Questões de Concurso
Sobre pontuação em português
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Texto CG1A4
Mais de 45% dos adolescentes brasileiros de 15 anos de idade têm conhecimento em educação financeira abaixo do considerado adequado, segundo os resultados de 2024 do PISA, uma das principais avaliações internacionais de qualidade da educação básica.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os 20 países que participaram da avaliação, o Brasil ficou em 18.º lugar, com desempenho semelhante ao do Peru, da Costa Rica e da Arábia Saudita.
17,9% dos estudantes de 15 anos de idade dos países-membros da OCDE apresentam desempenho abaixo do esperado. Nesse patamar, os jovens conseguem, na melhor das hipóteses, reconhecer a diferença entre necessidade e desejo de adquirir ou consumir algo e tomar decisões simples sobre gastos diários.
O nível de conhecimento considerado adequado pelo PISA é aquele em que os estudantes conseguem fazer planos financeiros em contextos simples, como compreender as taxas de juros de um empréstimo ou interpretar corretamente documentos, como faturas de cartão ou um recibo de pagamento. “Promover educação financeira é garantir que os estudantes tenham conhecimento dos conceitos e riscos financeiros, bem como garantir que eles tenham competência para aplicar essa compreensão na tomada de decisões”, define o relatório da avaliação.
O PISA tradicionalmente avalia os conhecimentos dos alunos de 15 anos de idade em matemática, ciências e leitura. Há dez anos, o Brasil tem registrado baixo desempenho em todas as áreas analisadas.
Ainda que o Brasil tenha apresentado um dos desempenhos mais baixos, o relatório da OCDE destaca que o país avançou ao longo dos anos. Em 2015, quando uma avaliação semelhante foi aplicada, 53% dos estudantes brasileiros não tinham conhecimentos básicos sobre educação financeira.
O documento destaca, ainda, que a melhora no desempenho é reflexo da inclusão da educação financeira no currículo escolar brasileiro: “No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui a educação financeira como tema transversal a ser integrado nas disciplinas obrigatórias”.
Consta também no relatório da OCDE que os países avaliados enfrentam um desafio em comum, que é dar apoio e condições para que os estudantes mais vulneráveis tenham condições de tomar decisões responsáveis economicamente. “Os resultados mostram que os estudantes socioeconomicamente desfavorecidos apresentam os níveis de menor desempenho, o que indica ser imperioso adotar políticas para evitar o aumento das desigualdades”, diz o documento.
Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).
Considere o seguinte fragmento: "Ascende" dizia o ascensorista. Depois: "Eleva-se". "Para cima". "Para o alto". "Escalando". Quando perguntavam "Sobe ou desce?" respondia "A primeira alternativa".”
A utilização da pontuação aspas (“) justifica-se neste excerto:
Pesquisadores do Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologia (CCS Nano) da Unicamp, em Campinas (SP), criaram uma forma de conter deslizamentos de terra e melhorar a qualidade do solo com lignina, um subproduto da indústria de papel geralmente descartado.
A lignina é um material que ajuda na união das fibras de celulose de uma planta e é eliminada na produção de papel. A principal produtora de papel no Brasil produz cerca de 1 milhão de toneladas por ano.
Segundo os pesquisadores, o produto desenvolvido tem sustentabilidade ambiental por ser feito a partir de um material que é biocompatível, ou seja, que é totalmente absorvido na natureza sem deixar resíduos.
Para entender como foi descoberto e funciona o composto, o g1 conversou com os pesquisadores do CCS Nano, o físico Stanislav Mochkalev, coordenador das pesquisas e a química Silvia Vaz Guerra Nista. Confira os detalhes abaixo.
Contenção de deslizamento
Mochkalev trabalha no processamento de nanomateriais há dez anos e utiliza micro-ondas na fabricação de sensores, baterias de lítio e supercapacitores. Recentemente, passou a testar a lignina para responder a uma demanda da indústria de papel que quer dar um destino ao resíduo.
“Um rejeito da indústria, de fato, um lixo que não custa praticamente nada [...] a maior parte de uso acontece em caldeiras com o pó de lignina quando ela seca, aí ela consegue produzir calor em caldeiras. Mas esse uso é muito poluente”, diz.
Durante os testes, que envolvem outros aditivos além da lignina e o aquecimento do composto com micro-ondas, ele conta que se formaram estruturas em três dimensões no formato de cápsulas de 1 a 2 cm³ que não estavam previstas.
"A gente conseguiu fazer cápsulas. Essa descoberta foi, de fato fenomenal", conta. Pois foi a partir deste formato, que revelou ter boa estrutura mecânica e alta porosidade, que o grupo conseguiu ampliar as aplicações do produto. Essas cápsulas são capazes de absorver até cinco vezes o seu peso em água, então surgiu a ideia dos "poços de absorção" para áreas de encosta.
Ele explica que a ideia é colocar as cápsulas em pequenos poços cilíndricos em uma profundidade de 3 a 5 m no topo de uma área de encosta. No momento que cair a chuva, essa água é absorvida de forma muito rápida, evitando o acúmulo na superfície, e que depois libera gradualmente.
"A gente tem experimentos no laboratório que mostram que as cápsulas seguram semanas a água, diminuindo o risco de deslizamentos", explica.
A pesquisadora Nista inclusive falou de uma possibilidade que ainda não foi testada, mas o produto tem potencial para ser utilizado em áreas de risco de enchente absorvendo o excesso de água como uma "esponja".
Solo biocompatível
Outra aplicação para o composto que a equipe observou é a capacidade de emular as propriedades da ‘terra preta’ que é um solo fértil e rico em matéria orgânica encontrado na Amazônia. Dentre os elementos mais comuns, há o grafite e óxido de grafite oriundo das fogueiras e outras coisas da floresta.
"A terra preta é muito produtiva, quatro a cinco vezes mais produtiva se comparada com a terra comum que é usada na agricultura", explica o físico.
Segundo os pesquisadores, o objetivo inicial era fazer um pó de lignina, mas ao passar pelo processo de micro-ondas e com a criação das estruturas em forma de cápsulas, perceberam a propriedade de imitar as características físicas de porosidade e absorção de água do solo amazônico.
Assim, explica que o produto de lignina tem a capacidade de aumentar a produtividade agrícola e reduzir a dependência de fertilizantes químicos. Com o tempo, o solo com o composto deve favorecer a formação de um bioma como um fertilizante natural.
Além disso, os pesquisadores também ressaltam que é um produto que será absorvido totalmente na natureza sem deixar resíduos.
(“Pesquisa da Unicamp testa o uso de ‘lixo’ da indústria de papel para evitar deslizamentos de terra e melhorar solo para agricultura”. Marcelo Gaudio, 16/03/2025. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/03/16/pesquisa-da-unicamp-testa-uso-de-lixo da-industria-de-papel-para-evitar-deslizamentos-de-terra-e-melhorar-solo-para-agricultura.ghtml. Adaptado)
O cronista tem como sua principal fonte de inspiração a realidade – as catástrofes e as belezas do dia a dia. A vida como ela se apresenta aos olhos do tempo e do momento.
A vida, assim como o mar, o vento, as montanhas, a música e a luz, vem em ondas. Ondas de alegria e tristeza. E nós vamos surfando entre flores, temores, amores e a solidão, nossa eterna companheira.
Assim funciona o coração do cronista. Garimpar todos esses sentimentos que flutuam no espaço temporal entre uma crônica e outra e traduzi-los em palavras, espetinhos de cutucar o coração e despertar a alma.
O grande temor de um cronista é faltar munição. Explicação: faltar motivação para traduzir a realidade em sentimentos. Alegres, tristes, irônicos, nojentos, vulgares, poéticos, históricos, banais. Vale tudo, menos o silêncio. Por isso, cronistas geralmente detestam ditadores e ditaduras. Detestam o silêncio.
Por outro lado, momentos de chumbo oferecem vasta munição para o olhar crítico e revolucionário do cronista. As armas de um cronista são a caneta e o papel, hoje substituídos pelo computador. A munição é a palavra.
A inspiração vem com a enchente que não passa, o lixo que entope as ruas, a epidemia que castiga, a guerra que se arrasta, a solidariedade que emociona e tropeça na ficha que vai caindo devagar no poço sem fundo do sofrimento.
Compramos tudo a quilo e mais caro. O arroz empapado, o feijão encruado, a carne sem músculos. Sobram hormônios e efeito estufa a nos cozinhar vivos dentro de nossa própria panela de pressão. O voo cego do morcego e a lagartixa imóvel na parede. Tudo é munição para a batalha inóspita e quixotesca de um cronista.
A tecnologia, que nos inebria, transforma sonhos em pesadelos. Eis que surge um hospital na China onde a inteligência artificial (IA) comanda as condutas. Mas como ficam o olhar, o carinho e o acolhimento diante da frieza do silício?! Pergunta de cronista é para engasgar o leitor.
A ciência nos revelou essa semana o que já sabíamos desde que o mundo é mundo: a raiva mata! Resultados de um ensaio clínico randomizado, publicado no Journal da American Heart Association e salientados no JAMA, online May 31, 2024, sugerem que a raiva afeta a dilatação dos vasos sanguíneos, gerando acidente vascular e infarto agudo do miocárdio. Os pesquisadores, apoiados pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), visam examinar como as emoções negativas afetam os vasos sanguíneos. Fácil de entender, difícil de explicar.
