Questões de Vestibular PUC - RS 2016 para Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia
Foram encontradas 10 questões
Ano: 2016
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761487
Literatura
Texto associado
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio
é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda
a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo
algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo:
Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que
carrega consigo a certeza da sua própria morte.
Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida
e restrição para as ambições da vida quanto de
combustível para atos que garantam algum tipo de
imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com
a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e
daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos,
viagens, sonhos são marcos postos entre cada
um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará
com textos que refletem sobre esse tema.
Memórias
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que
um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o
Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas
e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também
voou por sobre os destroços presentes até às
ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos
mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos
primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente,
metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as
falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas
folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de
uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à
porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra
da morte foi muito menos triste do que podia parecer.
De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A
vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de
vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia
à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me
planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que
foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa
e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe
sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.”
Com base no texto, afirma-se:
I. A grande variedade de pronomes presentes no
texto aponta para a existência de pelo menos três
elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás
Cubas e o leitor.
II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas
de uma África juvenil” assinalam a existência
de diferentes planos temporais na narrativa, dos
quais se destacam o momento da enunciação, o
passado recente e o passado mais remoto.
III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa
da morte do narrador a partir de uma doença
banal, serve de contraponto ao tom poético do
parágrafo anterior. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Ano: 2016
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761488
Literatura
Texto associado
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio
é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda
a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo
algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo:
Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que
carrega consigo a certeza da sua própria morte.
Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida
e restrição para as ambições da vida quanto de
combustível para atos que garantam algum tipo de
imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com
a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e
daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos,
viagens, sonhos são marcos postos entre cada
um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará
com textos que refletem sobre esse tema.
Memórias
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que
um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o
Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas
e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também
voou por sobre os destroços presentes até às
ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos
mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos
primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente,
metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as
falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas
folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de
uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à
porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra
da morte foi muito menos triste do que podia parecer.
De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A
vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de
vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia
à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me
planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que
foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa
e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe
sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.”
Com base na obra de Machado de Assis, preencha
os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas
de Brás Cubas têm em comum o fato de
serem livros narrados em primeira pessoa. Além
disso, ambos os personagens pertencem à elite
carioca do século XIX.
( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas
encerra-se com um capítulo todo feito de negativas,
no qual o narrador enumera uma série de
faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato de
não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a
ninguém a herança de nossa miséria.
( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom
Casmurro ser um romance baseado nas memó-
rias sinceras de um homem traído.
( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras
brasileiras. O autor escreveu romances, contos,
crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e
a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
Ano: 2016
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761489
Literatura
Leia o poema A meu pai morto, de Augusto dos Anjos, e analise as afirmativas.
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Ano: 2016
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761490
Literatura
Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem [finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. ( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. ( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. ( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo. ( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demorado Olhando o esquife longamente Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem [finalidade Que a vida é traição E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida. ( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira. ( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe. ( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo. ( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Ano: 2016
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2016 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - 2º Dia |
Q761491
Literatura
Leia o trecho a seguir, retirado da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e compare-o com
o quadro Os retirantes, de Candido Portinari. – Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO:
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO: