Questões de Vestibular IF Sudeste - MG 2018 para Vestibular - Segundo Semestre

Foram encontradas 9 questões

Ano: 2018 Banca: IF Sudeste - MG Órgão: IF Sudeste - MG Prova: IF Sudeste - MG - 2018 - IF Sudeste - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1273125 Português
Leia o texto que se segue:
Dialogando com o público leitor
– Boa tarde, o senhor me desculpe eu estar interrompendo sua leitura, mas é só um minutinho. – Ah, pois não. – É o seguinte, não é o senhor que é o escritor? O menino ali me disse que o senhor é o escritor. – Bem, não sei se sou o escritor. Mas sou um escritor, sou, sim. – Madalena, venha cá, é ele! Madalena! Chame Rosalvo e os meninos, é ele? – O que foi que houve? – Madalena é minha esposa, ela estava com vergonha de perguntar se era o senhor mesmo o escritor. Ela me disse que já tinha ouvido muito falar no senhor. E Rosalvo é meu cunhado, que conhece sua obra, é gente boa. – Sim, eu... – Não vou interromper nada, pode ficar descansado, o senhor pode continuar com sua leitura. – Eu... – Madalena, é ele mesmo! Você tinha razão, é ele. É boa gente, você sabe? Estamos aqui numa prosa ótima, ele é a simplicidade em pessoa. Olha aí, Rosalvo, é ele. Pode sentar, rapaz, ele não morde, háhá! – Muito prazer, dá licença. – Eu... – Meu nome é Rosalvo Luiz da Anunciação Pereira, mas eu costumo assinar apenas Anunciação Pereira. – Ah, sim, interessante. – Admiro muito sua obra, O Sargento de Milícias. – Mas não fui eu quem escreveu esse, foi outro. Bem que podia ter sido eu, mas não fui eu. – Ah, então o senhor não é autor do “Sargento”? – Sou, mas de outro sargento, o Sargento Getúlio.
RIBEIRO, João Ubaldo. Contos e crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 59-63.
Assinale a alternativa CORRETA em relação ao texto lido.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: IF Sudeste - MG Órgão: IF Sudeste - MG Prova: IF Sudeste - MG - 2018 - IF Sudeste - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1273126 Português

Leia o excerto a seguir.


O grande e o pequeno

    Todo o caso de amor tem sempre um grande e um pequeno. Essa não é uma ideia original, apenas uma adaptação da frase: “a chaque deux amoureux il y a toujours celui que aime et celui que se laisse aimer”. O pequeno ama, o grande se deixa amar, o grande fala, o pequeno escuta, o grande discorda, o pequeno concorda, o pequeno se preocupa, o grande divaga, o grande se atrasa, o pequeno se antecipa, o pequeno teme, o grande ameaça, o grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.

    Às vezes o grande é um homem, às vezes é uma mulher. O grande pode ser o mais bonito e pode não ser. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é o mais esperto mas o pequeno também pode ser espertíssimo. Depende do caso. Ninguém descobriu até hoje nenhuma regra que permita determinar quem é o grande e quem é o pequeno de um casal. É necessária uma observação um pouco mais atenta. Numa festa, por exemplo, não é difícil identificar qual é qual. Geralmente o pequeno está torcendo para que a festa seja boa, principalmente se foi ele que sugeriu o programa. O grande se comportará de maneira mais blasé até se deixar embriagar pela música, pela bebida ou pelo ambiente, quando então ficará muito, mas muito mais entusiasmado do que o pequeno. O grande não se preocupa em conhecer pessoas, as pessoas é que sempre se aproximam dele, pelo menos na concepção do pequeno, mas mesmo que o pequeno atraia qualquer atenção, o fato vai passar desapercebido pelo grande. O pequeno evita o silêncio porque tem certeza de que a culpa é dele. Por isso tem sempre guardados na cabeça assuntos vários que possam ser úteis em diversas ocasiões. Mas se preocupa sempre em encaixá-los no momento mais apropriado, com cuidado, claro, para não perder a espontaneidade.

