Questões de Português - Funções morfossintáticas da palavra MESMO para Concurso

Foram encontradas 21 questões

Q1995517 Português

O cadeado

Por: Ana Cristina Vieira de Souza (Cris da Rocha)


Um dia o cadeado resolveu não abrir. Como não era de boa qualidade, enferrujou. Tentaram abrir: apertaram, viraram de um lado para o outro, até que a chave emperrou. [...] Não se contendo, ao invés de retirar a chave de dentro do cadeado, apertaram mais e mais até a chave quebrar e, na pressa de abrir o cadeado para entrar, ficaram do lado de fora até que se pudesse encontrar alguém para cortar o cadeado e dinheiro para comprar um novo [...].

Às vezes somos que nem a história simples do cadeado, queremos ser mais felizes, alegres, satisfeitos e gentis com a vida, mas passamos esse tempo repetindo os mesmos erros, entrando e saindo sempre pela mesma porta, empurrando os mesmos problemas ao invés de tentarmos soluções. [...] Nem sempre conseguimos a coragem suficiente para desapegar daquilo que não traz mais alegria de viver e que faz da vida um espetáculo que não nos encanta. [...] Há um momento, depois de todo o esforço, que o cadeado deve ser descartado com a chave e tudo. Jogue fora até acorrente que ajuda a trancar o portão e, mesmo que demore, compre tudo novo e aproveite das oportunidades que a vida vai te dar. Construa tudo com novas emoções e cuide para que seus sentimentos não enferrujem.


Adaptado de: https://psicologiaacessivel.net/2018/04/03/ocadeado/. Acesso em 23 abr. 2021.

Assinale a alternativa correta sobre o excerto “[...] repetindo os mesmos erros, entrando e saindo sempre pela mesma porta, empurrando os mesmos problemas [...]”.
Alternativas
Q1863900 Português

Na escrita, frequentemente confundimos os vocábulos mesmo e igual, redigindo de forma inadequada.


Assinale a opção que indica a frase em que o vocábulo mesmo está bem empregado.

Alternativas
Q1834767 Português

TEXTO I


    Cheio de gargalhadas. Coisa de um ano atrás. Impossível não notar. Ele estava no jardim do clube, os antebraços fincados na grama bem tratada, e as pernas atléticas, eretas, apontando para o céu azul, sem nenhuma nuvem, “uma posição invertida de ioga”, conforme explicou quando se juntou a mim na piscina. “O sangue faz uma espécie de roto-rooter nos nossos vasos sanguíneos”, disse ele, entre dois breves mergulhos, “... bota fora um montão de coisas podres”.

     Meu trabalho era lidar com afiadas lanças de ódio e imensos volumes de ignorância. Se eu me virasse de cabeça para baixo, pensei, vomitaria arsenais nucleares e arame farpado.

    – Do que você está rindo? – perguntou ele.

    Eu não estava rindo. Minha fotofobia, aumentada pela falta de óculos de sol, me deixava com aquele simulacro de sorriso pregado no rosto.

    Ele se chamava Amir e vivia no meu mundo, era advogado como eu, mais velho que eu, divorciado, e agora eu descobria que éramos sócios do mesmo clube recreativo do bairro de Pinheiros.

    No fórum, muitas vezes eu assistira ao seu desempenho na acusação de criminosos anônimos, com uma oratória sólida, impactante. Notável.

    Ali na água, sem o terno nem os assassinos que destruía e apesar dos dentes que poderiam ser melhores, ele me pareceu ainda mais sedutor. Na verdade sob aquela luz radiante, o que eu via era um tipo bem insólito: promotor iogue, com tese de doutorado em Wittgenstein, e capacidade para plantar bananeira semelhante à de um acrobata de circo.

    Meia hora de conversa, e eu já me sentia à vontade.

    Depois de nadarmos, continuamos nosso papo, falamos sobre seus criminosos, e a filosofia que o interessava especialmente. Contei sobre minha tentativa de ler Investigações lógicas.

     – Desisti bem rápido – expliquei –, logo depois de topar com uma divagação sobre o que seria a representação de um não-gato sobre a mesa. Ou de um gato que esteve na mesa.

    – Isso deve ser Husserl – afirmou ele, rindo.

    Logo fomos envolvidos por uma atmosfera bem-humorada. Rir juntos é um afrodisíaco poderoso. Eu disse:

    – Fico pensando se essa sua paixão por esse tipo de filósofo não foi o que acabou enfiando a promotoria pública na sua vida. Você parece gostar de coisas complicadas.

     – Tenho que tomar cuidado com você – respondeu ele. – Mulher inteligente não é fácil.

    O que ele estava me dizendo, naquele momento, é que de forma geral as mulheres são burras. Mas claro que, sob o efeito da sedução e envenenada pelos meus próprios hormônios, não me dei conta disso. Pior: inverti os sinais, transformei o negativo em positivo. Ele tinha uma tática eficiente de se transformar em protagonista, que consistia em usar a própria língua como um martelo para botar abaixo tudo ao redor.

Patrícia Melo

(Adaptado de Mulheres empilhadas. São Paulo: LeYa, 2019.)

A palavra “mesmo” é considerada invariável em:
Alternativas
Q1714273 Português

Fonte:https://2.bp.blogspot.com/-JrckS4JpG2s/Vzu9d54EviI/AAAAAAAAKkU/-XNOzrB_JMwREic9dQ_THcOxv9QwojKdwCLcB/s1600/digitalizar0006.jpg
Ainda neste trecho “A maioria das pessoas não liga pra diferença mesmo!”, qual a classificação morfológica do termo “mesmo”?
Alternativas
Q1151668 Português

O ambiente vai ficar pesado


      Finalmente, o mundo ganhou consciência da necessidade de agir rapidamente para evitar a degradação do ambiente e, por isso, tomou a medida mais drástica que se pode tomar – lançou, contra todos os que recusam reconhecer o problema das alterações climáticas, a força mais exasperante e destruidora da natureza, uma adolescente.

      Sou pai de duas adolescentes e sei que não pode haver adversário político mais irritante, impertinente e respondão. Tenho sofrido muito nas mãos destas políticas engenhosas e implacáveis. Donald Trump não sabe onde se meteu.

      A Greta não precisa convencê-lo de que o mundo caminha para a extinção. Cinco minutos de conversa com ela e não só ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar como vai desejar que acabe o mais depressa possível. A única vantagem de Donald Trump é que pode usar a estratégia infantil de tapar os ouvidos e gritar até a Greta ir embora. Mas é muito improvável que ela se canse primeiro do que ele.

      Trump há de querer ir brincar e a Greta não deixa. Nem sequer o velho estratagema de a mandar para a escola para descansar um pouco resulta, porque agora a adolescente pode argumentar que gostaria muito de ir para a escola, mas não pode porque o mundo precisa dela. É xeque-mate.

      Talvez este modelo de ativismo extraordinariamente eficaz possa ser usado para atacar todos os outros problemas do mundo. Sempre que for preciso comparecer a mesas de negociação, os sindicatos enviam um adolescente para discutir com o patronato. Os salários passam a se chamar mesada, e ele consegue um aumento de 50% só para se calar e pôr a música mais baixo.

      Nas câmaras dos deputados, os líderes dos blocos parlamentares dos partidos da oposição passam a ser deputados de 14 anos cheios de vigor, irreverência e acne.

      Conseguem fazer passar vários projetos de lei importantes a troco da promessa de irem almoçar na casa dos avós no domingo sem fazer cara feia e de limparem o quarto.

      Creio que, completamente por acaso, talvez tenhamos descoberto a maneira de tornar o mundo melhor.

(Ricardo Araújo Pereira, Folha de S.Paulo, 29.10.2019. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que a palavra “mesmo” está empregada com o sentido que tem na passagem – ... ele passa a acreditar que o mundo vai mesmo acabar.
Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: C
4: C
5: D