autoconsciência. As IA de hoje estilo muito, multo longe do famoso Hall, o computador no filme (e livro) "2001: Uma Odisseia no Espaço", que resolveu matar todos os humanos na espaçonave por não julgá-los competentes para contatar alienígenas superinteligentes.


11. Por outro lado, avançar cegamente com a pesquisa em IA "porque podemos• me parece profundamente Irresponsável. Multo antes de construirmos uma máquina de fato Inteligente, se Isso é realmente possível, a IA de menor porte causará sérios problemas sociais, redefinindo o mercado de trabalho e o tipo de habilidades e perícias que ser/lo relevantes no futuro. Isso já está, aliás, acontecendo. Portanto, antes de nos preocuparmos com os primos do Hall dominando o mundo, deveríamos estar criando salvaguardar com a função de garantir que as máquinas que criamos estilo aqui para servir a humanidade, e não para destruí-la aos poucos.


(Adaptado de: GLEISER, Marcelo. "Medo do futuro 2: a ascensão da inteligência artificial". Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2018/>Publicado em: 28 de out. de 2018. Acesso
em: 10 de mar. de 2025)
Depreende-se da leitura do texto que a citação "O homem é um deus em ruínas" é usada por Marcelo Gleiser para mostrar que,
Alternativas
Q3295801 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
É inteiramente regular a pontuação da frase: 
Alternativas
Q3295800 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças.

A redação da frase acima permanecerá coerente e correta caso se substituam os elementos sublinhados, na ordem dada, por:  
Alternativas
Q3295799 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente respeitadas na frase: 
Alternativas
Q3295798 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
O autor surpreende na imagem do guarda-chuva alguma complexidade, quando admite que ele 
Alternativas
Q3295797 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
Ao especular sobre a origem do carinho que passou a sentir pelo seu guarda-chuva, o autor considera que esse sentimento se deve ao fato de o guarda-chuva
Alternativas
Q3295796 Português
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Eternidade do guarda-chuva]


    Ontem choveu demais e eu precisava ir a três pontos diferentes da cidade. Quando o moço do jornal veio apanhar a crônica que eu acabara de escrever, pedi-lhe que me comprasse um guarda-chuva que parecesse digno da classe média, e ele o fez com competência. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele, meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso para saber qual a origem desse carinho. 

    Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais intenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto da minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.  

    O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele tem se mantido digno. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e de fúnebre, essa pequena barraca. Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais. Ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.  

    Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido de que iria para cima do telhado quentar sol*, como fazem os urubus.

*quentar sol: forma popular para "esquentar ao sol"


(Adaptado de BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 217-218) 
Na relação do autor com o guarda-chuva comparece uma figura de linguagem conhecida como personificação, tal como se dá neste segmento: 
Alternativas
Q3291000 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Muitos e muitos anos atrás, antes do asfalto, quando a rodovia Fernão Dias ou era um mar de pó ou um mar de lama, as viagens eram aventuras. Eu morava no interior de Minas e o jeito de vir a Campinas para ver a namorada era arranjar carona em algum caminhão. Pois foi numa destas vezes que o motorista, delicadamente, para início de uma conversa que prometia ser muito longa, me perguntou: “E O que é que você faz?” Eu poderia ter dito simplesmente: "Sou professor”. isto ele entenderia perfeitamente, pois já havia frequentado escolas, sabia muitas coisas sobre professores, e passaria então a contar de suas proezas na aritmética e suas dificuldades com a lingua pátria. Mas eu, tolo, e para dar um ar de importância, respondi: “Sou professor de filosofia..." O rosto do motorista se iluminou num largo sorriso. “Até que enfim”, ele disse. “Faz anos que eu quero saber o que é filosofia e até hoje não encontrei ninguém que me explique. Mas hoje tenho a sorte de ter um professor de filosofia como companheiro de viagem. Afinal de contas, o que é filosofia?”  
    Não tenho memória alguma do que lhe disse como inútil explicação. 

(ALVES, Rubens. O retorno e terno. Papirus, Campinas, 2010) 
Até hoje não encontrei ninguém que me explique o que é filosofia.

Transposto para o discurso indireto, o trecho acima assume a seguinte redação:

Ele disse que até aquele dia não  
Alternativas
Q3290999 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Muitos e muitos anos atrás, antes do asfalto, quando a rodovia Fernão Dias ou era um mar de pó ou um mar de lama, as viagens eram aventuras. Eu morava no interior de Minas e o jeito de vir a Campinas para ver a namorada era arranjar carona em algum caminhão. Pois foi numa destas vezes que o motorista, delicadamente, para início de uma conversa que prometia ser muito longa, me perguntou: “E O que é que você faz?” Eu poderia ter dito simplesmente: "Sou professor”. isto ele entenderia perfeitamente, pois já havia frequentado escolas, sabia muitas coisas sobre professores, e passaria então a contar de suas proezas na aritmética e suas dificuldades com a lingua pátria. Mas eu, tolo, e para dar um ar de importância, respondi: “Sou professor de filosofia..." O rosto do motorista se iluminou num largo sorriso. “Até que enfim”, ele disse. “Faz anos que eu quero saber o que é filosofia e até hoje não encontrei ninguém que me explique. Mas hoje tenho a sorte de ter um professor de filosofia como companheiro de viagem. Afinal de contas, o que é filosofia?”  
    Não tenho memória alguma do que lhe disse como inútil explicação. 

