Questões de Português - Uso das aspas para Concurso

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Q2374155 Português




Marina Colasanti. Eu sei, mas não devia.

In: Jornal do Brasil, 1972 (com adaptações).


Acerca de aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item.


Seria correto isolar o trecho “hoje não posso ir” (linha 13) entre aspas. 
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Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN Provas: FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Assistente Administrativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Manutenção de Computadores | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Tradutor e Intérprete de Libras | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Agente Comunitário de Saúde | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Agente de Combate às Endemias | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Auxiliar de Apoio Pedagógico | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Auxiliar de Saúde Bucal - ASB | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Análises Clínicas | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Edificações | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico em Enfermagem | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Cinegrafista Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Operador de Mídia | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo - Área Legislativa | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Técnico Legislativo - Apoio em Informática | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Recepcionista Legislativo | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Operador de Máquinas Pesadas | FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Carnaúba dos Dantas - RN - Cuidador de Pessoa com Deficiência |
Q2373526 Português
Falácia do injustificável

Por Margareth Dalcolmo


            Inacreditável que, em meio a tantos problemas relevantes e preocupações no momento que vivemos, com guerras insanas, recrudescimento de ódios, vilipêndio de culturas, necessidade de reconstruir tanta coisa, e, por outro lado, maravilhas tecnológicas que nos inspiram e desafiam em torná-las acessíveis ao maior número de pessoas, estejamos diante de uma discussão sobre algo tão sobejamente nocivo, em todos os sentidos, como os dispositivos eletrônicos de fumar. Mas o fato é que nas últimas semanas se intensificou o assunto, sob a pressão de produtores e políticos, para que a regulamentação vigente no Brasil desde 2009 e ratificada em 2022 seja revista, liberando a comercialização.

            Independentemente do teor de qualquer argumento, subjetivo ou científico, a configurar uma retórica construída sobre o que poderíamos definir como uma criação do mal, é preciso deixar claro, para os não iniciados nessa já cansada discussão, que após tentativas de captar novos adictos em nicotina, ao longo dos anos, com uso de filtros, seguidas de formulações chamadas “light”, surgem no mercado, nos últimos quinze anos, os dispositivos eletrônicos de fumar. Se fossem apenas suntuários e lúdicos, como tantos outros objetos de consumo da nossa contemporaneidade, seriam aceitáveis. Mas não. Surgiram da obstinação da indústria em lucrar, após a redução do número de fumantes em várias regiões do planeta. Eles não são inocentes, eles não podem ser travestidos de “redutores de danos” em pessoas que querem abandonar os cigarros convencionais, uma vez que contém altas doses de nicotina, que é a substância altamente viciante. Estamos assim a criar novas legiões de dependentes. E aos que nos questionam, então o porquê de ser reaberta essa discussão em consulta pública pela Anvisa, como ora ocorre, por sessenta dias, esclarecemos que esse é um procedimento de boas práticas em processos regulatórios, e não necessariamente modifica o racional.

             O Brasil como país vitorioso em sua pioneira luta contra os cigarros convencionais de direitos individuais, reduzindo substantivamente o número de usuários de quase 40% para menos de 10% da população, também o é na regulação que criou, desde 2009, proibindo a comercialização de qualquer produto de tabaco aquecido em território nacional. É falacioso afirmar que fabricar, gerar empregos e impostos superaria os gastos com saúde em decorrência das doenças.

         É repetitivo afirmar que há consenso entre especialistas que a indústria do tabaco seja responsável por causar dezenas de doenças e 12% dos óbitos no mundo, de acordo com as estimativas da OMS. O uso desses dispositivos desencadeou até mesmo o surgimento de uma nova doença, denominada Evali (Doença Pulmonar Associada aos Produtos de Cigarro eletrônico ou Vaping), que pode levar o paciente à UTI, ou mesmo à morte, em decorrência de insuficiência respiratória. É falacioso afirmar que o Evali foi apenas um surto, ocorrido nos Estados Unidos, causado por concentrações sem controle de substâncias, entre elas o THC.

