Questões de Concurso Militar CMRJ 2018 para Aluno - Português

Foram encontradas 17 questões

Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045388 Português
O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos. [...]
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo. [...]

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

(BARROS, Manoel de. Meu quintal é maior do que o mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. p. 114.)
No Texto V, o título do poema ilustra o que a mãe do menino chama de “despropósitos” (v. 30). Sobre essa correlação — ação do menino / percepção da mãe — infere-se que a palavra “despropósito”
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Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045389 Português
O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos. [...]
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo. [...]

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

(BARROS, Manoel de. Meu quintal é maior do que o mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. p. 114.)
Na arte, é comum o poeta buscar a revitalização da linguagem.
No verso “Você vai carregar água na peneira a vida toda.” (v. 27), a linguagem explorada para traduzir a perspectiva criativa do menino
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Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045390 Português
O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos. [...]
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo. [...]

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

(BARROS, Manoel de. Meu quintal é maior do que o mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015. p. 114.)
De acordo com Ferreira Gullar, “A arte existe, porque a vida não basta”.
No poema de Manoel de Barros, mais especificamente no verso “até fez uma pedra dar flor” (v. 24), a relação do poeta com a representação da realidade pode ser entendida como
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Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045391 Português
    Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava. O pequeno aposento estava frio e tinha um cheiro maravilhoso de terebintina e óleo; as telas armazenadas, apoiadas uma nas outras, me pareciam livros deformados no sonho de alguém que soubesse vagamente o que eram livros e os houvesse imaginado enormes, feitos de uma única página, dura e grossa [...].
    Francis Bacon observou que, para os antigos, todas as imagens que o mundo dispõe diante de nós já se acham encerradas em nossa memória desde o nascimento. “Desse modo, Platão tinha a concepção”, escreveu ele, “de que todo conhecimento não passava de recordação; do mesmo modo, Salomão proferiu sua conclusão de que toda novidade não passa de esquecimento”. Se isso for verdade, estamos todos refletidos de algum modo nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, uma vez que elas já são parte daquilo que somos: imagens que criamos e imagens que emolduramos; imagens que compomos fisicamente, à mão, e imagens que se formam espontaneamente na imaginação; imagens de rostos, árvores, prédios, nuvens, paisagens, instrumentos, água, fogo e imagens daquelas imagens — pintadas, esculpidas, encenadas... Quer descubramos nessas imagens circundantes lembranças desbotadas de uma beleza que, em outros tempos, foi nossa (como sugeriu Platão), quer elas exijam de nós uma interpretação nova e original, por meio de todas as possibilidades que nossa linguagem tenha a oferecer, somos essencialmente criaturas de imagens, de figuras.

(MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 19-20.)
A argumentação pode ser construída por meio de diferentes recursos, sempre visando convencer o leitor sobre a validade de determinada tese.
Nesse sentido, é correto afirmar que Manguel
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Ano: 2018 Banca: Exército Órgão: CMRJ Prova: Exército - 2018 - CMRJ - Aluno - Português |
Q2045393 Português
OS REAIS MISTÉRIOS DE LEONARDO DA VINCI
Para além das conspirações, um gênio realmente incomum

    Da Vinci viveu na mesma época que Cristóvão Colombo, Maquiavel, Michelângelo, Martinho Lutero e Nostradamus. Enquanto ele pintava Mona Lisa, Pedro Álvares Cabral navegava pelo Atlântico em direção ao Brasil. Mas o que em sua vida ou suas telas deu margem a teorias conspiratórias? Leonardo era tão diferente e misterioso assim? Sua obraou sua vida permitiram que tantos anos depois tanta coisa fosse inventada sobre ele?
    A resposta é sim. Da Vinci dava sopa para o azar. E, apesar de ele ser, de certa forma, típico de seu tempo, tinha lá suas manias. Primeiro, criou sua própria linguagem em código. Quando não escrevia ao contrário, da direita para a esquerda — fazendo que sua caligrafia só fosse compreendida quando vista no espelho —, usava um tipo de taquigrafia estranhíssima, na qual usava parte de palavras ou símbolos e não letras para exprimir ideias. Prato cheio para quem enxerga conspirações em todo lugar.
    ”Seus interesses ultrapassavam o campo artístico”, afirma Christopher Witcombe, professor do departamento de História da Arte da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos. Ele especulou pela anatomia, biologia, física e engenharia. Leonardo amava sua arte e acreditava que “o amor a qualquer coisa é produto do conhecimento, sendo o amor mais ardente quanto mais seguro é o conhecimento”, conforme escreveu. Era um profundo estudioso das técnicas que, segundo sua visão, seriam complementares à sua arte. Ele dissecou corpos humanos e de animais para compreender a posição de ossos e como funcionavam músculos e tecidos. Desenvolveu e utilizou lentes para projetar imagens e melhor reproduzir seus modelos, desenvolvendo técnicas aplicáveis às suas obras, como os planos de perspectiva, ponto de fuga etc. Estudou a química das substâncias para desenvolver suas próprias tintas, especulou sobre a matemática e a filosofia. Da Vinci foi um cientistaartista tão fascinado pelos mistérios do Universo e pelos enigmas do corpo humano quanto pelas possibilidades de aplicar esses conhecimentos em suas obras.

(Disponível em: <>. Acesso em: 27 jul. 2018.)
Leonardo amava sua arte e acreditava que “o amor a qualquer coisa é produto do conhecimento, sendo o amor mais ardente quanto mais seguro é o conhecimento”, conforme escreveu. (l. 14-16)
A partir da leitura do Texto VII, pode-se inferir que o sentimento de Leonardo da Vinci pela arte era
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Respostas
11: D
12: B
13: C
14: D
15: E