A referência ao Renascimento italiano (7º parágrafo) serve a...
Leia o texto para responder a questão.
Comunidade e personalidade
Ao refletir sobre minha existência e minha vida social, vejo claramente minha estrita dependência intelectual e prática. Dependo integralmente da existência e da vida dos outros. E descubro ser minha natureza semelhante em todos os pontos à natureza do animal que vive em grupo. Como um alimento produzido pelo homem, visto uma roupa fabricada pelo homem, habito uma casa construída por ele. O que sei e o que penso, eu o devo ao homem. E para comunicá-los utilizo a linguagem criada pelo homem. Mas quem sou eu realmente, se minha faculdade de pensar ignora a linguagem? Sou, sem dúvida, um animal superior, mas sem a palavra a condição humana é digna de lástima.
Portanto reconheço minha vantagem sobre o animal nesta vida de comunidade humana. E, se um indivíduo fosse abandonado desde o nascimento, seria irremediavelmente um animal em seu corpo e em seus reflexos. Posso concebê-lo, mas não posso imaginá-lo.
Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte.
Meu valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso. Minha atitude social portanto determinará o juízo que têm sobre mim, bom ou mau.
Contudo, esta afirmação primordial não basta. Tenho de reconhecer nos dons materiais, intelectuais e morais da sociedade o papel excepcional, perpetuado por inúmeras gerações, de alguns homens criadores de gênio. Sim, um dia um homem utiliza o fogo pela primeira vez; sim, um dia ele cultiva plantas alimentícias; sim, ele inventa a máquina a vapor.
O homem solitário pensa sozinho e cria novos valores para a comunidade. Inventa assim novas regras morais e modifica a vida social. A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente de sua independência. A não ser assim, a sociedade estará inexoravelmente votada ao malogro, e o ser humano privado da possibilidade de comunicar.
Defino uma sociedade sadia por esse laço duplo. Somente existe por seres independentes, mas profundamente unidos ao grupo. Assim, quando analisamos as civilizações antigas e descobrimos o desabrochar da cultura europeia no momento do Renascimento italiano, reconhecemos estar a Idade Média morta e ultrapassada, porque os escravos se libertam e os grandes espíritos conseguem existir.
(Albert Einstein. Como vejo o mundo. Trad. H. P. de Almeida)
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Interpretação do Texto: A questão proposta envolve a interpretação de um texto do autor Albert Einstein. No trecho que menciona o Renascimento italiano, o autor discute a importância da personalidade individual em relação ao progresso da comunidade. Para responder corretamente, é fundamental entender o contexto em que Einstein utiliza esse exemplo, evidenciando a relação entre indivíduos criativos e o desenvolvimento social.
Alternativa Correta: A alternativa D é a correta, pois ilustra o que foi afirmado acerca da importância da personalidade única para o coletivo. Einstein argumenta que a sociedade avança quando há indivíduos que pensam de forma independente e criativa. O Renascimento, como exemplo histórico, representa um período em que a individualidade e a criatividade foram fundamentais para o progresso cultural e social.
Justificativa das Alternativas Incorretas:
A - Apresentar como questionável a importância do indivíduo para o progresso coletivo: Esta alternativa é incorreta porque o texto não questiona a importância do indivíduo, mas sim a destaca como essencial para o progresso coletivo.
B - Refutar o senso comum de que a personalidade esteja subordinada à comunidade: O texto não refuta essa ideia; pelo contrário, enfatiza que a personalidade única deve coexistir com a comunidade para que haja progresso.
C - Exemplificar um estágio em que o espírito individual ignora cabalmente as convenções: Essa interpretação está errada, pois o Renascimento não representa um momento de total descaso pelas convenções, mas sim um fortalecimento da individualidade dentro de um contexto social.
E - Corroborar a ideia de que o progresso só ocorre quando há consenso entre os indivíduos: O texto defende que o progresso depende da individualidade e da criatividade, não necessariamente de consenso, o que torna essa alternativa incorreta.
Portanto, a alternativa D é a única que reflete com precisão a mensagem do autor sobre a importância da personalidade única para o avanço da comunidade.
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Comentários
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GABARITO: LETRA D
? Defino uma sociedade sadia por esse laço duplo. Somente existe por seres independentes, mas profundamente unidos ao grupo. Assim, quando analisamos as civilizações antigas e descobrimos o desabrochar da cultura europeia no momento do Renascimento italiano, reconhecemos estar a Idade Média morta e ultrapassada, porque os escravos se libertam e os grandes espíritos conseguem existir.
? Isto é, no Renascimento Italiano temos seres independentes, porém unidos ao grupo (=personalidade única para o coletivo).
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FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Assertiva D
ilustrar o que foi afirmado acerca da importância da personalidade única para o coletivo.
Defino uma sociedade sadia por esse laço duplo. Somente existe por seres independentes, mas profundamente unidos ao grupo. Assim, quando analisamos as civilizações antigas e descobrimos o desabrochar da cultura europeia no momento do Renascimento italiano, reconhecemos estar a Idade Média morta e ultrapassada, porque os escravos se libertam e os grandes espíritos conseguem existir.
Gabarito (d)
Questão dificílima, técnica.
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