Se os objetivos profissionais são construídos a partir de um...

Vamos analisar a questão proposta, cujo foco está nos instrumentos técnicos-operativos do Serviço Social. Este tema é fundamental para entender como os assistentes sociais estruturam suas intervenções com base em reflexões teóricas, éticas e políticas.

O tema central da questão é o planejamento da ação no Serviço Social, que se baseia em uma construção teórica e metodológica. É crucial compreender que as metodologias de ação não estão prontas e acabadas, mas são criadas a partir das finalidades identificadas durante o planejamento.

De acordo com o gabarito, a alternativa B - essas metodologias são construídas a partir das finalidades estabelecidas pelo planejamento da ação é a correta. Esta alternativa reconhece que as metodologias são flexíveis e devem ser adaptadas conforme os objetivos que se quer alcançar. No Serviço Social, o planejamento é uma etapa inicial e estratégica que define as ações práticas, sempre alinhando propósito e metodologia.

Vamos agora analisar as alternativas incorretas:

A - essas metodologias encontram-se prontas e acabadas. Esta opção está incorreta porque contradiz a natureza dinâmica do Serviço Social, que se ajusta às diferentes necessidades sociais, contextos e finalidades.

C - os instrumentos e técnicas são mais importantes que o objetivo da ação. Essa alternativa é errada porque, no Serviço Social, os objetivos e as finalidades da intervenção devem sempre guiar o uso de instrumentos e técnicas, e não o contrário.

D - primeiro o profissional define “como fazer" para, depois, “para que fazer". Esta opção está equivocada pois inverte a lógica adequada do planejamento. No Serviço Social, primeiro se define o "para que fazer", ou seja, os objetivos da intervenção, e depois o "como fazer" — as estratégias e técnicas a serem utilizadas.

Para responder questões como essa, é importante prestar atenção nas palavras-chave que indicam a ordem correta do planejamento e a flexibilidade das metodologias. Entender que o planejamento fundamenta toda a intervenção é essencial para escolher a alternativa certa.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Boa tarde, companheiros e companheiras!

Se são os objetivos profissionais (construídos a partir de uma reflexão teórica, ética e política e um método de investigação) que definem os instrumentos e técnicas de intervenção (as metodologias de ação), conclui-se que essas metodologias não estão prontas e acabadas. Elas são necessárias em qualquer processo racional de intervenção, mas elas são construídas a partir das finalidades estabelecidas no planejamento da ação realizado pelo Assistente Social. Primeiro, ele define “para quê fazer”, para depois se definir “como fazer”. Mais uma vez, podemos aqui identificar a estreita relação entre as competências teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.

Em outras palavras, os instrumentos e técnicas de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação profissional. Se partirmos do pressuposto que cabe ao profissional apenas ter habilidade técnica de manusear um instrumento de trabalho, o Assistente Social perderá a dimensão do porquê ele está utilizando determinado instrumento. Sua prática se torna mecânica, repetitiva, burocrática. Mais do que meramente aplicar técnicas “prontas” – como se fossem “receitas de bolo”, o diferencial de um profissional é saber adaptar um determinado instrumento às necessidades que precisa responder no seu cotidiano. E como a realidade é dinâmica, faz-se necessário compreender quais mudanças são essas para que o instrumental utilizado seja o mais eficaz possível, e, de fato, possa produzir as mudanças desejadas pelo Assistente Social – ou chegar o mais próximo possível.

http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/viewFile/119/117