Questões de Concurso Público IGP-SC 2017 para Perito Criminal em Informática
Foram encontradas 80 questões
Considere que o sistema de uma loja possui as tabelas Cliente e Pedido, respectivamente representadas abaixo. Em uma consulta SQL (Structure Query Language), um JOIN da tabela Pedido com a tabela Cliente (pelo atributo IdCliente) retornaria linhas com as colunas IdPedido, IdCliente, DataPedido, IdCliente, NomeCliente, NomeContato e UF. Neste contexto, informe a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
I. Um INNER JOIN retornaria duas linhas, ou seja, todas as linhas em há correspondência com o valor do atributo.
II. Um LEFT (OUTER) JOIN retornaria três linhas, ou seja, todas as linhas da tabela Cliente. Quando não houver correspondência com a tabela Pedido, as colunas desta tabela são preenchidas com valor nulo (NULL).
III. Um RIGHT (OUTER) JOIN retornaria três linhas, ou seja, todas as linhas da tabela Pedido. Quando não houver correspondência com a tabela Cliente, as colunas desta tabela são preenchidas com valor nulo (NULL).
IV. Um FULL (OUTER) JOIN retornaria quatro linhas, ou seja, todas as linhas que estão em Pedido e
todas as linhas que estão em Cliente. Quando
não houver correspondência com a tabela
Cliente, as colunas desta tabela são preenchidas com valor nulo (NULL). Quando não houver
correspondência com a tabela Pedido, as colunas
desta tabela são preenchidas com valor nulo
(NULL).
O objetivo da arquitetura três esquemas é separar as aplicações do usuário do banco de dados físico. Nesta arquitetura, os esquemas podem ser definidos em três níveis: externo, conceitual e interno. Neste contexto, informe a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
I. O nível conceitual oculta os detalhes das estruturas de armazenamento físico e se concentra na descrição de entidades, tipos de dados, relacionamentos, operações do usuário e restrições.
II. A independência lógica de dados é a capacidade de alterar o esquema conceitual sem ter que alterar os esquemas externos ou os programas de aplicação.
III. A independência física de dados é a capacidade de alterar o esquema conceitual sem ter que alterar o esquema físico.
IV. O nível externo representa o conjunto dos programas de aplicação que acessam as informações armazenadas no banco de dados.
No contexto de transações em um sistema de banco de dados, informe a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
I. O esquema abaixo representa uma anomalia chamada atualização perdida (lost update), onde T1 e T2 representam transações e “A” representa o item de dado.
II. O esquema abaixo representa uma anomalia chamada atualização perdida (lost update), onde T1 e T2 representam transações e “A” representa o item de dado.
III. Uma leitura é dita “suja” (dirty read) quando uma transação lê dados escritos por outra transação que já realizou o “commit”.
IV. Uma escrita é dita “suja” (dirty write) quando ela
ocorre sobre um objeto que foi modificado
anteriormente por uma transação que já realizou
o “commit”.
Quanto às características dos Modelos de Serviços de Computação em Nuvem, analise os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) No modelo Software como Serviço (SaaS – Software as a Service), o consumidor não gerencia nem controla a infraestrutura na nuvem subjacente, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais, armazenamento, ou mesmo recursos individuais da aplicação, com a possível exceção de configurações limitadas por usuário.
( ) No modelo Plataforma como Serviço (PaaS – Platform as a Service), o consumidor não gerencia nem controla a infraestrutura na nuvem subjacente incluindo rede, servidores, sistema operacional ou armazenamento, mas tem controle sobre as aplicações instaladas e possivelmente configurações do ambiente de hospedagem de aplicações.
( ) No modelo Infraestrutura como Serviço (IaaS –
Infrastructure as a Service), o consumidor
gerencia e controla a infraestrutura na nuvem
subjacente, além de ter controle sobre os
sistemas operacionais, armazenamento, e
aplicativos instalados.