            É falsa também a informação que a utilização de dispositivos eletrônicos de fumar no país quase quadruplicou em 4 anos. Toda a publicidade para a venda desses produtos não tem como alvo os dependentes do cigarro tradicional, mas sim um novo mercado consumidor composto, principalmente, por jovens, adolescentes e até mesmo crianças. No Brasil, entre estudantes de 13 a 17 anos, 16,8% já experimentaram cigarro eletrônico, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), que contempla o período de 2009 a 2019.

              Na reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa dos últimos dias, houve manifestações subjetivas de pessoas, o que não deverá ser considerado em análise técnica frente aos relatórios absolutamente bem documentados com base na cronologia dos fatos científicos e experiências de regulamentação de outros países, apresentados nos votos dos diretores, em particular pelo Diretor Presidente Barra Torres. A Academia Nacional de Medicina também publicou contundente parecer contra qualquer liberação desses produtos.

          Como os senhores da guerra, historicamente não matam, mandam matar e não morrem, mandam morrer, imagino que nenhum dono da poderosa indústria tabageira fume dispositivos eletrônicos ou estimulem que seus filhos o façam, em nome da preservação da saúde e do bem estar e tampouco se permitam a desfaçatez do argumento de “redução de danos”.


Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/a-hora-da-ciencia/[acesso em dez. de 2023]
Considere o período a seguir.

Eles não são inocentes, eles não podem ser travestidos de “redutores de danos” em pessoas que querem abandonar os cigarros convencionais, uma vez que contém altas doses de nicotina, que é a substância altamente viciante.

As aspas foram utilizadas para demarcar uma
Alternativas
Q2373505 Português
TEXTO 1

Mais uma distorção: comunicar é o que importa

Marcos Bagno


        Existe na nossa cultura escolar, no que diz respeito ao ensino de língua, uma ideia muito entranhada e que precisa ser veementemente exposta e combatida. É a noção de que “o que importa é comunicar”, de que “se a mensagem foi transmitida, tudo bem”, e coisas assim. É fundamental deixar bem claro aqui que não, não e não — essa é uma visão muito pobre e mesquinha do que é a língua e dos mecanismos sociais que a envolvem. Repetir essa ideia é algo extremamente prejudicial para uma boa educação linguística.

             Essa ideia é uma deturpação violenta de teorias linguísticas sofisticadas que, lidas pela metade ou só na superfície (quando são lidas), se transformam em conceitos tomados como “verdades científicas” pelos que não se empenham em estudar mais a fundo. E, para piorar, serve de acusação contra os linguistas por parte de pessoas que pretendem, com isso, desqualificar o trabalho dos pesquisadores e tentar preservar a ferro e fogo uma concepção de “língua culta” obtusa, obscura e irreal.

            Essas pessoas alegam que, para os linguistas, “vale tudo”, que “o importante é comunicar”, que “não é preciso corrigir os alunos”, entre outras acusações injustas que não correspondem a nada que linguistas sérios já escreveram ou disseram em público. Para se opor, então, ao que os linguistas jamais disseram, os defensores de uma concepção de língua (e de sociedade) arcaica e pré-científica apregoam o “ensino da gramática” e a inculcação de uma escorregadia “norma culta”.

              A língua é muito mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela é palco de conflitos sociais, de disputas políticas, de propaganda ideológica, de manipulação de consciências, entre muitas outras coisas. A manipulação social da língua nos leva a votar nessa ou naquela pessoa, a comprar tal ou qual produto, a admitir que determinado evento ocorreu de determinada maneira e não de outra, a aderir a uma ideia, a acreditar nessa ou naquela religião, e por aí vai, e vai longe...

             No mercado financeiro, por exemplo, tudo se faz por meio das palavras. Os títulos negociados na Bolsa de Valores não têm existência concreta, são mera abstração, dependem exclusivamente do que se diz ou do que se deixa de dizer: basta lançar um boato sobre uma empresa dizendo que ela está para falir, e o valor das ações despenca. O que alguns chamam de “invasão” (de terras, por exemplo) outros chamam de “ocupação” (de áreas improdutivas). Onde alguns falam de “terrorismo” outros preferem falar de “revolução”. Para os fiéis de uma determinada religião, certos atos são “pecados”, enquanto para os de outra são perfeitamente justificados e bem-vindos. O que o governo americano chamou de “Guerra do Iraque” muitos analistas classificam simplesmente de “invasão”, já que os iraquianos não fizeram nada contra os Estados Unidos.

