Questões de Vestibular de Português - Regência
Foram encontradas 173 questões
Ano: 2019
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
FIMCA
Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - FIMCA - Vestibular de Medicina - Edital nº 01/ 2020 |
Q1790410
Português
Texto associado
O que é prevenção de suicídio, afinal?
Dia mundial de prevenção de suicídio, 10 de setembro.
De um tempo para cá todo ano voltamos ao tema. Mas ainda
estamos encontrando o tom.
Após uma vida inteira ignorando o assunto os meios de
comunicação resolveram finalmente abordá-lo. Mas, presos
aos modelos de campanhas de conscientização habituais
focaram-se nos números, taxas de crescimento, histórias
individuais, entrevistas com pessoas afetadas pela questão.
Tudo muito importante para que a sociedade fique mais
esclarecida sobre o panorama local, nacional e até mundial
sobre o suicídio. Mas inócuo para prevenção de fato.
O que é prevenção, afinal? A prevenção em saúde se dá
em três níveis:
Prevenção primária: estratégias para evitar o
adoecimento, retirando fatores de risco.
Prevenção secundária: detecção precoce de pessoas
acometidas por um problema, se possível antes de ele se
manifestar.
Prevenção terciária: intervenções para evitar sequelas
depois que o problema acontece.
De trás para frente, quando se fala em suicídio, não é
possível fazer prevenção terciária, a não ser tratar das
feridas emocionais de quem ficou (na chamada pósvenção).
E o que seria a prevenção secundária nesses casos?
Evitar que pessoas já com intenções ou planos suicidas
cometam o ato. Tal situação normalmente se dá quando
existe um transtorno mental que agrava uma situação de
crise – por estar doente ela não vê outra saída que não a
morte. É preciso então dissuadi-las disso, mostrando que o
ser humano consegue superar qualquer coisa se tiver ajuda
suficiente e se suas emoções não estiverem adoecidas. Não
adianta apresentar números, contar histórias tristes.
Ninguém nessa situação vai pensar “Puxa, quanta gente já
se matou, né? Melhor eu não fazer isso”. Ao contrário, tais
dados podem até normalizar para elas esse comportamento.
Faremos prevenção se ensinarmos todo mundo a detectar
sintomas de depressão, a diferenciar uso e dependência de
substâncias; se combatermos o preconceito com psiquiatria,
psicologia, estimulando em quem precisa a busca de ajuda e
apresentando caminhos para atendimento em crises (como
o CVV – fone 188). Se a sociedade inteira compreender que
essas são formas eficazes de se buscar saídas para situações
aparentemente insolúveis e insuportáveis, poderemos
prevenir alguns casos.
Evidentemente o ideal é que a gente não chegue a
ponto de considerar seriamente o suicídio. Como já vimos
que isso normalmente ocorre quando crises parecem
insuportáveis e insolúveis em função do adoecimento
emocional, esse último deveria ser o alvo da prevenção
primária. É ingênuo achar ser possível prevenir crises. Mas
evitar o adoecimento é um alvo a ser perseguido com afinco.
Atividade física regular, sono de qualidade, alimentação
saudável, desenvolvimento de vínculos afetivos, criação de
uma rede de suporte, tudo isso – de preferência ao mesmo tempo – oferece boa proteção ao adoecimento ou ao
agravamento dos transtornos mentais. Falar disso – que
aparentemente nada tem a ver com o suicídio – talvez seja
uma das formas mais importantes de prevenir novos casos.
Ah, e apesar de óbvio, vale a pena lembrar: não adianta
voltarmos a esses temas apenas ano que vem, ok?
Já percebeu como diante das mesmas situações –
mesmo as dramáticas – tem gente que desmorona, outros
sofrem por um tempo mas seguem em frente, e ainda há
quem não se abale? Isso mostra que boa parte do problema
diante de eventos negativos não está neles, mas em nós –
como nossa história, nossos pensamentos, pressupostos e
crenças interferem na forma com que lidamos com as
adversidades. Em O poder da resiliência (Sextante, 2019) o
psicólogo Rick Hanson se uniu ao consultor Forrest Hanson
para mostrar, baseado em pesquisas científicas e exemplos
práticos, como resiliência vai além da capacidade de absorver
os golpes e ficar em pé (o que já é bastante). Ela também
coopera para termos mais qualidade de vida e um bem-estar
efetivo. Habilidades que vêm muito a calhar tanto para
prevenção primária como para secundária e pósvenção.
(Daniel Martins de Barros, 10/09/2019. Disponível em:
https://emais.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/o-que-eprevencao-de-suicidio-afinal/.)
Considerando o trecho destacado “Após uma vida inteira
ignorando o assunto os meios de comunicação resolveram
finalmente abordá-lo.”, (2º§) pode-se afirmar que:
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
UNINOVE
Prova:
FCC - 2015 - UNINOVE - Processo Seletivo Medicina - Conhecimentos Gerais |
Q1782356
Português
Texto associado
Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.
Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.
(O guarani, 2006.)
1 axorca: argola
Tinha na cabeça um chapéu de couro, ________ se prendiam,
na aba, duas plumas matizadas.
Assinale a alternativa que completa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna do texto.
