Os municípios não detêm competência suplementar para ...
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Vamos analisar a questão sobre a competência dos municípios para legislar sobre licitações e contratos.
Tema Jurídico: A questão aborda a competência legislativa dos municípios, um tema inserido na Organização Político-Administrativa do Estado, conforme a Constituição Federal de 1988.
Legislação Aplicável: A Constituição Federal, em seu artigo 30, inciso II, estabelece que compete aos municípios legislar de forma suplementar sobre assuntos de interesse local. Isso inclui a possibilidade de legislar sobre licitações e contratos, desde que respeitada a legislação federal.
Explicação do Tema: Os municípios têm autonomia para legislar sobre questões de interesse local, mas essa competência é suplementar. Isso significa que eles podem criar normas próprias, desde que não contrariem normas federais e estaduais.
Exemplo Prático: Imagine que um município queira estabelecer regras específicas para a contratação de serviços públicos locais, como a coleta de lixo. Ele pode fazê-lo, desde que suas regras não entrem em conflito com a Lei de Licitações Federal (Lei nº 8.666/1993) ou com normas estaduais.
Justificativa da Alternativa Correta: A alternativa marcada como "Errado" está correta ao afirmar que os municípios detêm competência suplementar para legislar sobre licitações e contratos. Isso está de acordo com o que a Constituição prevê, permitindo que eles criem normas próprias, desde que respeitem a legislação superior.
Por que a Alternativa está Incorreta: A afirmação de que os municípios "não detêm competência suplementar" está equivocada. Ao contrário, eles possuem tal competência, como explicado, o que torna a alternativa "Errado" a escolha certa.
Possível Pegadinha: A questão pode confundir o candidato ao sugerir que os municípios não têm qualquer competência sobre o tema, o que não é verdade. A dica é sempre recordar que a Constituição garante aos municípios a possibilidade de legislar suplementarmente.
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Comentários
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a) A União possui competência privativa para legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades (art. 22, XXVII, CF);
b) Estados e Municípios somente legislam sobre matéria passível de complementação.
Agradeço se alguém puder prestar maiores esclarecimentos.
(...)
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Caros amigos concurseiros, acredito que a questão tenha sido inspirada pelo acórdão abaixo ementado, que foi noticiado em um dos informativos do STF.
RE 423560 / MG - MINAS GERAIS
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA
Julgamento: 29/05/2012 Órgão Julgador: Segunda Turma
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL. LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BRUMADINHO-MG. VEDAÇÃO DE CONTRATAÇÃO COM O MUNICÍPIO DE PARENTES DO PREFEITO, VICE-PREFEITO, VEREADORES E OCUPANTES DE CARGOS EM COMISSÃO. CONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. A Constituição Federal outorga à União a competência para editar normas gerais sobre licitação (art. 22, XXVII) e permite, portanto, que Estados e Municípios legislem para complementar as normas gerais e adaptá-las às suas realidades. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que as normas locais sobre licitação devem observar o art. 37, XXI da Constituição, assegurando “a igualdade de condições de todos os concorrentes”. Precedentes. Dentro da permissão constitucional para legislar sobre normas específicas em matéria de licitação, é de se louvar a iniciativa do Município de Brumadinho-MG de tratar, em sua Lei Orgânica, de tema dos mais relevantes em nossa pólis, que é a moralidade administrativa, princípio-guia de toda a atividade estatal, nos termos do art. 37, caput da Constituição Federal. A proibição de contratação com o Município dos parentes, afins ou consanguíneos, do prefeito, do vice-prefeito, dos vereadores e dos ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, bem como dos servidores e empregados públicos municipais, até seis meses após o fim do exercício das respectivas funções, é norma que evidentemente homenageia os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa, prevenindo eventuais lesões ao interesse público e ao patrimônio do Município, sem restringir a competição entre os licitantes. Inexistência de ofensa ao princípio da legalidade ou de invasão da competência da União para legislar sobre normas gerais de licitação. Recurso extraordinário provido.
(...)
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (grifamos).
O fato de a Constituição definir como competência privativa da União legislar certas matérias, in casu, normas gerais de licitação e contratação, permitiu aos Estados legislarem (não concorrentemente, mas) suplementarmente, conforme § 2º do artigo 24 da Constituição:
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
A competência legislativa plena dos Estados somente poderia ser exercitada se não houvesse as normas gerais de licitação definidas na Lei 8.666/93, conforme o § 3º do mesmo artigo:
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
Dessa forma o poder regulamentar dos Estados, Distrito Federal e Municípios em normas de licitação deve limitar-se à competência suplementar (ou complementar). Naquilo que a norma federal (norma geral) já preceituou, exauriu e esgotou, não terá lugar a competência suplementar.
Da mesma forma, aos Municípios é dado o direito de suplementar a norma federal, naquilo que couber e lhe for possível:
Art. 30. Compete aos Municípios:
(...)
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;."
FONTE: http://novo.licitacao.com.br/apoio-juridico/artigos/73-a-competencia-do-estados-e-municipios-para-legislar-sobre-normas-de-licitacao-e-contratos.html
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