Questões de Concurso
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Pizza, só de massa
Nós, brasileiros, criamos um hábito, nos 50 anos mais recentes, de dizer que um fato que teve um desdobramento indecente “acabou em pizza”. A expressão se popularizou, em grande parte, por causa de episódios envolvendo corrupção e desvio de conduta. Para tudo aquilo que nos causa a percepção de impunidade ─ não só, mas especialmente na vida pública ─, dizemos “ah, isso vai acabar em pizza”. Nós precisamos recusar essa ideia como algo normal em nosso cotidiano.
Muita gente imagina que a palavra “pizza” tenha origem no italiano, mas curiosamente ela vem do germânico antigo, que depois veio gerar o idioma alemão. No germânico antigo, bizzo significa “pedaço de pão”. Depois, houve a migração da palavra bizzo para a Itália, onde se transformou em “pizza” e daí foi para o mundo todo.
Migrou para nós, também, para a área da política, mas é preciso dar um basta e parar de dizer e admitir que tudo “vai acabar em pizza”. A pizza, que ganha aqui sentido figurado, significando malfeitoria, nós não devemos admitir em nosso cardápio.
(Mário Sérgio Cortella. Vamos pensar um pouco? São Paulo: Cortez, 2017. Adaptado)
As afinidades entre as ideologias dominantes nas extremidades oriental e ocidental do Eixo são deveras fortes.
[...].
Contudo, o fascismo europeu não podia ser reduzido a um feudalismo oriental com uma missão imperial nacional.
Em suma, apesar das semelhanças com o nacional-socialismo alemão (as afinidades com a Itália eram menores), o Japão não era fascista.
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos: O breve século XX: 1914 – 1991)
Entre as diferenças identificadas pelo autor, que fundamentam o exposto no excerto, está o fato de que, no Japão,
Nas histórias da colonização, de modo geral, opõe-se o caso de Portugal, com suas feitorias comerciais, ao da Espanha, dotada de um verdadeiro império territorial. A oposição, sem dúvida, pode ter existido, mas falta a verdadeira explicação, pois no Brasil foi de fato um império territorial que os portugueses erigiram.
(Marc Ferro. História das colonizações:
das conquistas às independências, século XIII a XX)
De acordo com o autor, a “verdadeira explicação”, para que Portugal não tivesse erigido o mesmo império territorial na África, reside no fato de que
[...] o Renascimento dos séculos XV-XVI recorreu a modelos culturais clássicos, que a Idade Média também conhecera e amara. Aliás, foi em grande parte por meio dela que os renascentistas tomaram contato com a Antiguidade. As características básicas do movimento (individualismo, racionalismo, empirismo, neoplatonismo, humanismo) estavam presentes na cultura ocidental pelo menos desde princípios do século XII. Ou seja, como já se disse muito bem, “embora o Renascimento só invoque a Antiguidade, é, realmente, o filho ingrato da Idade Média” [...].
(Hilário Franco Júnior. A Idade Média, nascimento do ocidente)
No excerto, o autor argumenta que
Até aqui discutimos a gênese do feudalismo na Europa Ocidental como síntese de elementos liberados pela dissolução circunstancial dos modos de produção comunais primitivo e escravo; e, então, esboçamos a estrutura constitutiva do modo de produção feudal desenvolvido no Ocidente. Este modo de produção jamais existiu em um estado puro em parte alguma da época medieval.
(Perry Anderson.Passagens da Antiguidade ao Feudalismo)
Segundo Anderson, o modo de produção feudal jamais existiu em estado puro porque, entre outras razões,
Em seu ensaio, o argentino Domingo Faustino Sarmiento, no afã de entender a Argentina, construiu uma interpretação carregada de ideias, imagens e símbolos, compartilhados, na mesma época, por contemporâneos brasileiros, ocupados com idêntica tarefa de compreender o próprio país. Facundo ultrapassou os limites da Argentina para se estender pelo território latino-americano, animando controvérsias e contribuindo para a cristalização de certos estereótipos sobre o continente.
(Maria Ligia Coelho Prado.
América Latina no século XIX – Tramas, telas e textos)
Em sua obra clássica Facundo, Sarmiento apresenta seu pensamento sobre
Ao longo do século XIX, as elites brasileiras e os escravistas de um modo geral tiveram de enfrentar a resistência dos cativos em cada lugar em que a escravidão floresceu. Essa resistência sugere que o projeto vencedor de um país escravocrata não foi desfrutado sem a contestação dos principais perdedores.
As rebeliões representaram a mais direta e inequívoca forma de resistência escrava coletiva.
(João José Reis. Nos achamos em campo a tratar da liberdade:
a resistência negra do Brasil oitocentista. Em: Carlos Guilherme Mota (org.).
Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias)
Segundo o historiador, as rebeliões