Questões de Concurso Público CGDF 2023 para Auditor De Controle Interno Do Distrito Federal – Especialidade Finanças E Controle

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Q2176565 Português
Texto CB1A1

    Percebe-se no Brasil um persistente discurso de negativação da atividade fiscal, do Estado fiscal, ainda marcado por figuras arcaicas como a do “leão” do imposto de renda, a tão repetida expressão “carga tributária”, entre outras. Essa “demonização” do fisco em muito se justifica por uma deslegitimação do Estado brasileiro como um todo e, na seara tributária, especialmente por não sentir retorno a população em relação ao quanto é onerada. Frise-se, porém, que essa imagem negativa é, às vezes, patrocinada por quem ideologicamente julga desnecessária uma tributação nas proporções em que o Estado brasileiro vem aplicando.               
   Nesse cenário, percebe-se, com linhas mais nítidas, um fenômeno que acompanha toda a história tributária do homem: o da oposição social aos tributos, entendida aqui não como uma predisposição “natural”, “inata” dos contribuintes, mas como todo desvio que afasta o contribuinte do cumprimento de uma obrigação tributária, não sendo naturais as causas que o levam a resistir. O contribuinte resiste diante da cobrança de uma tributação ilícita; diante da cobrança ou da instituição de um tributo por um governo ou legislador ilegítimo; diante da possibilidade de se praticar uma conduta tributária menos onerosa, tendo o contribuinte a liberdade e o direito de resistir à tributação mais severa; e, no caso dos crimes contra a ordem tributária, quando apenas há a vontade livre e consciente de cometer o crime.
    A resistência fiscal, assim, tem um conteúdo que ora se distancia dos conceitos clássicos de direito de resistência (objeção de consciência, desobediência civil, greve política, direito de revolta, entre outros), ora se aproxima desses mesmos conceitos. É quando se veem na literatura, especialmente na estrangeira, expressões como “direito de resistência fiscal”, “objeção fiscal”, “desobediência fiscal”, “greve fiscal”, “revolta fiscal”, “rebelião fiscal”. Entre outras, tais expressões relacionam-se com os conceitos de “direito de resistência” e de “resistência fiscal”, tomados como dois gêneros em que algumas espécies coincidem, mas que também possuem pontos incomunicáveis.
    Com efeito, dado que seja gênero de múltiplas espécies, podem ser elencadas como modalidades de resistência fiscal: a) a resistência à cobrança de tributos ilícitos/inconstitucionais, que tem total amparo no princípio constitucional da legalidade tributária, tendo os contribuintes direito de resistir a essa tributação ilegal/inconstitucional; b) a resistência à cobrança ou à instituição de tributos que, mesmo amparados na lei e na Constituição Federal de 1988, são, porém, rechaçados pela sociedade, considerados ilegítimos pela população, ou rechaçados por camada social que se veja prejudicada com sua instituição; c) o crime tributário, que não passa de uma ofensa deliberada à lei; e d) a resistência lícita, na qual se opta por alternativa legal menos onerosa ou pela abstenção de conduta tributável.
    A história mostrou que a resistência fiscal, por mais que pareça natural e inevitável a toda realidade tributária, teve proporções menores em regimes considerados mais democráticos, uma vez que os abusos e o arbítrio das autoridades foram, em muitas sociedades, as principais causas para a recusa ao pagamento dos tributos. Verifica-se, assim, uma razão inversamente proporcional entre o quantum democrático de um regime político e a resistência social aos tributos por ele instituídos. Assim, a democracia participativa, em superação aos modelos clássicos e insuficientes da representação ou do exercício semidireto do poder, aponta para uma “relegitimação” do Estado fiscal, na qual a sociedade passa a tomar parte de espaços de decisões políticas.
    A sociedade contribuinte deve-se preocupar, portanto, no caminho a ser trilhado em direção a uma educação (para a cidadania) fiscal, não apenas com a “carga tributária”, mas com o destino das arrecadações e com os gastos públicos. Nesse sentido, já existem alguns avanços, como o da Lei n.º 12.741/2012, que obrigou, como direito básico dos consumidores, informarem-se os tributos incidentes e repassados no preço dos produtos, e os programas de educação fiscal ligados aos órgãos fiscais da União, dos estados e das capitais. Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca do que o Estado arrecada e, mais ainda, de como gastam os governantes tais recursos, o que pode aumentar os índices de resistência fiscal na sociedade brasileira.

Isaac Rodrigues Cunha. Resistência fiscal, democracia e educação tributária: fundamentos para uma fiscalidade democrático-participativa por meio de uma “pedagogia fiscal”. Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, Fortaleza, 2017 (com adaptações)
No 4.º parágrafo do texto CB1A1, o vocábulo “que” empregado nos segmentos identificados por “a)”, “b)” e “c)” apresentam, em todas as ocorrências, a mesma função sintática de introdução a oração 
Alternativas
Q2176566 Português
Texto CB1A1

    Percebe-se no Brasil um persistente discurso de negativação da atividade fiscal, do Estado fiscal, ainda marcado por figuras arcaicas como a do “leão” do imposto de renda, a tão repetida expressão “carga tributária”, entre outras. Essa “demonização” do fisco em muito se justifica por uma deslegitimação do Estado brasileiro como um todo e, na seara tributária, especialmente por não sentir retorno a população em relação ao quanto é onerada. Frise-se, porém, que essa imagem negativa é, às vezes, patrocinada por quem ideologicamente julga desnecessária uma tributação nas proporções em que o Estado brasileiro vem aplicando.               
   Nesse cenário, percebe-se, com linhas mais nítidas, um fenômeno que acompanha toda a história tributária do homem: o da oposição social aos tributos, entendida aqui não como uma predisposição “natural”, “inata” dos contribuintes, mas como todo desvio que afasta o contribuinte do cumprimento de uma obrigação tributária, não sendo naturais as causas que o levam a resistir. O contribuinte resiste diante da cobrança de uma tributação ilícita; diante da cobrança ou da instituição de um tributo por um governo ou legislador ilegítimo; diante da possibilidade de se praticar uma conduta tributária menos onerosa, tendo o contribuinte a liberdade e o direito de resistir à tributação mais severa; e, no caso dos crimes contra a ordem tributária, quando apenas há a vontade livre e consciente de cometer o crime.
    A resistência fiscal, assim, tem um conteúdo que ora se distancia dos conceitos clássicos de direito de resistência (objeção de consciência, desobediência civil, greve política, direito de revolta, entre outros), ora se aproxima desses mesmos conceitos. É quando se veem na literatura, especialmente na estrangeira, expressões como “direito de resistência fiscal”, “objeção fiscal”, “desobediência fiscal”, “greve fiscal”, “revolta fiscal”, “rebelião fiscal”. Entre outras, tais expressões relacionam-se com os conceitos de “direito de resistência” e de “resistência fiscal”, tomados como dois gêneros em que algumas espécies coincidem, mas que também possuem pontos incomunicáveis.
    Com efeito, dado que seja gênero de múltiplas espécies, podem ser elencadas como modalidades de resistência fiscal: a) a resistência à cobrança de tributos ilícitos/inconstitucionais, que tem total amparo no princípio constitucional da legalidade tributária, tendo os contribuintes direito de resistir a essa tributação ilegal/inconstitucional; b) a resistência à cobrança ou à instituição de tributos que, mesmo amparados na lei e na Constituição Federal de 1988, são, porém, rechaçados pela sociedade, considerados ilegítimos pela população, ou rechaçados por camada social que se veja prejudicada com sua instituição; c) o crime tributário, que não passa de uma ofensa deliberada à lei; e d) a resistência lícita, na qual se opta por alternativa legal menos onerosa ou pela abstenção de conduta tributável.
    A história mostrou que a resistência fiscal, por mais que pareça natural e inevitável a toda realidade tributária, teve proporções menores em regimes considerados mais democráticos, uma vez que os abusos e o arbítrio das autoridades foram, em muitas sociedades, as principais causas para a recusa ao pagamento dos tributos. Verifica-se, assim, uma razão inversamente proporcional entre o quantum democrático de um regime político e a resistência social aos tributos por ele instituídos. Assim, a democracia participativa, em superação aos modelos clássicos e insuficientes da representação ou do exercício semidireto do poder, aponta para uma “relegitimação” do Estado fiscal, na qual a sociedade passa a tomar parte de espaços de decisões políticas.
    A sociedade contribuinte deve-se preocupar, portanto, no caminho a ser trilhado em direção a uma educação (para a cidadania) fiscal, não apenas com a “carga tributária”, mas com o destino das arrecadações e com os gastos públicos. Nesse sentido, já existem alguns avanços, como o da Lei n.º 12.741/2012, que obrigou, como direito básico dos consumidores, informarem-se os tributos incidentes e repassados no preço dos produtos, e os programas de educação fiscal ligados aos órgãos fiscais da União, dos estados e das capitais. Muito ainda, porém, estão alheios os cidadãos acerca do que o Estado arrecada e, mais ainda, de como gastam os governantes tais recursos, o que pode aumentar os índices de resistência fiscal na sociedade brasileira.

