Questões de Português - Figuras de Linguagem para Concurso

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Q2723460 Português

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.



     Meu pensamento é um devorador de imagens. Quando uma boa imagem me aparece, eu rio de felicidade, e o meu pensador se põe a brincar com ela como um menino brinca com uma bola. Se me disserem que esse hábito intelectual não é próprio de um filósofo, que filósofos devem se manter nos limites de uma dieta austera de conceitos puros e sem temperos, invoco em minha defesa Albert Camus, que dizia que só se pensa por meio de imagens. Amo as imagens, mas elas me amedrontam. Imagens são entidades incontroláveis, que frequentemente produzem associações que o autor não autorizou. Os conceitos, ao contrário, são bem-comportados, pássaros engaiolados. As imagens são pássaros em voo. Daí seu fascínio e seu perigo.



(Adaptado de: ALVES, Rubem. O canto do galo. Disponível: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 10/09/2023)

Meu pensamento é um devorador de imagens.


A figura de linguagem presente no trecho acima é

Alternativas
Q2705473 Português
Observe o cartum abaixo e responda à questão.

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/ Acesso jan, 2024.

As figuras de linguagem são recursos estilísticos utilizados em diversos contextos comunicacionais. No cartum, é possível perceber o uso de qual figura de linguagem?
Alternativas
Q2671204 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


O ERP e a gestão empresarial


  1. Os primeiros passos para se chegar a ferramentas tão tecnológicas como temos hoje no
  2. âmbito da administração de empresas foram dados em 1950. Naquela década, foi utilizado o
  3. primeiro mainstream, que tinha como objetivo a automatização de controle de estoques. Esse
  4. foi um passo inicial para a evolução desse mecanismo que, até então, tornava-se muito caro
  5. para as empresas e ainda era bastante lento. Nos anos 1970, a evolução do sistema de gestão
  6. trouxe para o mercado o Material Requirement Planning (MRP). Esse cenário se ............... até a
  7. década de 80, em que as redes de computadores vieram para resolver dois problemas:
  8. possibilitar o uso de servidores (redução de custo em relação aos mainframes) e estreitar a
  9. comunicação entre os famosos departamentos das empresas, seja via software ou visibilidade
  10. de informação. Na década de 90, com o salto nas redes de computadores e a queda nos
  11. investimentos em hardware, os softwares de gestão já se tornavam um diferencial nas grandes
  12. corporações, uma ferramenta de controle e gestão indispensável. O Gartner Group é responsável
  13. pelo termo ERP que conhecemos hoje. Eles entenderam que a evolução e transformação do MRP
  14. conversando com sistemas de outras áreas (RH, Financeiro, Vendas, Logística, etc.) permitia
  15. controlar transversalmente uma empresa inteira de forma assertiva. Gradativamente, esse
  16. conceito foi sendo aperfeiçoado ao longo do tempo para chegar até os ERPs que temos hoje,
  17. com um nível gerencial apurado e .................... por segmento.
  18. Dentro de uma organização, o ERP (Planejamento dos Recursos da Empresa, na tradução
  19. para o português) é um sistema de gestão empresarial que auxilia nos processos internos,
  20. automatizando operações manuais e transformando-as em processos de software, garantindo
  21. ___ guarda das informações em seu banco de dados. O ERP funciona como um software de
  22. gestão para unificar informações e facilitar o fluxo de trabalho entre ___ áreas. Levando-se em
  23. consideração que cada departamento necessita de uma ferramenta própria para poder gerar
  24. seus relatórios e executar tarefas rotineiras, o ERP passa a ter um papel fundamental,
  25. funcionando como um centralizador do fluxo de trabalho, alinhando a comunicação de todas as
  26. áreas e facilitando a tomada de decisão. Desta forma, ao invés de cada área possuir um software
  27. isolado, o ERP concentra todas as informações de forma integrada e inteligente, dando ___
  28. empresa autonomia na execução de tarefas rotineiras e tornando a comunicação interligada.
  29. Imagine que, por exemplo, o departamento que trata das finanças possa saber em tempo real
  30. o status de seus ganhos e destinar o dinheiro de maneira assertiva, tendo controle total do fluxo
  31. de caixa. É possível, com o ERP, ter essa visão de forma rápida e facilitada.
  32. Existem vários sistemas utilizados na gestão de empresas e, muitas vezes, as que ainda
  33. não adotaram um ERP acabam precisando de vários softwares para garantir a visibilidade de
  34. todas as frentes de negócio. Ou seja, os responsáveis pela gestão precisam navegar entre
  35. diferentes programas, coletando informações de vários painéis para só então analisar os dados
  36. e tomar decisões. As pessoas sabem que, neste cenário, as informações se perdem e os dados
  37. copiados podem ser utilizados de forma errada. Resumindo: muitas vezes há dor de cabeça e
  38. tempo gasto para localizar um problema de fácil resolução. O ERP tem como principal objetivo
  39. organizar todo o volume de informação gerado pela empresa. Dotado de uma estrutura robusta,
  40. o sistema de gestão é capaz de auxiliar todos os departamentos com funcionalidades que
  41. auxiliam em diferentes frentes de rotinas diárias, como, por exemplo, controle financeiro,
  42. administração de suprimentos e gestão de colaboradores.
  43. Os sistemas de ERP são oferecidos pelo mercado em diversas modalidades.
  44. Diferentemente de outros programas e sistemas de computador, o sistema de gestão não está
  45. à venda em gôndolas de lojas e, em sua maioria, não é um sistema pronto para instalação e uso.
  46. Por ser um software robusto, ele requer processos para que tudo comece a rodar em perfeitas
  47. condições. Além disso, por abranger tantos departamentos da empresa, o ERP pode ser
  48. comprado em módulos, ficando sob medida em relação às necessidades da companhia.


Disponível em: https://www.senior.com.br/sistema-erp-o-que-e-e-como-funciona

– texto adaptado especialmente para esta prova.

Os itens sublinhados nas linhas 12 e 13 atestam a ocorrência de uma concordância não efetuada com os termos expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente. Neste caso, a figura de linguagem estilisticamente explorada pelo autor do texto foi:

Alternativas
Q2658949 Português

O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 15.


Texto 01:

Sinais de consentimento forçado


O esforço do geneticista e bioinformata Yves Moreau, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, já levou à retratação de 30 artigos científicos desde 2019. Em comum, os estudos cancelados utilizavam dados genéticos ou biométricos de minorias étnicas e grupos populacionais vulneráveis da China, cuja coleta foi realizada em condições nebulosas. Em alguns casos, não foi possível assegurar que os sujeitos da pesquisa forneceram material biológico de forma voluntária ou que o estudo foi aprovado pelo comitê ético de alguma instituição científica reconhecida. Já outros papers estão lastreados por termos de consentimento informado, nos quais os participantes declaram que foram avisados sobre o escopo da pesquisa e que aceitaram participar dela, mas há a possibilidade de que a coleta de dados tenha sido forçada e os documentos de anuência obtidos sob coação, o que os tornaria inúteis. Essa suspeita se baseia no ambiente de repressão política em que as pesquisas foram feitas e na presença de agentes de segurança do Estado entre os coautores dos artigos.

Segundo Moreau, a polícia chinesa se vale de uma base de dados nacional de DNA, de informações biométricas e de métodos de vigilância − tais como câmeras de vídeo e reconhecimento facial − para monitorar a minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang, no noroeste do país. A mesma estratégia vale para os habitantes das montanhas do Tibete, região controlada pela China desde a década de 1950. "Isso faz parte da arquitetura do controle social e é uma ferramenta de pressão psicológica eficaz", disse Moreau ao jornal The Washington Post.

Em fevereiro, a revista Molecular Genetics & Genomic Medicine anunciou a retratação de 18 artigos apontados como suspeitos por Moreau, reconhecendo "inconsistências entre a documentação de consentimento e a pesquisa relatada". Outra retratação recente envolveu um trabalho publicado em 2022 na revista PLOS ONE , em que pesquisadores chineses coletaram amostras de sangue de centenas de tibetanos e concluíram que marcadores genéticos de seus cromossomos X poderiam ser úteis para identificação forense e testes de paternidade. Moreau alertou os editores da PLOS ONE que forças de segurança chinesas podem ter participado da coleta de dados, uma vez que organizações de defesa dos direitos humanos haviam denunciado a existência de um programa de coleta compulsória de amostras de DNA de populações tibetanas. O pesquisador pediu que investigassem se houve mesmo o consentimento informado dos indivíduos que cederam amostras de sangue. O artigo foi retratado apenas três meses após o alerta. Segundo nota divulgada pelo periódico, documentos fornecidos pelos autores não foram suficientes para afastar dúvidas sobre a autenticidade do consentimento informado e garantir que o estudo recebeu aprovação ética de comitê regularmente estabelecido.

A rapidez da PLOS ONE em analisar o caso não é um padrão entre as revistas científicas. Moreau e seu grupo fizeram alertas semelhantes sobre mais de uma centena de artigos e ao menos 70 deles seguem sendo investigados há mais de dois anos, sem que as publicações cheguem a uma conclusão sobre se devem ser retratados − o argumento é de que os casos são complexos. "A demora excessiva de editores em proferir decisões equivale à má conduta editorial", disse Moreau, em uma longa reportagem sobre seu trabalho publicada em janeiro na revista Nature.

Houve casos em que os editores consideraram a suspeita infundada e encerraram as investigações. A editora MDPI declarou não ter encontrado falhas éticas em sete artigos questionados por Moreau, publicados na revista Genes. Um dos artigos investigou as origens genéticas do povo Hui, outro grupo étnico muçulmano do norte da China. Vários autores trabalham para a Academia de Ciências Forenses de Xangai, que é parte do Ministério da Justiça da China. Em um outro artigo, autores eram afiliados ao Departamento de Investigação Criminal da província de Yunnan e ao Gabinete de Segurança Pública da cidade de Zibo, na China. "Não é incomum que a polícia ajude a facilitar a pesquisa forense de genética populacional", afirmou à Nature Dennis McNevin, da Universidade de Tecnologia de Sydney, na Austrália, coautor de um artigo apontado como suspeito por Moreau. O trabalho em questão foi publicado em 2018 na revista Scientific Reports e se baseava na análise genética de 1.842 pessoas de quatro grupos étnicos da China. O artigo segue válido, mas em 2022 a editora Springer Nature fez uma correção removendo dados (anonimizados) de participantes que constavam nas informações suplementares do paper, porque não havia consentimento para divulgá-los.

O engajamento de Moreau no combate ao que ele chama de "vigilância genômica" de minorias étnicas começou em 2016, quando soube que o governo do Kuwait lançara um programa para coletar e catalogar perfis genéticos de seus cidadãos e de visitantes. Ele levou o caso à Sociedade Europeia de Genética Humana e pediu que se pronunciasse contra a medida. Com a repercussão negativa, o programa acabou revogado pelo Parlamento do país. No mesmo ano, foi informado de que um programa de catalogação de DNA estava sendo implantado como parte do processo de registro de passaporte em Xinjiang, onde os uigures têm sido alvo de vigilância e detenções em massa. Ele fez um levantamento da literatura científica e encontrou dezenas de artigos que descrevem o perfil genético de grupos étnicos minoritários na China. Também observou que mais de 20% das pesquisas publicadas sobre genética forense populacional na China entre 2011 e 2018 concentraram-se nos uigures, embora eles representem menos de 1% da população.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. Sinais de consentimento forçado. Revista Pesquisa FAPESP.


Disponível em:

https://revistapesquisa.fapesp.br/sinais-de-consentimento-forcado/ Acesso em: 19 abr., 2024.


Texto 02: Trecho da Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de 2012


[...] II - DOS TERMOS E DEFINIÇÕES

A presente Resolução adota as seguintes definições:

II.2 - assentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa, criança, adolescente ou legalmente incapaz, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação. Tais participantes devem ser esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa lhes acarretar, na medida de sua compreensão e respeitados em suas singularidades [...];

II.5 - consentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo e pormenorizado sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar [...];

II.10 - participante da pesquisa - indivíduo que, de forma esclarecida e voluntária, ou sob o esclarecimento e autorização de seu(s) responsável(eis) legal(is), aceita ser pesquisado. A participação deve se dar de forma gratuita, ressalvadas as pesquisas clínicas de Fase I ou de bioequivalência [...];

II.12 - pesquisa - processo formal e sistemático que visa à produção, ao avanço do conhecimento e/ou à obtenção de respostas para problemas mediante emprego de método científico [...];

II.14 - pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos [...];

II.23 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE - documento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar;

II.24 - Termo de Assentimento - documento elaborado em linguagem acessível para os menores ou para os legalmente incapazes, por meio do qual, após os participantes da pesquisa serem devidamente esclarecidos, explicitarão sua anuência em participar da pesquisa, sem prejuízo do consentimento de seus responsáveis legais.

II.25 - vulnerabilidade - estado de pessoas ou grupos que, por quaisquer razões ou motivos, tenham a sua capacidade de autodeterminação reduzida ou impedida, ou de qualquer forma estejam impedidos de opor resistência, sobretudo no que se refere ao consentimento livre e esclarecido.


Retirado e adaptado de: BRASIL. Ministério da Saúde. RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0 466_12_12_2012.html Acesso em: 20 abr., 2024.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente, entre parênteses, a classificação da figura de linguagem presente no respectivo trecho:

Alternativas
Q2651745 Português

O prazer e o risco de emprestar um livro


        “Empresto até dinheiro, mas não me peça meus livros.” Perdi a conta de quantas vezes ouvi amigos repetirem essa frase e muitas de suas variações. Alguns diziam o mesmo sobre os CDs, quando o CD ainda existia. O mundo mudou. As coleções de CDs acumulam poeira e, hoje em dia, é difícil achar alguém que queira pegar um deles emprestado. Para os leitores, a vida mudou pouco. Nunca vi alguém pedir um Kindle emprestado. Mas enquanto tivermos livros impressos – e os temos aos montes –, nos veremos frequentemente diante dessa questão: emprestar ou não emprestar? A decisão de emprestar um livro é em sua natureza um gesto de amor à leitura. O prazer de ler é tão grande que precisamos compartilhá-lo. Nada mais frustrante do que terminar uma história incrível e não ter com quem conversar sobre ela. Emprestar um livro é buscar companhia num mundo em que os leitores infelizmente ainda são minoria.


        Quem é contra o empréstimo de livros costuma ter um argumento forte para justificar sua postura: por mais que confiemos em quem pediu o livro emprestado, há uma enorme chance de que o livro não seja devolvido. O mundo fora da estante é perigoso. Mesmo ambientes aparentemente seguros escondem armadilhas. Já fui vítima de uma delas. Pouco depois do lançamento de “A visita cruel do tempo”, de Jennifer Egan, deixei meu exemplar com um colega de trabalho. Ele gostou tanto do romance quanto eu. Animados com a nossa conversa, outros colegas se interessaram pela obra. O livro passou de mão em mãos e o perdi de vista. Não posso dizer que o revés foi inesperado. Outros livros tiveram um destino parecido. Continuo a emprestar livros, mesmo correndo o risco de perdê-los. Gosto de saber que meu exemplar de “A visita cruel do tempo” foi parar nas mãos de um leitor misterioso, em vez de acumular poeira em minha estante. (…) 



VENTICINQUE, Danilo. Disponível em:

<https://epoca.oglobo.globo.com/colunas-e-blogs/daniloventicinque/noticia/2014/04/o-prazer-e-o-risco-de-bemprestar-umlivrob.html>. (adaptado).

A figura de linguagem que sobressai no título da obra citada no texto, “A visita cruel do tempo”, está apontada corretamente na alternativa:
Alternativas
Respostas
16: C
17: C
18: E
19: E
20: A