O perito chega ao local de informática e encontra um servidor de grande porte com sistema Linux, inviabilizando a arrecadação. Este servidor está conectado à rede através de um IP 192.168.1.1. Como alternativa para a coleta de vestígios, o perito configurou a estação pericial (sistema Linux) com IP 192.168.1.100 e obteve a senha para administração remota (SSH) com o administrador do servidor (inclusive com permissões de root). A estação pericial conta com um disco externo de alta capacidade disponível em /media/hdext.
Considerando que os comandos foram realizados com sucesso, selecione a sentença verdadeira:
O perito chega em um local e encontra o computador do suspeito ligado com sistema operacional Windows. O gabinete encontrava-se sem as tampas laterais. Foi possível constatar que o gabinete possuía apenas um disco rígido instalado.
Considerando a parte da tela apresentada, selecione a sentença verdadeira:
O policial Ferdinando, ao chegar a um local no qual ocorreu uma tentativa de homicídio, notou que havia uma mulher com um ferimento perfurocortante em seu abdômen e, embora a vítima estivesse perdendo sangue, ainda mostrava sinais de vida. Ferdinando, sem hesitar, entrou no local e levou a vítima ao hospital mais próximo.
Em princípio, baseado no que prevê o artigo 169 do Código de Processo Penal (Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.) e na doutrina consagrada dos procedimentos de isolamento e preservação de local de crime (adotada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, por exemplo), Ferdinando:
Um local de morte, como a própria designação esclarece, é definido como o sítio onde ocorreu a extinção de uma pessoa. Assim, para a elucidação dos fatos que culminaram no evento morte, o perito criminal deve realizar um minucioso levantamento dos vestígios, das posições dos objetos, do cadáver e do próprio ambiente.
Em um local de morte por arma de fogo, por exemplo, o ambiente é vasculhado em toda a sua amplitude, fotografando-se os pontos de impactos de projéteis, se houver. Determina-se, também, a distância, a origem e a direção do disparo, estabelecendo-se, desse modo, a provável trajetória. Em seguida, examina-se o cadáver à procura dos ferimentos, os orifícios de entrada e de saída do projétil, e suas localizações.
Por fim, examinam-se os próprios projéteis e estojos encontrados no local, com o escopo de se fazer a identificação mediata da arma (microcomparação balística) que causou a lesão, caso nenhuma seja encontrada.
Destarte, todos os procedimentos descritos anteriormente para o local de morte por arma de fogo, entendidos como uma diligência processual penal veiculada através do instrumento conhecido como laudo de local, visam determinar a causa jurídica da morte; ou seja, estabelecer a diagnose diferencial entre homicídio, suicídio e acidente.
Baseando-se nos dados citados, podemos classificar os ferimentos produzidos pelo projétil disparado por uma arma de fogo como:
DIÁLOGO DE SURDOS
Por: Sírio Possenti. Publicado em 09 mai 2016. Adaptado de:
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4821/n/dialogo_de_surdos Acesso em 30 out 2017.
A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato, quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que diz “nãoB”. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra “nãoB” no discurso de A, sempre se encontra A; mas B não “pode” ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária, ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do português. Se um linguista diz que não há “erro” em uma fala popular, como em “as elite” (que a elite escreve burramente “a zelite”, quando deveria escrever “as elite”), seus opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que segue uma regra, mas que “aceitam tudo”, que “aceitam o erro”. O simulacro consiste no fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos repórteres: a pergunta não é “a pedalada é um crime?” (uma questão mérito), mas “impeachment é golpe?”. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto). Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
Sírio Possenti Departamento de Linguística Universidade Estadual de Campinas
Analise as proposições a seguir sobre o primeiro parágrafo do texto. Em seguida, assinale a alternativa que contenha a análise correta sobre as mesmas.