(ALVES, Rubens. O retorno e terno. Papirus, Campinas, 2010) 
A expressão do trecho que realça um segmento da frase sem exercer função sintática está sublinhado em:  
Alternativas
Q3290998 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Muitos e muitos anos atrás, antes do asfalto, quando a rodovia Fernão Dias ou era um mar de pó ou um mar de lama, as viagens eram aventuras. Eu morava no interior de Minas e o jeito de vir a Campinas para ver a namorada era arranjar carona em algum caminhão. Pois foi numa destas vezes que o motorista, delicadamente, para início de uma conversa que prometia ser muito longa, me perguntou: “E O que é que você faz?” Eu poderia ter dito simplesmente: "Sou professor”. isto ele entenderia perfeitamente, pois já havia frequentado escolas, sabia muitas coisas sobre professores, e passaria então a contar de suas proezas na aritmética e suas dificuldades com a lingua pátria. Mas eu, tolo, e para dar um ar de importância, respondi: “Sou professor de filosofia..." O rosto do motorista se iluminou num largo sorriso. “Até que enfim”, ele disse. “Faz anos que eu quero saber o que é filosofia e até hoje não encontrei ninguém que me explique. Mas hoje tenho a sorte de ter um professor de filosofia como companheiro de viagem. Afinal de contas, o que é filosofia?”  
    Não tenho memória alguma do que lhe disse como inútil explicação. 

(ALVES, Rubens. O retorno e terno. Papirus, Campinas, 2010) 
Considerado o contexto, o trecho em que a forma verbal sublinhada indica uma hipótese está em:
Alternativas
Q3290997 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Muitos e muitos anos atrás, antes do asfalto, quando a rodovia Fernão Dias ou era um mar de pó ou um mar de lama, as viagens eram aventuras. Eu morava no interior de Minas e o jeito de vir a Campinas para ver a namorada era arranjar carona em algum caminhão. Pois foi numa destas vezes que o motorista, delicadamente, para início de uma conversa que prometia ser muito longa, me perguntou: “E O que é que você faz?” Eu poderia ter dito simplesmente: "Sou professor”. isto ele entenderia perfeitamente, pois já havia frequentado escolas, sabia muitas coisas sobre professores, e passaria então a contar de suas proezas na aritmética e suas dificuldades com a lingua pátria. Mas eu, tolo, e para dar um ar de importância, respondi: “Sou professor de filosofia..." O rosto do motorista se iluminou num largo sorriso. “Até que enfim”, ele disse. “Faz anos que eu quero saber o que é filosofia e até hoje não encontrei ninguém que me explique. Mas hoje tenho a sorte de ter um professor de filosofia como companheiro de viagem. Afinal de contas, o que é filosofia?”  
    Não tenho memória alguma do que lhe disse como inútil explicação. 

(ALVES, Rubens. O retorno e terno. Papirus, Campinas, 2010) 
O verbo empregado em sentido figurado está sublinhado em:  
Alternativas
Q3290996 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Muitos e muitos anos atrás, antes do asfalto, quando a rodovia Fernão Dias ou era um mar de pó ou um mar de lama, as viagens eram aventuras. Eu morava no interior de Minas e o jeito de vir a Campinas para ver a namorada era arranjar carona em algum caminhão. Pois foi numa destas vezes que o motorista, delicadamente, para início de uma conversa que prometia ser muito longa, me perguntou: “E O que é que você faz?” Eu poderia ter dito simplesmente: "Sou professor”. isto ele entenderia perfeitamente, pois já havia frequentado escolas, sabia muitas coisas sobre professores, e passaria então a contar de suas proezas na aritmética e suas dificuldades com a lingua pátria. Mas eu, tolo, e para dar um ar de importância, respondi: “Sou professor de filosofia..." O rosto do motorista se iluminou num largo sorriso. “Até que enfim”, ele disse. “Faz anos que eu quero saber o que é filosofia e até hoje não encontrei ninguém que me explique. Mas hoje tenho a sorte de ter um professor de filosofia como companheiro de viagem. Afinal de contas, o que é filosofia?”  
    Não tenho memória alguma do que lhe disse como inútil explicação. 