Assinale a alternativa que completa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna do texto.
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
UNINOVE
Prova:
FCC - 2015 - UNINOVE - Processo Seletivo Medicina - Conhecimentos Gerais |
Q1782355
Português
Texto associado
Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.
Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.
(O guarani, 2006.)
1 axorca: argola
Em “mantinha verticalmente diante de si um longo forcado
de pau enegrecido pelo fogo”, o verbo em destaque é
Q1686590
Português
Assinale a alternativa em que a regência, no trecho destacado, apresenta-se de acordo com a da norma-padrão.
Ano: 2021
Banca:
UPENET/IAUPE
Órgão:
UPE
Prova:
UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 3º Fase - 1º Dia |
Q1679723
Português
Texto associado
Adélia Prado
"Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. [...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu."
Texto 15
PRISÃO
Cecília Meireles
Nesta cidade
quatro mulheres estão no cárcere.
Apenas quatro.
Uma na cela que dá para o rio,
outra na cela que dá para o monte,
outra na cela que dá para a igreja
e a última na do cemitério
ali embaixo.
[...]
Quatrocentas mulheres
quatrocentas, digo, estão presas:
cem por ódio, cem por amor,
cem por orgulho, cem por desprezo
em celas de ferro, em celas de fogo,
em celas sem ferro nem fogo, somente
de dor e silêncio,
quatrocentas mulheres, numa outra cidade,
quatrocentas, digo, estão presas.
Quatro mil mulheres, no cárcere,
e quatro milhões – e já nem sei a conta,
em cidades que não se dizem,
em lugares que ninguém sabe,
estão presas, estão para sempre –
sem janela e sem esperança,
umas voltadas para o presente,
outras para o passado, e as outras
para o futuro, e o resto – o resto,
sem futuro, passado ou presente,
presas em prisão giratória,
presas em delírio, na sombra,
presas por outros e por si mesmas,
tão presas que ninguém as solta,
e nem o rubro galo do sol
nem a andorinha azul da lua
podem levar qualquer recado
à prisão por onde as mulheres
se convertem em sal e muro.
MEIRELES, Cecília. Prisão. Excertos. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 83332006000200013&script=sci_arttext Acesso em: 08/08/2020.
Texto 16
GRANDE DESEJO
Adélia Prado
Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar
o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma
igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.
Disponível em: https://www.tudoepoema.com.br/adelia-prado-grande-desejo/ Acesso em: 08/08/2020.
Texto 17
"Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. [...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu."
LISPECTOR, Clarice. Água viva. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. Excertos. pp.15-25. (Adaptado)
Nos textos literários, os aspectos formais podem ser analisados como elementos que colaboram
para a expressividade. Acerca de aspectos formais dos Textos 15, 16 e 17, analise as proposições
abaixo.
1) No que se refere ao nível de formalidade, podemos dizer que o Texto 17 tende para a informalidade. Apesar disso, sua autora segue as normas de regência nominal, o que se observa, por exemplo, no trecho ―Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer‖. A regência estaria igualmente atendida se a autora tivesse escrito: "Não faço alusão a tudo o que sei".
2) Observe a concordância feita no seguinte trecho do Texto 15: "e nem o rubro galo do sol / nem a andorinha azul da lua / podem levar qualquer recado [...]". O plural empregado na primeira forma verbal (podem) indica que a ação expressa por ―podem levar‖ é praticada, concomitantemente, pelo "rubro galo do sol" e pela "andorinha azul da lua".
3) O sinal indicativo de crase presente no trecho "podem levar qualquer recado / à prisão por onde as mulheres / se convertem em sal e muro" (Texto 15) deveria manter-se se o termo "prisão" fosse substituído pelo termo "cárcere".
4) Para indicar que o Texto 16 tematiza o cotidiano do século passado, nele está preservada a norma ortográfica que era vigente nesse século, a exemplo de "Adélia", "dói" e "pôr", formas que, após o último Acordo Ortográfico, devem ser grafadas sem acento.
Estão CORRETAS:
1) No que se refere ao nível de formalidade, podemos dizer que o Texto 17 tende para a informalidade. Apesar disso, sua autora segue as normas de regência nominal, o que se observa, por exemplo, no trecho ―Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer‖. A regência estaria igualmente atendida se a autora tivesse escrito: "Não faço alusão a tudo o que sei".
2) Observe a concordância feita no seguinte trecho do Texto 15: "e nem o rubro galo do sol / nem a andorinha azul da lua / podem levar qualquer recado [...]". O plural empregado na primeira forma verbal (podem) indica que a ação expressa por ―podem levar‖ é praticada, concomitantemente, pelo "rubro galo do sol" e pela "andorinha azul da lua".
3) O sinal indicativo de crase presente no trecho "podem levar qualquer recado / à prisão por onde as mulheres / se convertem em sal e muro" (Texto 15) deveria manter-se se o termo "prisão" fosse substituído pelo termo "cárcere".
4) Para indicar que o Texto 16 tematiza o cotidiano do século passado, nele está preservada a norma ortográfica que era vigente nesse século, a exemplo de "Adélia", "dói" e "pôr", formas que, após o último Acordo Ortográfico, devem ser grafadas sem acento.
Estão CORRETAS: