Questões de Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre para Concurso

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Q2178123 Português
TEXTO

Há 30 anos, o Brasil começava sua revolução contra a Aids.

Alexandre Versignassi
Diretor de redação

    “A Aids era uma doença variada, e uniformemente fatal”, definiu Drauzio Varella num episódio recente de seu (ótimo) podcast, o Outras Histórias. “À medida que a imunidade ia caindo”, ele segue, “repetiam-se as infecções oportunistas: pneumonias, meningites, lesões cerebrais por toxoplasmose... Você tratava uma infecção e vinha outra, depois outra. Uma hora o doente estava tão debilitado que não sobrevivia”.
     Drauzio usa o tempo verbal no passado por um motivo óbvio: Aids sem tratamento é uma página virada no Brasil. Começou há 30 anos, em 1991. Foi quando teve início a compra e distribuição gratuita de remédios contra HIV pelo SUS. Na época, o principal era o AZT, pouco eficaz. Em 1995, porém, viriam os inibidores de protease. Funciona assim: as cópias do vírus emergem capengas das células infectadas. Para ter como invadir novas células, eles precisam amadurecer. A protease é uma enzima que edita as proteínas do HIV, conferindo-lhe poder de fogo. Os inibidores de protease, então, impedem essa “fase de crescimento”. E o vírus fica dormente.
    Há diversos inibidores de protease, cada um feito para pegar o vírus numa fase diferente de maturação – combinados com outras classes de medicamentos, eles formam a versão moderna do coquetel antiaids. “Foi uma revolução absurda. Eu tinha doentes internados que estavam virtualmente morrendo. Eles saíram do hospital, e muitos estão vivos até hoje. Uma doença que era uniformemente fatal passou a ser controlável.”
    A aquisição dos novos medicamentos pelo SUS não foi simples. Envolveu negociações duras de preços com as farmacêuticas e quebra de patente. Mas deu certo. E produziu frutos fora do Brasil também.
    Em 2002, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSR) lutava contra a Aids na África do Sul. Com mais de 4 milhões de infectados (10% da população), havia mil mortes por dia em decorrência do HIV. O governo era negacionista. O presidente da época, Thabo Mbeki, dizia que o HIV não causava Aids, então não tinha por que gastar com antirretrovirais.
    A MSR, então, comprou cargas de coquetel antiaids do governo brasileiro, a preços baixos, e levou para a África do Sul para administrar em doentes terminais. Um ano depois, 91% dos pacientes tratados por eles estavam vivos e saudáveis. A opinião pública, então, convenceu-se de que era possível vencer a Aids. E em 2003 o governo de lá deu o braço a torcer: passou a distribuir os remédios.
    A África do Sul ainda é o epicentro global da doença. Infelizmente, a proporção de infectados até subiu, para 20,4% da população (7,7 milhões) – no Brasil, é de 0,43% (920 mil). O número de mortes, ao menos, baixou brutalmente. Hoje são 200 por dia. Sem o coquetel gratuito, seriam dez vezes mais. Ou seja: uma iniciativa que o Brasil tomou há 30 anos é responsável por salvar vidas até hoje não só aqui, mas na África do Sul também.
    Governantes negacionistas vêm e vão. O que fica para sempre são as vitórias do bom senso contra o obscurantismo. Parabéns à imensa maioria dos brasileiros, que agora, na pandemia, confiou na ciência e aderiu às vacinas. Vocês fizeram jus à história do país.

Superinteressante, dez/2021. [texto adaptado] 
No primeiro parágrafo do texto, são utilizadas citações
Alternativas
Q2173477 Português
Atenção: Leia o conto “Casos de baleias”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.

    A baleia telegrafou ao superintendente da Pesca, queixando-se de que estava sendo caçada demais, e a continuar assim sua espécie desapareceria com prejuízo geral do meio ambiente e dos usuários.
      O superintendente, em ofício, respondeu à baleia que não podia fazer nada senão recomendar que de duas baleias uma fosse poupada, e esta ganhasse número de registro para identificar-se.
     Em face dessa resolução, todas as baleias providenciaram registro, e o obtiveram pela maneira como se obtêm essas coisas, à margem dos regulamentos. O mar ficou coalhado de números, que rabeavam alegremente, e o esguicho dos cetáceos, formando verdadeiros festivais no alto oceano, dava ideia de imenso jardim explodindo em repuxos, dourados de sol, ou prateados de lua.
     Um inspetor da Superintendência, intrigado com o fato de que ninguém mais conseguia caçar baleia, pôs-se a examinar os livros e verificou que havia infinidade de números repetidos. Cancelou-se o registro, e os funcionários responsáveis pela fraude, jogados ao mar, foram devorados pelas baleias, que passaram a ser caçadas indiscriminadamente. A recomendação internacional para suspender a caça por tempo indeterminado só alcançará duas baleias vivas, escondidas e fantasiadas de rochedo, no litoral do Espírito Santo.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

O superintendente, em ofício, respondeu à baleia que não podia fazer nada (2º parágrafo)

Ao se transpor o trecho acima para o discurso direto, o verbo sublinhado assume a seguinte forma:

Alternativas
Q2170994 Português

Considere a crônica “Vende a casa”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.




(ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020) 

Ao se transpor o trecho O homem falou: – Comprei esta casa (1º e 2º parágrafos) para o discurso indireto, o verbo sublinhado assume a seguinte forma:
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Q2166849 Português
“Meu filho, universitário do curso de Biologia, foi obrigado a fazer um estágio em uma pequeníssima cidade do interior do Rio Grande do Sul. Hospedou-se no único hotel da cidade cuja dona lhe disse logo à chegada: – Só troco a roupa de cama uma vez a cada quinze dias! – Não quero saber de lixo nos corredores do meu hotel! Havia coisas piores: os vasos sanitários não tinham tampa, o papel higiênico eram pequenos pedaços de folhas de jornais... Apesar das dificuldades, conseguiu fazer um bom estágio numa granja do local e o gerente lhe declarou que ele se tinha mostrado um bom estudante, que poderia voltar quando quisesse, mas, Deus me livre, não era a intenção dele.” Falando dos vários tipos de discurso, é correto afirmar que:
Alternativas
Q2159688 Português

Texto 1

Professora e linguista com 70 anos no serviço público vê equívoco em termo 'linguagem neutra'

Maria Helena de Moura Neves, 91, atua como docente da pós-graduação em linguística e língua portuguesa na Unesp e defende linguagem inclusiva


Emerson Vicente




Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/

educacao/2022/03/professora-e- linguista-com-70-

anos-no-servico-publico-ve-equivoco-em-termo-linguagem

neutra.shtml Acesso em 27 dez. 2022. Adaptado.


Texto 2


Línguas que não sabemos que sabíamos

Mia Couto


COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções.

São Paulo: Companhia das Letras, 2011. pp.11-12. Adaptado.


Desconhecida? – pergunta ele. (Linha 8) Esse trecho é exemplo de discurso
Alternativas
Respostas
71: B
72: E
73: D
74: E
75: A