Considere que Raul, tutor de Felipe, tenha adquirido em hast...
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Para compreender a questão proposta, é essencial entender o conceito de negócio jurídico e as causas que podem levar à sua invalidade, conforme previsto no Direito Civil. No caso em questão, é abordada a situação em que o tutor de um menor adquire bens do tutelado em até pública, omitindo sua condição.
O tema central é a invalidade do negócio jurídico por violação de normas legais. O Código Civil brasileiro, em seu artigo 497, estabelece que os tutores não podem, direta ou indiretamente, adquirir bens dos tutelados.
Vamos analisar a questão:
Legislação Aplicável: O artigo 497 do Código Civil proíbe que tutores adquiram bens de seus tutelados. Essa proibição visa evitar conflitos de interesse e proteger os bens da pessoa tutelada.
Análise do Enunciado: Raul, sendo tutor de Felipe, adquire bens penhorados deste em hasta pública. A questão é se essa aquisição é inválida por simulação. Porém, a invalidade não decorre de simulação, mas sim da proibição legal expressa no referido artigo.
Exemplo Prático: Imagine que um tutor, João, compra um carro em nome próprio, mas o carro pertencia ao seu tutelado, Pedro. Mesmo que João tenha pago o valor justo, a compra é nula por violar a lei, independentemente de simulação.
Justificativa da Alternativa Correta: A alternativa correta é Errado (E) porque a invalidade do negócio não decorre de simulação, mas sim de proibição legal expressa no artigo 497 do Código Civil. Não há simulação, pois não há disfarce de negócio jurídico; há, sim, uma violação direta da norma.
Conclusão: A questão tenta induzir ao erro ao mencionar a simulação, que não é aplicável aqui. A inobservância da norma legal que proíbe tutores de adquirir bens de tutelados é o que realmente gera a invalidade do negócio.
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Comentários
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Na Simulação as duas partes devem agir dolosamente querendo enganar uma terceira pessoa (o que não é o caso do enunciado). Exemplo: João é casado e tem uma amante. Ele quer doar um imóvel para ela (e ela como não é boba também quer o imóvel!), então ele faz um contrato de "compra e venda" (que na verdade não é compra e venda) com a irmã de sua amante e, posteriormente esta faz uma doação para a amante. Enfim...meio complicado, mas ambos enganaram a pobre esposa de João através de um negócio simulado.
Errado
comentários: Segundo Clóvis Beviláqua, a simulação traduz-se numa declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado. Na simulação há uma convergência simulatória (A + B).
Na simulação absoluta, as partes criam um jogo de cena, vale dizer, realizam um NJ destinado a não produzir nenhum efeito. Ex: A e B simulam uma compra e venda com fim de fugir da partilha.
Já na simulação relativa, cria-se um NJ para encobrir outro negócio cujos efeitos são proibidos por lei. As partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, embora vedados por lei. Ex: A (casado) realiza com B (concubina) uma simulação de compra e venda destinada a encobrir uma doação, pois a lei veda doação dos bens do casal a concubina.
Obs: Percebe-se que na simulação existe sempre uma bilaterialidade (convergência simulatória). Logo, o enunciado não pode está tratando de simulação e sim de dolo negativo, nos termos do art. 147 do CC.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
Percebe-se que o tutor omitiu de forma dolosa sua qualidade, levando o mesmo a adquirir bem do tutelado, caso que é vedado por lei.
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