          A língua é a nossa faculdade mais poderosa, é o nosso principal modo de apreensão da realidade e de intervenção nessa mesma realidade. Vivemos mergulhados na linguagem, não conseguimos nos imaginar fora dela — estamos mais imersos na língua do que os peixes na água.

              Além disso, a língua é um fator importantíssimo na construção da identidade de cada indivíduo e de cada coletividade. Ela tem um valor simbólico inegável, é moeda de troca, é arame farpado capaz de incluir alguns e excluir muitos outros. É pretexto para exploração, espoliação, discriminação e até mesmo massacres e genocídios, como já vem expresso num conhecido episódio bíblico.

        Numa guerra entre duas tribos de Israel, os galaaditas e os efraimitas, os primeiros se apoderaram dos vaus do Jordão, trechos rasos que podiam ser atravessados a pé. Quando alguém atravessava o rio, os galaaditas mandavam que pronunciasse a palavra shibboleth (“espiga”): na variedade linguística dos efraimitas, a palavra era pronunciada sibboleth, sem o “chiado” inicial. Quando ouviam essa pronúncia, os galaaditas “então os matavam nos vaus do Jordão. Caíram naquele tempo quarenta e dois mil homens de Efraim” (Juízes 12,4-6). Por isso o termo shibboleth é usado para designar qualquer elemento social empregado para discriminar ou mesmo exterminar uma pessoa ou grupo de pessoas.

              Portanto, não se pode admitir essa falácia de que “o importante é comunicar”. Abrir a boca para falar é se expor, inevitavelmente, aos julgamentos sociais, positivos e negativos, que configuram nossa cultura. Falar é comunicar, sim, mas não “transmitir uma mensagem” como ingenuamente se pensa: é comunicar quem somos, de onde viemos, a que comunidade pertencemos, o quanto estamos (ou não) inseridos nos modos de ver, pensar e agir do nosso interlocutor.

             Assim, numa sociedade como a brasileira, tradicionalmente excludente e discriminadora, é fundamental que a escola possibilite a seus aprendizes o acesso ao espectro mais amplo possível de modos de expressão, a começar pelo domínio da escrita e da leitura, direito inalienável de qualquer pessoa que viva num país republicano e democrático. A leitura e a escrita, o letramento, enfim, abre as portas de incontáveis mundos discursivos, aos quais os aprendizes só vão ter acesso por meio da escolarização institucionalizada.


(BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2011)
Sobre o uso das aspas, ao longo do texto, é correto afirmar:
Alternativas
Q2372777 Português
Facebook, Meta, Instagram: é vício? Entenda os diferentes graus de dependência das redes sociais

Mau uso de plataformas tem diferentes fases e é preciso atenção para excessos, dizem especialistas.