(ALVES, Rubens. O retorno e terno. Papirus, Campinas, 2010) 
Infere-se do texto que o cronista, ao conversar com o motorista de caminhão, arrependeu-se de ter agido com certa
Alternativas
Q3290995 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Em O fim da teoria, Chris Anderson afirma que quantidades inimagináveis de dados (o Big Data) tornariam as teorias completamente obsoletas: "Hoje, empresas que cresceram em uma era de dados massivamente abundantes não precisam se contentar com modelos errados. Na verdade, elas não precisam mais se contentar com modelos”. A psicologia ou sociologia orientada por dados torna possível prever e controlar com precisão o comportamento humano. As teorias estão sendo substituídas por dados diretos. 
    O Big Data, na verdade, não explica nada. Apenas revela correlações entre as coisas. Mas as correlações são a forma mais primitiva de conhecimento. Nada é compreendido nas correlações. O Big Data não é capaz de explicar por que as coisas se comportam da maneira como se comportam. Não são estabelecidas conexões causais nem conceituais. 
    A teoria como narração cria uma ordem de coisas, relacionando-as umas com as outras e explicando por que elas se comportam da maneira como se comportam. Em contraste com o Big Data, ela nos oferece a forma mais elevada de conhecimento, qual seja, a compreensão. O Big Data, por outro lado, é totalmente aberto. 
    A teoria na forma de desfecho prende as coisas em uma estrutura conceitual e as toma, com isso, apreensíveis. O fim da teoria significa, em última instância, dizer adeus ao conceito como espírito. A inteligência artificial funciona muito bem sem o conceito. Inteligência não é espirito. Somente o espírito é capaz de uma nova ordem das coisas, de uma nova narração. A inteligência calcula. O espírito, todavia, narra. Em um mundo saturado de dados e informações, a capacidade de narrar se atrofia. Com isso, a construção de teorias se torna algo mais raro, até mesmo arriscado. 
    A inteligência artificial não pode pensar porque não pode se apaixonar, porque não é capaz de uma narração apaixonada. Os diálogos de Platão já deixam claro que a filosofia é uma narração. A filosofia como ciência renega seu caráter narrativo originário. Ela se priva de sua linguagem. Emudece. Assim, a atual crise da narração também está se apoderando da filosofia e lhe pondo um fim. No instante em que a filosofia reivindica ser uma ciência, ser uma ciência exata, seu declínio começa. 

(HAN, Byung-Chul. A crise da narração. Trad. Daniel Guilhermino. Petrópolis: Editora Vozes. edição digital, 2023) 
Está gramaticalmente correta a redação do seguinte comentário a respeito do assunto do texto: 
Alternativas
Q3290994 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Em O fim da teoria, Chris Anderson afirma que quantidades inimagináveis de dados (o Big Data) tornariam as teorias completamente obsoletas: "Hoje, empresas que cresceram em uma era de dados massivamente abundantes não precisam se contentar com modelos errados. Na verdade, elas não precisam mais se contentar com modelos”. A psicologia ou sociologia orientada por dados torna possível prever e controlar com precisão o comportamento humano. As teorias estão sendo substituídas por dados diretos. 
    O Big Data, na verdade, não explica nada. Apenas revela correlações entre as coisas. Mas as correlações são a forma mais primitiva de conhecimento. Nada é compreendido nas correlações. O Big Data não é capaz de explicar por que as coisas se comportam da maneira como se comportam. Não são estabelecidas conexões causais nem conceituais. 
    A teoria como narração cria uma ordem de coisas, relacionando-as umas com as outras e explicando por que elas se comportam da maneira como se comportam. Em contraste com o Big Data, ela nos oferece a forma mais elevada de conhecimento, qual seja, a compreensão. O Big Data, por outro lado, é totalmente aberto. 
    A teoria na forma de desfecho prende as coisas em uma estrutura conceitual e as toma, com isso, apreensíveis. O fim da teoria significa, em última instância, dizer adeus ao conceito como espírito. A inteligência artificial funciona muito bem sem o conceito. Inteligência não é espirito. Somente o espírito é capaz de uma nova ordem das coisas, de uma nova narração. A inteligência calcula. O espírito, todavia, narra. Em um mundo saturado de dados e informações, a capacidade de narrar se atrofia. Com isso, a construção de teorias se torna algo mais raro, até mesmo arriscado. 
    A inteligência artificial não pode pensar porque não pode se apaixonar, porque não é capaz de uma narração apaixonada. Os diálogos de Platão já deixam claro que a filosofia é uma narração. A filosofia como ciência renega seu caráter narrativo originário. Ela se priva de sua linguagem. Emudece. Assim, a atual crise da narração também está se apoderando da filosofia e lhe pondo um fim. No instante em que a filosofia reivindica ser uma ciência, ser uma ciência exata, seu declínio começa. 

(HAN, Byung-Chul. A crise da narração. Trad. Daniel Guilhermino. Petrópolis: Editora Vozes. edição digital, 2023) 
O adjetivo formado a partir de um prefixo de negação está sublinhado em: 
Alternativas
Respostas
1: D
2: D
3: E
4: C
5: A
6: B
7: C
8: E
9: B
10: C
11: D
12: A
13: E
14: A
15: C
16: C
17: B
18: D
19: A
20: E