Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de araçatuba - sp

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Q2204409 Português
O menino que escrevia versos

    – Ele escreve versos!
    Apontou o filho, como se entregasse criminoso na esquadra. O médico perguntou:
    – Há antecedentes na família?
    – Desculpe, doutor?
    O médico explicou em pormenores. Dona Serafina respondeu que não. O pai da criança, mecânico de nascença e preguiçoso por destino, nunca espreitara uma página. Lia motores, interpretava chaparias. Tratava-a bem, mas a doçura mais requintada que conseguira tinha sido em noite de núpcias:
    – Serafina, você hoje cheira a óleo Castrol!
    Ela hoje até se comove com a comparação: perfume de igual qualidade qual outra mulher ousa sequer sonhar? Pobres que fossem esses dias, para ela, tinham sido lua-de- -mel. O filho fora confeccionado nesses namoros de unha suja, restos de combustível manchando o lençol.
    A oficina mal dava para o pão e para a escola do miúdo. Mas eis que começaram a aparecer, pelos recantos da casa, papéis rabiscados com versos. O filho confessou, sem pestanejar, a autoria do feito.
     O pai logo sentenciara: havia que tirar o miúdo da escola. Aquilo era coisa de estudos a mais, perigosos contágios, más companhias. Pois o rapaz, em vez de se lançar no esfrega- -refrega com as meninas, se acabrunhava nas penumbras e, pior ainda, escrevia versos. Que se passava: mariquice intelectual? Ou carburador entupido, avarias dessas que a vida do homem fica em ponto morto?
     Dona Serafina defendeu o filho e os estudos. O pai, conformado, exigiu que ele fosse examinado.
    – O médico que faça revisão geral, parte mecânica e elétrica. Que se afinasse o sangue, calibrasse os pulmões, lhe espreitassem o nível do óleo. O que urgia era terminar com aquela vergonha familiar.
     Olhos baixos, o médico escutou tudo e aviava a receita.
Com enfado, dirigiu-se ao menino:
    – Dói-te alguma coisa?
    – Dói-me a vida, doutor.
    A resposta o surpreendeu.
    – E o que fazes quando te assaltam essas dores?
    – O que melhor sei fazer, excelência, sonhar.
   Serafina desferiu um tapa na nuca do filho. Não lembrava o que o pai lhe dissera sobre os sonhos? Que fosse sonhar longe! Mas o filho reagiu: longe, por quê? Perto o sonho aleijaria alguém? O pai teria, sim, receio de sonho. E riu-se, acarinhando o braço da mãe.
   O médico estranhou o miúdo. Custava a crer, visto a idade. O menino exemplificaria os sonhos, mas o doutor interrompeu-o dizendo que não tinha tempo e que ali não era uma clínica psiquiátrica.
    A mãe, desesperada, pediu que o doutor olhasse o caderninho dos versos, a ver se ali catava o motivo de tão grave distúrbio. Contrafeito, o médico aceitou e propôs que voltasse na próxima semana.
    Na semana seguinte, o médico, sisudo, perguntou ao menino se ele havia escrito mais versos.
    – Isto que faço não é escrever, doutor. Estou, sim, a viver. Tenho este pedaço de vida – disse, apontando um novo caderninho.
    O médico chamou a mãe, à parte. Que aquilo era mais grave do que se poderia pensar. O menino carecia de internamento urgente. Ele assumiria as despesas, o menino ficaria em sua clínica para o tratamento.
    Hoje quem visita o consultório raramente encontra o médico. Manhãs e tardes ele se senta num recanto do quarto onde está internado o menino. Quem passa pode escutar a voz do filho do mecânico que vai lendo, verso a verso, o seu próprio coração. E o médico, abreviando silêncios:
    –Não pare, meu filho. Continue lendo...

(Mia Couto, O menino que escrevia versos. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho destacado está reescrito, nos parênteses, de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação dos pronomes.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Araçatuba - SP
Q1234120 Pedagogia
Conforme a Lei Federal no 9.394/96, art. 31, a educação infantil será organizada de acordo com algumas regras comuns, entre elas:
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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Araçatuba - SP
Q1227742 Pedagogia
Segundo Castro e Regattieri (2009), em nossa sociedade, a responsabilidade pela educação das crianças e dos adolescentes recai, legal e moralmente, sobre duas grandes agências socializadoras: a família e a escola. Nesse sentido, pode-se dizer que a relação entre escola e família está presente, de forma compulsória, desde o momento em que a criança é matriculada no estabelecimento de ensino. A expressão interação escola-família baseia-se na ideia de reciprocidade e de influência mútua, considerando as especificidades e mesmo as assimetrias existentes nessa relação. Para tanto, as autoras afirmam que é necessário que haja, na escola, uma 
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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Araçatuba - SP
Q1227588 Pedagogia
Para Rios (2001), não é apenas no campo da moralidade que se encontram valores. Dizemos que existe valorização na medida em que qualquer interferência do homem na realidade se dá na perspectiva de conferir um significado a esta realidade. Para a autora, quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se em vista um critério que é definido no espaço 
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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Araçatuba - SP
Q1219874 Pedagogia
Para Piaget (in De La Taille, Oliveira e Dantas, 1992), o ser social de mais alto nível é justamente aquele que consegue relacionar-se com seus semelhantes da forma equilibrada. O teórico da educação afirma que não se trata de traçar uma fronteira entre o social e o não social, mas, sim, de comparar graus anteriores de socialização. Para ele, a criança pequena de 4 anos
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Respostas
26: D
27: E
28: C
29: A
30: D