Isaac Rodrigues Cunha. Resistência fiscal, democracia e educação tributária: fundamentos para uma fiscalidade democrático-participativa por meio de uma “pedagogia fiscal”. Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito, Fortaleza, 2017 (com adaptações)
Considerando-se o fenômeno da concordância com termo antecedente, é correto afirmar que o vocábulo “o", no trecho “que o levam a resistir”, no primeiro período do segundo parágrafo do texto CB1A1, refere-se a 
Alternativas
Q2176567 Inglês
Text CB1A2-I 

    The quest for universal administrative standards to promote the effective application of public laws and policies gave birth to the field of public administration. Woodrow Wilson argued for a distinction between politics and administration, arguing that the former was more concerned with democracy, justice, and equality, while the latter was more concerned with efficiency, as he postulated that “administration lies beyond the proper domain of politics; administrative questions are not political questions” (Wilson, 1887). 
    According to Waldo (1948), the means and measurements of efficiency were the same for all administrations: democracy, if it were to survive, could not afford to ignore the lessons of centralization, hierarchy and discipline. Bureaucracy as an organisational type has seen its heyday in the field of public administration, owing to Woodrow Wilson’s Transfer of Administrative Principles.
    That notwithstanding, the field has gone through paradigmatic evolution over time by a quest for management paradigm derived from the discipline of business administration. The management approach is said to hold the promise of future public sector reform, replacing the administrative approach traditionally provided by public administration. A new concept arises when the management perspective is combined with an emphasis on the public sector: public management. 
    Courses and programmes, as well as whole academic institutions and colleges, are adapting by switching from the term “public administration” to “public management”. Considering the growing demands for efficiency in the public sector, the transition from a public administration to a public management framework seems to be the right step.

M.O. Obimpeh and J.A. Dankwa. Public administration – public management interface: how different is the “management” from the “administration”? Internet: (adapted)

According to text CB1A2-I, choose the option that refers correctly to Woodrow Wilson’s ideas concerning administration. 
Alternativas
Q2176568 Inglês
Text CB1A2-I 

    The quest for universal administrative standards to promote the effective application of public laws and policies gave birth to the field of public administration. Woodrow Wilson argued for a distinction between politics and administration, arguing that the former was more concerned with democracy, justice, and equality, while the latter was more concerned with efficiency, as he postulated that “administration lies beyond the proper domain of politics; administrative questions are not political questions” (Wilson, 1887). 
    According to Waldo (1948), the means and measurements of efficiency were the same for all administrations: democracy, if it were to survive, could not afford to ignore the lessons of centralization, hierarchy and discipline. Bureaucracy as an organisational type has seen its heyday in the field of public administration, owing to Woodrow Wilson’s Transfer of Administrative Principles.
    That notwithstanding, the field has gone through paradigmatic evolution over time by a quest for management paradigm derived from the discipline of business administration. The management approach is said to hold the promise of future public sector reform, replacing the administrative approach traditionally provided by public administration. A new concept arises when the management perspective is combined with an emphasis on the public sector: public management. 
    Courses and programmes, as well as whole academic institutions and colleges, are adapting by switching from the term “public administration” to “public management”. Considering the growing demands for efficiency in the public sector, the transition from a public administration to a public management framework seems to be the right step.

M.O. Obimpeh and J.A. Dankwa. Public administration – public management interface: how different is the “management” from the “administration”? Internet: (adapted)

Choose the option that is correct considering text CB1A2-I.  
Alternativas
Q2176569 Inglês
Text CB1A2-I 

    The quest for universal administrative standards to promote the effective application of public laws and policies gave birth to the field of public administration. Woodrow Wilson argued for a distinction between politics and administration, arguing that the former was more concerned with democracy, justice, and equality, while the latter was more concerned with efficiency, as he postulated that “administration lies beyond the proper domain of politics; administrative questions are not political questions” (Wilson, 1887). 
    According to Waldo (1948), the means and measurements of efficiency were the same for all administrations: democracy, if it were to survive, could not afford to ignore the lessons of centralization, hierarchy and discipline. Bureaucracy as an organisational type has seen its heyday in the field of public administration, owing to Woodrow Wilson’s Transfer of Administrative Principles.
    That notwithstanding, the field has gone through paradigmatic evolution over time by a quest for management paradigm derived from the discipline of business administration. The management approach is said to hold the promise of future public sector reform, replacing the administrative approach traditionally provided by public administration. A new concept arises when the management perspective is combined with an emphasis on the public sector: public management. 
    Courses and programmes, as well as whole academic institutions and colleges, are adapting by switching from the term “public administration” to “public management”. Considering the growing demands for efficiency in the public sector, the transition from a public administration to a public management framework seems to be the right step.

M.O. Obimpeh and J.A. Dankwa. Public administration – public management interface: how different is the “management” from the “administration”? Internet: (adapted)

In text CB1A2-I, the word “quest”, which appears in the first and in the third paragraphs, is synonymous with  
Alternativas
Respostas
11: D
12: C
13: D
14: A
15: D