I. A palavra “ninguém” pertence à classe gramatical dos pronomes indefinidos; e “esta” à dos pronomes demonstrativos.
II. A primeira vírgula que aí aparece foi utilizada para marcar a antecipação de um adjunto adverbial.
III. A palavra “este” retoma o termo “o outro”.
IV. A palavra “mesmas” e “estranha” pertencem, tal como foram empregadas, à classe dos adjetivos.
UNEARTHED: REMAINS OF THE EARLIEST KNOWN TSUNAMI VICTIM
By Charles Choi | October 25, 2017 1:00 pm
Paragraph 1 Tsunamis have claimed hundreds of thousands of lives in the past two decades. Now a new study finds that a 6,000-year-old skull may come from the earliest known victim of these killer waves.
Paragraph 2 The partial human skull was discovered in 1929 buried in a mangrove swamp outside the small town of Aitape Papua New Guinea, about 500 miles north of Australia. Scientists originally thought it belonged to an ancient extinct human species, Homo erectus. However, subsequent research dated it to about 5,000 or 6,000 years in age, suggesting that it instead belonged to a modern human.
A Rare Specimen
Paragraph 3 The skull is one of just two examples of ancient human remains found in Papua New Guinea after more than a century of work there. As such, archaeologists wanted to learn more about this skull to elucidate how people settled this region.
Paragraph 4 The scientists went back to where this skull was found and sampled the soil in which it was discovered. They focused on details such as sediment grain size and composition.
Paragraph 5 In the sediment, the researchers discovered a range of microscopic organisms from the ocean known as diatoms. These were similar to ones found in the soil after a 1998 tsunami killed more than 2,000 people in Papua New Guinea — for instance, their shells of silica were broken, likely by extremely powerful forces.
Paragraph 6 These diatom shells, combined with the chemical compositions and the size ranges of the grains, all suggest that a tsunami occurred when the skull was buried. The researchers suggested the catastrophe either directly killed the person or ripped open their grave.
Paragraph 7 Tsunamis, which are giant waves caused by earthquakes, volcanic eruptions or underwater landslides, are some of the deadliest natural disasters known. The 2004 tsunami in the Indian Ocean killed more than 230,000 people, a higher death toll than any fire or hurricane.
Paragraph 8 The site where the skull was found is currently about 7.5 miles away from the coast. Still, the researchers noted that back when whoever the skull belonged to was alive, sea levels were higher, and the area would have been just behind the shoreline.
Paragraph 9 The waves of the tsunami that hit Papua New Guinea in 1998 reached more than 50 feet high and penetrated up to three miles inland. “If the event we have identified resulted from a similar process, it could have also resulted in extremely high waves,” study co-lead author Mark Golitko, an archaeologist at the University of Notre Dame in Indiana and the Field Museum in Chicago.
Paragraph 10 These results show “that coastal populations have been vulnerable to such events for thousands of years,” Golitko said. “People have managed to live with such unpredictable and destructive occurrences, but it highlights how vulnerable people living near the sea can be. Given the far larger populations that live along coastlines today, the potential impacts are far more severe now.”
Paragraph 11 Golitko plans to return to the area over the next few years “to further study the frequency of such events, how the environment changed over time, and how people have coped with the environmental challenges of living in that environment.” He and his colleagues detailed their findings Wednesday in the journal PLOS O.
Retrieved and adapted from:
<http://blogs.discovermagazine.com/d-brief/2017/10/25/firsttsunami-victim/#.WfYiYmhSzIU>
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo.
DIÁLOGO DE SURDOS
Por: Sírio Possenti. Publicado em 09 mai 2016. Adaptado de: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4821/n/dialogo_de_surdos Acesso em 30 out 2017.
A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato, quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que diz “nãoB”. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra “nãoB” no discurso de A, sempre se encontra A; mas B não “pode” ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária, ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do português. Se um linguista diz que não há “erro” em uma fala popular, como em “as elite” (que a elite escreve burramente “a zelite”, quando deveria escrever “as elite”), seus opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que segue uma regra, mas que “aceitam tudo”, que “aceitam o erro”. O simulacro consiste no fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos repórteres: a pergunta não é “a pedalada é um crime?” (uma questão mérito), mas “impeachment é golpe?”. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto). Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
Sírio Possenti