Questões de Literatura - Teoria Literária para Concurso

Foram encontradas 98 questões

Q2421807 Literatura

Regina Zilberman sintetiza as ideias de Hans Robert Jauss, que, a partir dos anos 1960, orientam a teoria da literatura na direção da estética da recepção, conferindo à atuação do leitor papel distintivo no processo de conhecimento e descrição da obra de arte literária. Para o crítico alemão, na síntese de Zilberman, a natureza eminentemente libertadora da arte se explicita pela experiência estética, composta por três atividades simultâneas e complementares – a poiesis, a aisthesis e a katharsis – cuja concretização depende da principal reação de que é capaz o leitor: a identificação. Enquanto culminância do exercício de leitura, a identificação, suscitada pelo herói, é categorizada em cinco modalidades, sobre as quais afirma-se que a


I. catártica é aquela tem um fundo liberador, própria à tragédia, conforme esperava Aristóteles.

II. associativa é desencadeada pelas personagens que se aproximam ao “homem comum”.

III. admirativa é produzida pela figura que corporifica um ideal e converte-se num exemplo a ser seguido.

IV. simpatética é aquela em que a representação se torna uma espécie de jogo, fazendo com que o espectador se integre à ficção.

V. irônica é aquela que leva o destinatário ao distanciamento e à reflexão, estando presente, com frequência, na ficção contemporânea.


Estão corretas apenas as afirmativas

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Q2421797 Literatura

Leila Perrone-Moisés sintetiza alguns argumentos sobre o porquê de se estudar literatura: ensinar literatura é ensinar a ler e, nas sociedades letradas, sem leitura não há cultura; os textos literários podem incluir todos os outros tipos de texto que o aluno deve conhecer; a significação, no texto literário, não se reduz ao significado, operando a interação de vários níveis semânticos e produzindo interpretações teoricamente infinitas; a literatura de ficção, ao mesmo tempo em que ilumina a realidade, mostra que outras realidades são possíveis, desenvolvendo a capacidade imaginativa e inspirando transformações históricas; e, por último, a poesia capta níveis de percepção e de fruição da realidade que outros tipos de texto não alcançam.


Considerando as virtudes arroladas pela autora, o ensino de literatura deve pressupor que o professor

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Q2421792 Literatura

A aproximação entre literatura e artes visuais, cujas origens remontam à filosofia clássica, foi amplamente abordada pelos estudos comparatistas ao longo do século XX. Além disso, tem demostrado fôlego em perspectiva analítica ao adentrar o recente século XXI, sobretudo pela potência de seus criadores, cujas obras, tanto artísticas quanto críticas, renovam não apenas a secular interseccionalidade entre os códigos na construção dos objetos em si, mas também (re)ativam leituras desses e de outros objetos do passado, num esforço de compreensão do contemporâneo.


Adriana Varejão, ao se apropriar da arte da azulejaria portuguesa com suas figuras ornamentais, bem como de representações pictóricas dos sujeitos do Novo Mundo elaboradas a partir do imaginário colonial/patriarcal dos expedicionários europeus, produz uma espécie de narrativa não discursiva, verificada em trabalhos como “Figura de convite II”, “Figura de convite III” e “Filho bastardo”, estabelecendo, de acordo com Silviano Santiago, um “jogo da encenação”, no qual a artista é a “dobradiça cosmopolita” dessa “porta de vaivém” dos sentidos.


Para o ensaísta, em termos de uma teoria da literatura transponível à leitura da obra de Varejão,

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Q2421788 Literatura

Marcos Bagno chama de “dramática da língua portuguesa” a oposição, instaurada no ensino, entre a norma-padrão e as variedades cultas da língua. Ela escancara o conflito entre os usos reais da língua e a obrigação, sentida pelos professores, de fazer cumprir um conjunto de regras que praticamente nenhum falante respeita em sua integralidade – nem mesmo os que tentam impô-las.


Diante desta constatação, o linguista propõe que a escola deva ensinar a

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Q2404964 Literatura

Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos — esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres.

Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.

Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados.

Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.

Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos abanando.

Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos — de ascite consecutiva à alimentação tóxica — com os fardos das barrigas alarmantes.

Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais.


ALMEIDA, J. A. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.


Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado “Romance de 30” da literatura brasileira manifestam-se aqui no(a)

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Respostas
1: B
2: C
3: B
4: C
5: A