   A  calça nova do pequeno dificilmente lhe cai tão bem quanto a do grande, assim como o cabelo do grande sempre está melhor do que o pequeno, ainda que o resto do mundo pense exatamente o contrário. Mesmo que o pequeno dance bem, o grande sempre dançará melhor. O grande não é bom de decorar letras de músicas mas o pequeno sabe muitas decoradas, principalmente as mais românticas. O pequeno geralmente se comove com a lua calado enquanto o grande aponta, olha só que lua. No final da festa é sempre o pequeno que quer ir embora, a não ser que a festa seja ruim, neste caso o grande quis e eles já foram há muito tempo. Na saída, o pequeno sempre tem uma promessa nervosa e oculta para o resto da noite enquanto o grande se despede dos amigos displicentemente. Em casa, o pequeno faz tudo pra agradar, é macho, é gueixa, é incansável, e, se tocar o coração do grande, ainda deve comemorar com mais uma dose antes de cair no sono. No dia seguinte o pequeno estará inevitavelmente preocupado: será que eu fiz tudo certo? Será que eu devia ter dito aquilo? Por que será que toda vez sou eu que beijo primeiro? E provavelmente vai procurar o grande urgentemente apesar de ter se prometido que jamais faria isso.

    Não precisa nem ser um caso de amor. Mesmo entre dois irmãos, dois amigos, dois o que seja, sempre haverá um que quer mais e outro que quer menos, o generoso e o pedinte, o fascinante e o fascinado. O grande e o pequeno podem ser de qualquer espécie, inclusive bichos, com exceção dos gatos que são todos grandes.


FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003, p. 11-13.


Em relação ao excerto, marque a alternativa CORRETA. 

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IF Sudeste - MG Órgão: IF Sudeste - MG Prova: IF Sudeste - MG - 2018 - IF Sudeste - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1273127 Português

Leia o poema e as afirmativas a seguir.

O filho do século


Nunca mais andarei de bicicleta

Nem conversarei no portão

Com meninas de cabelos cacheados

Adeus valsa "Danúbio Azul"

Adeus tardes preguiçosas

Adeus cheiros do mundo sambas

Adeus puro amor

Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem

Não tenho forças para gritar um grande grito

Cairei no chão do século vinte

Aguardem-me lá fora

As multidões famintas justiceiras

Sujeitos com gases venenosos

É a hora das barricadas

É a hora da fuzilamento, da raiva maior

Os vivos pedem vingança

Os mortos minerais vegetais pedem vingança

É a hora do protesto geral

É a hora dos vôos destruidores

É a hora das barricadas, dos fuzilamentos

Fomes desejos ânsias sonhos perdidos, M

Misérias de todos os países uni-vos

Fogem a galope os anjos-aviões

Carregando o cálice da esperança

Tempo espaço firmes porque me abandonastes.


MENDES, Murilo. O Visionário. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 239-240.


I. Pode-se dizer que o poema apresenta dois momentos distintos: o primeiro se refere à época anterior à chegada do novo século e o segundo, ao século XX.

II. Todas as situações mencionadas no poema evocam um mundo em que a vida é simples e prazerosa, parecendo ser proveniente da inocência e da ingenuidade.

III. O novo século é caracterizado ao longo do poema pela dor, pelo sofrimento, pela violência e pela morte e desmonta-se em cenas de desesperança.

IV. No verso “Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem” representa-se a descrença espiritual ou o abandono da religião, já que a fé de nada adianta, considerando a realidade que se impõe.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IF Sudeste - MG Órgão: IF Sudeste - MG Prova: IF Sudeste - MG - 2018 - IF Sudeste - MG - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1273128 Português
Leia o seguinte fragmento de O filho eterno, de Cristovão Tezza:
É, talvez, ele refletirá logo depois, ainda em pânico, dando corda à sua rara vocação dramática, que agora lhe toma por inteiro, a pior sensação imaginável na vida – quase a mesma sensação terrível do momento em que o filho se revelou ao mundo, da qual ele jamais se recuperará completamente, repete-se agora ao espelho, com intensidade semelhante, mas não se trata mais do acaso.
TEZZA, Cristovão. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 94.
Marque a alternativa CORRETA que expressa o momento no qual o narrador descobre a dependência que sentia pelo filho.
Alternativas
Respostas
5: A
6: B
7: D
8: B