Questões de Vestibular de Literatura - Teoria Literária

Foram encontradas 43 questões

Ano: 2019 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: UNICENTRO - 2019 - UNICENTRO - Vestibular - Literatura |
Q1403988 Literatura

O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:

“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).


O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: UNICENTRO - 2019 - UNICENTRO - Vestibular - Literatura |
Q1403987 Literatura
TEXTO: Nove anos procurou Blimunda. Começou por contar as estações, depois perdeu-lhes o sentido. Nos primeiros tempos calculava as léguas que andava por dia, quatro, cinco, às vezes seis, mas depois confundiram-se-lhes os números, não tardou que o espaço e o tempo deixassem de ter significado, tudo se media em manhã, tarde, noite, chuva, soalheira, granizo, névoa e nevoeiro, caminho bom, caminho mau [...] milhares de rostos, rostos sem número que o dissesse, quantas vezes mais os que em Mafra se tinham juntado, e de entre os rostos, os das mulheres para as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a resposta... SARAMAGO. José. Memorial do convento. 25. ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1982. p. 345.
Considerando que José Saramago apresenta uma escrita peculiar, com um estilo próprio e uma linguagem inovadora, marque com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas acerca do estilo, do enredo ou da linguagem presentes na obra, não só levando em conta o trecho, mas também a totalidade do livro. ( ) No trecho “Nove anos procurou Blimunda”, a personagem em foco sofre a ação verbal, portanto Blimunda funciona como complemento do verbo "procurar". ( ) A linguagem da obra, como atesta o fragmento, é documental e realista, sendo seu estilo chamado de neorrealismo. ( ) O narrador, no trecho acima, assim como em outros, apresenta ao leitor como a personagem sente, em sua subjetividade, os aspectos vividos na realidade concreta. ( ) Considerando que esse trecho é parte do epílogo da obra, a personagem procurada por Blimunda é Baltazar. ( ) A personagem em questão, Blimunda, tem poderes extraordinários, que podem ser entendidos literalmente ou metaforicamente.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
Alternativas
Q1399742 Literatura
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .

A felicidade, sensação tão volátil, instável, irredutível de homem a homem é cousa diferente, e não consente média a abranger centenas, milhares e milhões de seres humanos. Imaginas tu que Madame Belasman, de Petrópolis, tem um grande joanete, um defeito hediondo, com o qual sobremaneira sofre; e o operário Felismino, da mortona, orgulha-se em possuir um filho com talento. Madame Belasman vive acabrunhada com a exuberância de seu joanete. [...] entretanto, Felismino, quando bate rebites, sorri e antegoza o estrondo que uma parcela do seu sangue vai causar na sociedade. [...] Quem é mais feliz – pergunto – madame Belasman ou o senhor Felismino? E, à vista disso, poderás dizer que todas as damas de Petrópolis são felizes e os operários de fundição são desgraçados? Há média possível para a felicidade das classes? Nós, os modernos, nos vamos esquecendo que essas histórias de classe, de povos, de raças, são tipos de gabinetes, fabricados para as necessidades de certos edifícios lógicos, mas que fora deles desaparecem completamente: – Não são? Não existem.

Fonte: BARRETO, Lima. Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2017, p 100-101. (fragmento).
Sobre o fragmento da obra Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, de Lima Barreto, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Q1399741 Literatura
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .

3 DE MAIO... Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão nervosos por não ter o que comer.

6 DE MAIO [...] ...O que eu aviso aos pretendentes a politica, é que o povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la.

9 DE MAIO... Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que eu estou sonhando.

10 DE MAIO... [...] O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: Se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades. ... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo, e nas crianças.

16 DE MAIO Eu amanheci nervosa. Porque eu queria ficar em casa, mas eu não tinha nada para comer.
... Eu não ia comer porque o pão era pouco. Será que é só eu que levo esta vida? O que posso esperar do futuro? Um leito em Campos do Jordão. Eu quando estou com fome quero matar o Janio, quero enforcar o Adhemar e queimar o Juscelino. As dificuldades corta o afeto do povo pelos politicos.

Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, p. 25-29. (fragmento).
Assinale a alternativa CORRETA. No fragmento de Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus apresenta um olhar
Alternativas
Q1399740 Literatura
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .

       Corpo meu corpo corpo
que tem um nariz assim uma boca
dois olhos
e um certo jeito de sorrir
de falar
que minha mãe identifica como sendo de seu filho
que meu filho identifica
como sendo de seu pai

corpo que se para de funcionar provoca
um grave acontecimento na família:
sem ele não há José Ribamar Ferreira
não há Ferreira Gullar

e muitas pequenas coisas acontecidas no planeta
estarão esquecidas para sempre

corpo-facho corpo-fátuo corpo-fato
[...]
meu corpo nascido numa porta-e-janela da Rua dos Prazeres
ao lado de uma padaria
sob o signo de Virgo
sob as balas do 24º BC
na revolução de 30
e que desde então segue pulsando como um relógio
num tic tac que não se ouve
(senão quando se cola o ouvido à altura do meu coração)
tic tac tic tac

Fonte: GULLAR, Ferreira. Poema Sujo. São Paulo: Círculo do Livro, 1980, p. 11-
13. (fragmento). 
Sobre o fragmento do Poema Sujo, de Ferreira Gullar, assinale a alternativa CORRETA.
Alternativas
Respostas
11: D
12: B
13: D
14: B
15: C