    O uso excessivo de redes sociais, principalmente em jovens menores de 18 anos, preocupa médicos e entidades que combatem a chamada dependência tecnológica. Especialistas alertam, porém que não é apenas o uso das plataformas por longas horas que define o vício, mas a falta de controle e a dominância sobre outras ações.
    “Sou médico e uso o WhatsApp o dia inteiro para responder pacientes. Isso quer dizer que eu estou dependente porque eu estou usando demais? Não, porque é algo que faz parte da minha profissão”, afirma Rodrigo Menezes Machado, psiquiatra colaborador do Ambulatório de Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria da USP (Universidade de São Paulo). Machado admite que é impossível negar a tecnologia, porém a questão da dependência está relacionada à perda de controle. “É aquela sensação da ‘nossa, peguei meu celular e só ia olhar algo muito específico no Instagram. Passei mais de três horas’.” 
     Aliada à falta de controle estão os prejuízos em outras esferas da vida, como a acadêmica, a social e a familiar. Por exemplo, a pessoa que prefere ficar nas redes sociais a sair com os amigos diminui os vínculos sociais, o desempenho acadêmico cai, o trabalho deixa de ter o rendimento que tinha antes e afeta o sono. Katia Ethiénne dos Santos, professora da PUC Paraná, tem pós-doutorado na área de educação digital e afirma que existe desde 2015 o conceito chamado de “onlife”. Ele consiste na fronteira entre os universos físico e virtual, de maneira que já não temos mais percepção do que é um e do que é outro. “Dentro desse contexto hiperconectado, é difícil ficarmos longe, manter o equilíbrio. É fundamental que o mesmo cuidado que temos com as outras tecnologias, como foi com a televisão, também exista para as redes sociais, especialmente quando somos pais ou responsáveis de crianças e jovens”, afirma.
    Pensando na dependência, o Geat (Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas) criou um repositório de dados onde são compilados os resultados da pesquisa sobre vício em tecnologia. A ideia é que a plataforma seja utilizada por pais, responsáveis, educadores e profissionais da saúde para orientar os jovens sobre segurança digital, como identificar padrões de comportamento de vício, quais os tipos de acessos que apresentam maior risco e o que fazer.
    A OMS (Organização Mundial da Saúde) já classifica a “gaming disorder” (distúrbio de jogos eletrônicos) como uma condição mental com classificação específica na lista de enfermidades de importância médica (chamada CID). O Instituto Delete, grupo de pesquisa ligas à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), disponibiliza tratamento para consumo exagerado de tecnologia. Todas as sextas-feiras, o Delete oferece atendimento gratuito aberto ao público no Instituto de Psiquiatria e possui um teste relacionado a vício de telas no site. O instituto divide os usos de redes sociais em três níveis: 

     a. Usuário consciente: é quando o virtual não atrapalha o real.

     b. Usuário abusivo: o virtual atrapalha a realidade do usuário, mas existe um nível de controle.

     c. Usuário dependente: o virtual atrapalha o real e existe um nível de perda de controle.     

     Como evitar que uso de redes sociais se torne um vício?        

      Controlar o conteúdo acessado, principalmente por jovens na faixa de 7 a 12 anos.

      Passar mais tempos juntos, praticando atividades que estimulem o físico e também a criatividade das             crianças, como jogos e brincadeiras.

      Ter uma rede de apoio que ajuda a ouvir e a conversar com a criança sobre valores.

      Ao menor sinal de mudança de comportamento, como falta de sono e apetite, conversar para entender           se ela está sofrendo com vício nas redes sociais.

      Conversar, principalmente com os mais jovens, sobre o que deve ou não ser compartilhado nas redes.



(Folha de S. Paulo. Ana Botallo, Isabella Menon. Em: 27 de maio de 2023.)

Releia:
1. “Sou médico e uso o WhatsApp o dia inteiro para responder pacientes. Isso quer dizer que eu estou dependente porque eu estou usando demais? Não, porque é algo que faz parte da minha profissão [...]” (2º§). 
2. “É aquela sensação da ‘nossa, peguei meu celular e só ia olhar algo muito específico no Instagram. Passei mais de três horas’.” (2º§).
3. “onlife” (3º§).
4. “Dentro desse contexto hiperconectado, é difícil ficarmos longe, manter o equilíbrio. É fundamental que o mesmo cuidado que temos com as outras tecnologias, como foi com a televisão, também exista para as redes sociais, especialmente quando somos pais ou responsáveis de crianças e jovens [...]” (3º§).
5. “gaming disorder” (5º§).

Considerando os destaques textuais, analise as afirmativas a seguir. 
I. As aspas em 1, 2 e 3 são usadas para dar sentido particular, representando a escrita.
II. As aspas em 5 são usadas para uma expressão.
III. As aspas em 2, 4 e 5 são empregadas para marcar conotações.
IV. As aspas em 1 e 4 são empregadas para marcar falas.
V. As aspas em todas as assertivas possuem a mesma função: marcar uma fala ou expressão.

Está correto o que se afirma apenas em 

Alternativas
Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: TJ-RJ Prova: FGV - 2024 - TJ-RJ - Mediador Judiciário |
Q2370281 Português
Assinale a frase em que o emprego das aspas mostra uma função diferente das demais. 
Alternativas
Respostas
41: C
42: B
43: B
44: C
45: E