O sofrimento no trabalho é um tema recorrente nos estudos d...
I. A vivência depressiva em relação ao trabalho e a si mesmo alimenta-se da sensação de adormecimento intelectual, de esclerose mental, de paralisia da fantasia e da imaginação. II. O trabalho, não só como uma condição externa, pode propiciar sofrimento insuperável para o ego, empobrecendo-o e restringindo sua ação a mecanismos defensivos repetitivos e ineficazes. III. Dejours distingue dois tipos de sofrimento: o sofrimento mobilizador e o sofrimento patogênico.
Assinale a opção CORRETA:
GABARITO: D (segundo a banca)
Os sofrimentos são três: ético, Patogênico e Criativo
"Esses desdobramentos na evitação do sofrimento por parte do ego podem também ocorrer em relação ao trabalho, tanto do ponto de vista físico quanto mental. O trabalho, não só como uma condição externa, pode propiciar sofrimento insuperável para o ego, empobrecendo-o e restringindo sua ação a mecanismos defensivos repetitivos e ineficazes, (afirmativa II) não lhe possibilitando aferir, de acordo com suas atividades, a satisfação de determinadas pulsões, que, não satisfeitas, tensionariam o aparelho psíquico, gerando angústia, estados depressivos, ansiedade, medos inespecíficos, sintomas somáticos, como sinais marcantes de sofrimento mental, com o agravante de que um ego debilitado e frágil não consegue diferenciar, pela sua condição, a origem de seu sofrimento."
" A vivência depressiva em relação ao trabalho e a si mesmo alimenta-se da sensação de adormecimento intelectual, de esclerose mental, de paralisia da fantasia e da imaginação (afirmativa I); na verdade, marca de alguma forma o triunfo do condicionamento em relação ao comportamento produtivo e criativo. Para esse pensador, no que diz respeito à relação do homem com o conteúdo significativo do trabalho, é possível considerar, esquematicamente, dois componentes: o conteúdo significativo em relação ao sujeito e o conteúdo significativo, pode-se assim dizer, em relação ao objeto."
"Dejours (1994) distingue dois tipos de sofrimento: o sofrimento criador e o sofrimento patogênico. (afirmativa III) Este último surge quando todas as possibilidades de transformação, aperfeiçoamento e gestão da forma de organizar o trabalho já foram tentadas, ou melhor, quando somente pressões fixas, rígidas, repetitivas e frustrantes, configuram uma sensação generalizada de incapacidade."
Foi tudo tirado do artigo "Saúde Mental e Psicologia do Trabalho"
Link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200011
O sofrimento patogênico ocorre pela impossibilidade do indivíduo estabelecer no seu trabalho a ressonância simbólica, não encontrando um espaço de palavra (espaço público) para expressar suas questões internas.
O sofrimento criativo origina-se do fato de o indivíduo elaborar soluções originais que favorecem ou restituem sua saúde. O sofrimento criativo chega a adquirir um sentido, pois favorece ao indivíduo um reconhecimento de uma identidade.
O sofrimento ético surge quando o sujeito chega ao ponto de executar ordens com as quais não concorda.
Alguém poderia explicar o do porque sofrimento mobilizador ?
O sofrimento, portanto, pode tanto assumir um papel de mobilizador da saúde do sujeito, uma vez que o auxilia a pensar de forma crítica o seu trabalho, quanto pode ser um instrumento que é utilizado para o aumento da produtividade e aliena o sujeito (Mendes, 2007).
Gabarito questionável, pois os termos corretos são sofrimento criativo e patogênico.
Custava colocar criativo? rsrs
Gab. D (MUITO QUESTIONÁVEL)
Dejours e Abdoucheli (2015) apontam para um sofrimento que inaugura uma lógica essencialmente defensiva ou essencialmente criativa. Eles passam a distinguir dois tipos de sofrimento:
- SOFRIMENTO CRIATIVO, que nasce quando é transformado e o trabalho é ressignificado através da criatividade, incitando o sujeito à modificação da circunstância instigadora do incômodo e discórdia; e SOFRIMENTO PATOGÊNICO, que surge quando inexiste possibilidade de negociação entre o indivíduo e a instituição de trabalho, no ensejo em que foram utilizados todos os artifícios defensivos, causando o adoecimento do trabalhador.
A banca usou o termo "mobilizador", não como termo técnico ou sinônimo da palavra "criativo", mas com base no sentido do sofrimento abordado pelos doutrinadores, que faz o trabalhador se MOBILIZAR para tentar modificar a situação, ao contrário do sofrimento patogênico pelo qual o trabalhador já está tentou tudo que podia e se encontra adoecido.
A não ser que tenha referência literária com o termo "mobilizador", a questão deveria ter sido anulada, pois independentemente do sentido do sofrimento, esse não é o termo adotado pela doutrina, conforme a banca exigiu.
Sofrimento em dois tipos: mobilizador/criativo e o patogênico.