Questões de Português - Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre para Concurso

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Q2474350 Português
Leia o Texto 1 para responder à questão.

Texto 1

Olhava para o espelho, ia de um lado para outro, recuava, gesticulava, sorria, e o vidro exprimia tudo. Não era mais um autômato, era um ente animado. Daí em diante, fui outro. Cada dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me diante do espelho, lendo, olhando, meditando; no fim de duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime pude atravessar mais seis dias de solidão, sem os sentir... Quando os outros voltaram a si, o narrador tinha descido as escadas.

ASSIS, Machado de. O espelho. In: ____. Contos: uma antologia – Volume I. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 2ª edição, pág. 401-410.
Qual modo de enunciação está presente na frase “Com este regime pude atravessar mais seis dias de solidão, sem os sentir...”? 
Alternativas
Q2473671 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

A fisiologia do corpo desempregado 

Veny Santos

             Ao receber a notícia, colocou as mãos diante dos olhos, não tão próximas ao rosto, e esperou. Aos poucos, cobriu-se o corpo com a dormência da aurora no amanhecer de um dia já perdido. Estavam ambas petrificadas. As mãos, por anos encarregadas de trabalhar, agora eram observadas como se função não mais tivessem. Perderam o emprego. Anatomicamente as mesmas. Fisiologicamente desconhecidas.                     Quando passa muitos dos anos vividos em um trabalho, dedicando-se não apenas à sobrevivência mas também ao ofício que confere sentido às habilidades adquiridas, o corpo pode se confundir com o cargo. O conjunto de partes que monta o ser passa a estabelecer uma relação funcionalista com o cotidiano e seus vínculos empregatícios. Opera-se uma máquina, uma tecnologia, uma série de processos administrativos, um comércio, no intuito de sentir que ainda se está funcionando. Que ainda há alguma função. Que presta para algo —ou alguém— o funcionário.
           O desemprego vem, então, como a descaracterização do personagem trabalhador, aquele necessário de ser encenado todos os dias para que seja possível cultivar uma real vida fora da esfera profissional. Tal ruptura, para além das suas supostas bases técnicas e pragmáticas, como justificativas clichês para se dispensar alguém sem justa causa, quebra também o corpo, não só em partes, mas nas funções que cada uma delas parece ter para existir. Quebra-o por inteiro e o faz desconhecer a si enquanto capaz de manter o sustento no dia seguinte. Um corpo desconhecido. É o fim da sensação de utilidade e a causa de seu medo quase paralisante. Uma justa causa para tamanho temor, compreendemos.
        Começou ele pelas mãos, mas a tudo sentiu tremer. Os olhos tentavam enxergar saídas de emergência para a situação financeira. A boca seca não dizia, os ouvidos zuniam e voz nenhuma vinha para lhe confortar —o que ecoava em sua mente era a pergunta repetitiva, mania anunciada na mesma velocidade que o desligamento: "Como vou contar para a família e pagar as contas?". Peito mais subia que descia, e no descompasso do respiro, nenhum alívio. Crise disso, crise daquilo, ansiedade e angústia já não mais se distinguiam uma da outra. Acharam um ponto de convergência: a paúra. As pernas inquietas a balançar não sabiam para onde ir, por onde começar a procurar outro carreiro para recolocar o corpo nas trilhas de suas funções que garantiam o sustento.
        De que servia a língua agora? E os argumentos? De que servia sua realidade concreta, uma vez que era no abismo da abstração onde se findava o mais sólido dos fatos: sem dinheiro não se dura e duro não se vive. Ainda assim, é com a carne do pescoço rija que ele mira o nada e desenha no horizonte a imaginária linha reta que ilude ao promoter alguma direção e estabilidade. O zunido diminui. Passa a ganhar um ritmo lento, primeiro opressivo, depois desolador, triste. A cor escurecida de sua pele parece ser a única a não ter perdido a função junto com a demissão. Ao encobri-lo, cantou um blues.
        A depender das posições no tabuleiro do serviço, há quem jogue —por prazer ou horror— com os peões para não comprometer reis e rainhas. Pelas bordas, esmagam feito as torres, condenam como os bispos ou simplesmente saltam de oportunidade em oportunidade montados nos alazões a pisotear o que lhes obriga a fazer curva. Os peões, como se sabe, não jogam, de fato. Os peões são jogados.
         Em 2023, o Instituto Cactus lançou o iCASM (Índice Instituto Cactus — Atlas de Saúde Mental) no intuito de levantar dados sobre os diferentes aspectos da vida social que impactam na psique da população brasileira. Destacou-se um alerta sobre a condição das pessoas desempregadas. Estão elas entre as mais abaladas psicologicamente e, com isso, pode-se supor, suscetíveis às psicopatologias que crescem a cada ano no país.
         As mãos, ainda diante dos olhos, seguram-se. No toque, parecem lembrar para que servem. Recobram a função. As mãos servem para carregar o recomeço.

Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 08 mar. 2024
No quarto parágrafo, o autor faz uso da citação 
Alternativas
Q2472195 Português
Leia o Texto 1 para responder à questão.

Texto 1

Assistir mais de uma vez a um conteúdo de que gostamos pode ser um grande alívio em situações de estresse e ansiedade, dizem os especialistas. Só que buscar sempre o mesmo local de conforto para superar momentos difíceis pode ser um sinal de alerta. "Esse comportamento traz conforto por conta de vários aspectos psicológicos e emocionais, pois ativa uma área do cérebro responsável pela sensação de bem-estar e segurança", explica a neuropsicóloga Tammy Marchiori, formada em neurociência por Harvard.
Essa região cerebral tem nome: circuito límbico. "Ele é predisposto a responder de forma positiva aos estímulos que já nos fizeram bem, por isso sentimos essa sensação de bem-estar", explica o neurologista Samir Magalhães, médico neurofisiologista clínico do Hospital Universitário Walter Cantídio, no Ceará.

Disponível em:
<https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/02/28/seus-filmespreferidos-podem-ajudar-a-melhorar-sua-ansiedade-entenda.htm>. Acesso
em: 29 fev. 2024. [Adaptado].

As citações em discurso direto no texto estão a serviço de argumentos de


Alternativas
Q2463424 Português



Extraído de: https://canaltech.com.br/saude/hormonio-do-crescimento-regula-a-ansiedade-em-neuronios-273037/ Fonte: The Journal of Neuroscience, Agência FAPESP
Assinale a opção que apresenta um trecho do texto em discurso direto:
Alternativas
Q2456810 Português
Hoje e amanhã vou estar aqui falando contra esse projeto – disse o deputado.

Essa frase encontra-se em discurso direto; se ela for colocada em discurso indireto, a forma adequada seria
Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: B
4: A
5: A