Cronistas decantam o mundo e fazem a profilaxia da raiva. Fazem bem ao coração.
ESTORNINHO, Carlos. Ode ao cronista. Estado de Minas,
Bem viver, 04 jun. 2024, p. 28 (adaptado).
Sucesso absoluto no Brasil, especialmente na combinação de “arroz com feijão”, o feijão foi historicamente negligenciado na culinária norte-americana, mas pode estar tendo um retorno bem-vindo graças à última tendência de preparação de refeições. Os norte-americanos são famosos por não comerem feijão, afastando-se dessa fonte de alimento saudável.
Do grão-de-bico ao edamame, os grãos são ricos em proteínas de origem vegetal e uma maneira fácil de adicionar mais alimentos saudáveis a uma refeição, com cerca de 15 gramas de proteína por xícara. O feijão também contém vitaminas e minerais importantes, como vitaminas do complexo B, folato, ferro, magnésio e potássio. Devido ao seu alto teor de fibras (12 a 15 gramas em uma porção de salada) e carboidratos de digestão lenta, o feijão reduz o colesterol ruim LDL e tem um efeito cardioprotetor. Os carboidratos contidos nos feijões são considerados de baixo índice glicêmico, portanto, elevam os níveis de açúcar no sangue muito lentamente. Se você tem pré-diabetes ou diabetes, eles podem ajudá-lo a controlar o açúcar no sangue.
Além de seus benefícios nutricionais, as saladas com feijão também são uma opção sustentável do ponto de vista ambiental. Em comparação com outras fontes de proteína, muitos feijões crescem usando significativamente menos água, terra e petróleo. Os feijões fixam nitrogênio, contribuindo para a saúde do solo, o que promove mais biodiversidade.
Fonte: National Geographic Brasil. Adaptado.
Internet: <www.exame.com> (com adaptações).
Com base nesse conceito, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir:
Baixa escolaridade é principal fator de risco para demência no Brasil, mostra estudo inédito
Em países do hemisfério norte, desenvolvimento da doença está associado a sexo e idade
A baixa escolaridade é o principal fator de risco para o declínio cognitivo entre idosos do Brasil, enquanto a falta de saúde mental desponta como possível causa de problemas de perda de autonomia, mostra estudo brasileiro publicado na revista The Lancet Global Health. O baixo acesso à educação superou variáveis tradicionalmente associadas ao sintoma, como idade ou sexo.
O projeto, liderado pelo professor Eduardo Zimmer, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e apoiado a saúde pelo Instituto Serrapilheira, evidencia a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso universal ao ensino e o cuidado com mental desde cedo. "Para resolver o declínio cognitivo, precisamos colocar todo mundo na escola desde a infância. É fundamental garantir que crianças e adolescentes tenham acesso à educação", destaca Zimmer.
O professor também ressalta que os resultados alertam para a importância de considerar as particularidades regionais ao analisar dados globais. Estudos feitos em países desenvolvidos, com outras realidades socioeconômicas, apontam idade e sexo como os principais fatores associados a essas doenças.
"Começamos ver que o cérebro do brasileiro diferente do é completamente cérebro do Norte Global", afirma o especialista. O país tem sofrido com um aumento no número de casos de demências, como o Alzheimer. O envelhecimento da população cumpre papel fundamental nesse cenário, mas a nova pesquisa reforça a influência de outros fatores.
A investigação, inédita, usou inteligência artificial para comparar dados de 9,4 mil pacientes brasileiros obtidos por meio do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSA- Brasil). As informações socioeconômicas e de saúde foram comparadas com as de outros países latino-americanos de renda alta (Uruguai e Chile) e baixa ou média (Colômbia e Equador). No total, mais de 40 mil pessoas foram envolvidas.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/02/baixa-escolaridade- e-principal-fator-de-risco-para-demencia-no-brasil-mostra-estudo-inedito.shtml. Acesso em 05/02/2025 (Adaptado).
Por que, em pleno século XXI, milhões de pessoas ainda estão fora da escola?
(Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/blogs/2.221;15/01/2025 – texto adaptado especialmente para esta prova).
( ) O ponto de interrogação utilizado ao final do período atribui à frase entonação interrogativa ou de incerteza, também chamada de retórica.
( ) A pergunta, entre outras, tem a função de estimular o interlocutor a uma reflexão acerca do assunto discorrido no texto.
( ) O leitor é levado a pensar sobre o seu próprio futuro, visto a ocorrência do verbo flexionado na primeira pessoa do plural, dando, assim, ideia de inclusão na problemática.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: