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Ano: 2021 Banca: UFGD Órgão: UFGD Prova: UFGD - 2021 - UFGD - Vestibular |
Q3250640 Português
Leia os excertos a seguir.
Mais uma conquista de Eva... o futebol. Há cerca de uns três meses um grupo de moças dos mais conceituados clubes esportivos dos subúrbios da nossa Capital (Rio de Janeiro) iniciou a prática do futebol feminino entre nós. Organizaram quadros e, de acordo com as regras oficiais do “Foot-ball Association”, tem as nossas patrícias disputado várias partidas entre vários clubes. [...] E as partidas repetiram-se animadas e concorridas, violentas e movimentadas, com todas as características do jogo masculino, sem mesmo lhes faltar esse complemento que parece imprescindível no famoso esporte bretão – as agressões e os socos […]. A propósito desse sensacional acontecimento esportivo, inúmeras têm sido as consultas a nós endereçadas sobre esse tema: Pode a mulher praticar o futebol?.
LOYOLA, H. Pode a mulher praticar o futebol. Revista Educação Physica, Rio de Janeiro, v.46, p. 41-5, 1940.
Mesmo não sendo homogêneos os discursos direcionados para a interdição das mulheres em algumas modalidades esportivas, vale lembrar que os documentos oficiais que operam nesse sentido expressam as representações normatizadas de feminilidade […]. Não raras vezes as jogadoras de futebol são questionadas acerca de sua sexualidade, parecendo ser “natural” essa inspeção […]. Transgressoras ou não, as mulheres há muito estão presentes no futebol. Vão aos estádios, assistem campeonatos, acompanham o noticiário, treinam, fazem comentários, divulgam notícias, arbitram jogos, são técnicas, compõem equipes dirigentes […], enfim, participam do universo futebolístico e isso não há como negar. Certamente algumas destas mulheres transgridem ao que convencionalmente se designou como sendo próprio de seu corpo e de seu comportamento, questionam a hegemonia esportiva masculina historicamente construída e culturalmente assimilada e enfrentam os preconceitos e também as estratégias de poder que estão subjacentes a eles. [...] No entanto, ainda é precária a estruturação da modalidade no país, pois são escassos os campeonatos, as contratações das atletas são efêmeras e, praticamente, inexistem políticas privadas e públicas direcionadas para o incentivo às mulheres que desejam fazer sua carreira dentro desse esporte o que me leva a afirmar, que, na “Pátria das Chuteiras”, as mulheres não têm vez. Estão nas zonas de sombra ainda que há muito protagonizem histórias que construíram e estruturaram o futebol desse país.
GOELLNER, Silvana Vilodre. Na “Pátria das chuteiras” as mulheres não tem vez. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO 7. Florianópolis, UFSC, 2006, p. 1-4.
Os excertos referenciam uma das manifestações da cultura corporal que possui ampla visibilidade no imaginário do povo brasileiro: o futebol. No entanto, principalmente na mídia esportiva, a modalidade não é igualmente valorizada – ainda hoje – se considerarmos a sua prática por mulheres. Ao destacar o futebol como uma conquista das mulheres, Loyola (1940) enfatiza o questionamento que fez parte da história da categoria feminina do esporte: “Pode a mulher praticar futebol?”. Alguns estudiosos do campo da Educação Física, a exemplo de Silvana Vilodre Goellner (2006), demonstram o caminho percorrido historicamente pelas mulheres para a sua inserção nessa modalidade esportiva, repleta de argumentos que justificaram e ainda justificam a falta de incentivo e visibilidade das atletas no esporte. Sendo assim, quanto aos argumentos recrutados durante décadas para explicar a pouca visibilidade conferida às mulheres no futebol brasileiro, assinale a afirmativa correta.
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