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Q2463606 Português
O QUE É CULTURA DO CANCELAMENTO?

    A cultura do cancelamento é a prática de organizar um boicote generalizado contra uma pessoa, geralmente uma figura pública, devido a comportamentos ou declarações ofensivas, injustificadas ou moralmente condenáveis.
    O cancelamento ocorre por meio de intensas campanhas nas redes sociais, podendo assumir a forma de um linchamento virtual. O alvo dos canceladores pode ser levado ao repúdio público e perder trabalho, seguidores e patrocínios. O ostracismo virtual almejado pelo cancelamento também pode ser dirigido contra empresas, filmes e até mesmo livros.
    Uma das causas da cultura do cancelamento está relacionada com o advento da internet e das redes sociais. A interação e a postagem de conteúdos nas plataformas digitais deram à opinião pública um novo espaço de expressão e engajamento. Alguns argumentam que isso tem facilitado a resposta a décadas de opressão, injustiças sociais e um desejo por mudanças reais. Então, a democratização das redes sociais deu voz a grupos que antes eram marginalizados e agora podem defender os seus direitos.
       A crescente conscientização sobre questões de justiça social e direitos individuais é outro fator que causa a cultura do cancelamento. Movimentos como o feminista, o antirracista e o ativismo LGBTQIA+ têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e na denúncia de abusos e discriminações. O engajamento desses grupos para conceituar o que é considerado “politicamente correto” favoreceu a imposição de novas regras para mediar o debate sobre as identidades individuais. 
    No entanto, essa conscientização também pode levar a um ambiente hipersensível a qualquer percepção de desvio das normas socialmente aceitas. O engajamento dos grupos de canceladores pode amplificar os erros e punir os desviantes de maneira desproporcional, disseminando ódio, intolerância e uma cultura de linchamentos virtuais.
        Enfim, a cultura do cancelamento é causada pela polarização política e o decorrente fortalecimento da identidade de grupos fechados na sociedade. A lealdade ao grupo e a defesa de suas crenças se tornam prioridades. Isso leva a uma maior intolerância em relação a opiniões discordantes e a uma maior disposição para cancelar aqueles que são considerados inimigos do grupo. Portanto, a fragmentação da sociedade em seitas ideológicas fortalece a cultura do cancelamento.
       Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.
     Além disso, há casos em que o cancelamento é baseado em emoções infundadas ou mal interpretadas, o que pode levar à injustiça e à destruição de reputações sem fundamento. É crucial avaliar criticamente os efeitos dessa cultura no tecido social e, mais especificamente, naquilo que o filósofo Jürgen Habermas chamou de esfera pública.
      O filósofo alemão contemporâneo, teórico da Escola de Frankfurt, conceituou a esfera pública como um espaço de debate racional e público, onde os indivíduos podem discutir livremente questões de interesse comum, formular opiniões informadas e influenciar as decisões políticas.
   Esse conceito implica a necessidade de uma troca de ideias aberta, inclusiva e baseada na argumentação lógica. No entanto, a cultura do cancelamento, com suas táticas de ostracismo e desprezo público, ataca os princípios fundamentais da esfera pública habermasiana.
       Em vez de buscar a resolução construtiva de conflitos e a ampliação do entendimento mútuo, a cultura do cancelamento prioriza a punição e a exclusão daqueles que são considerados culpados de transgressões ou opiniões indesejáveis.
    Desse modo, o cancelamento deteriora o debate aberto e prejudica a construção de consensos e entendimentos mútuos, em vez de contribuir para uma razão dialógica, uma ação comunicativa e eficaz.
      Outra consequência da cultura do cancelamento é a autocensura generalizada. Com o medo de serem alvo de ataques virtuais, muitas pessoas optam por não expressar suas opiniões ou debater presentes controversos. Isso cria um ambiente de silenciamento e pode prejudicar a diversidade de ideias que circulam pela sociedade.
    Enfim, há muito defendemos o direito a um julgamento justo, que nada mais é do que o direito de contradizer, de contra argumentar denúncias ou acusações. Por isso, eliminar das discussões a pessoa que comete erros ou desvios morais talvez seja uma ação tão imoral quanto a praticada pela pessoa que se deseja cancelar.

(Disponível em brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-docancelamento.htm)
A conclusão do texto quanto à cultura do cancelamento, no texto, é:
Alternativas
Q2463605 Português
O QUE É CULTURA DO CANCELAMENTO?

    A cultura do cancelamento é a prática de organizar um boicote generalizado contra uma pessoa, geralmente uma figura pública, devido a comportamentos ou declarações ofensivas, injustificadas ou moralmente condenáveis.
    O cancelamento ocorre por meio de intensas campanhas nas redes sociais, podendo assumir a forma de um linchamento virtual. O alvo dos canceladores pode ser levado ao repúdio público e perder trabalho, seguidores e patrocínios. O ostracismo virtual almejado pelo cancelamento também pode ser dirigido contra empresas, filmes e até mesmo livros.
    Uma das causas da cultura do cancelamento está relacionada com o advento da internet e das redes sociais. A interação e a postagem de conteúdos nas plataformas digitais deram à opinião pública um novo espaço de expressão e engajamento. Alguns argumentam que isso tem facilitado a resposta a décadas de opressão, injustiças sociais e um desejo por mudanças reais. Então, a democratização das redes sociais deu voz a grupos que antes eram marginalizados e agora podem defender os seus direitos.
       A crescente conscientização sobre questões de justiça social e direitos individuais é outro fator que causa a cultura do cancelamento. Movimentos como o feminista, o antirracista e o ativismo LGBTQIA+ têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e na denúncia de abusos e discriminações. O engajamento desses grupos para conceituar o que é considerado “politicamente correto” favoreceu a imposição de novas regras para mediar o debate sobre as identidades individuais. 
    No entanto, essa conscientização também pode levar a um ambiente hipersensível a qualquer percepção de desvio das normas socialmente aceitas. O engajamento dos grupos de canceladores pode amplificar os erros e punir os desviantes de maneira desproporcional, disseminando ódio, intolerância e uma cultura de linchamentos virtuais.
        Enfim, a cultura do cancelamento é causada pela polarização política e o decorrente fortalecimento da identidade de grupos fechados na sociedade. A lealdade ao grupo e a defesa de suas crenças se tornam prioridades. Isso leva a uma maior intolerância em relação a opiniões discordantes e a uma maior disposição para cancelar aqueles que são considerados inimigos do grupo. Portanto, a fragmentação da sociedade em seitas ideológicas fortalece a cultura do cancelamento.
       Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.
     Além disso, há casos em que o cancelamento é baseado em emoções infundadas ou mal interpretadas, o que pode levar à injustiça e à destruição de reputações sem fundamento. É crucial avaliar criticamente os efeitos dessa cultura no tecido social e, mais especificamente, naquilo que o filósofo Jürgen Habermas chamou de esfera pública.
      O filósofo alemão contemporâneo, teórico da Escola de Frankfurt, conceituou a esfera pública como um espaço de debate racional e público, onde os indivíduos podem discutir livremente questões de interesse comum, formular opiniões informadas e influenciar as decisões políticas.
   Esse conceito implica a necessidade de uma troca de ideias aberta, inclusiva e baseada na argumentação lógica. No entanto, a cultura do cancelamento, com suas táticas de ostracismo e desprezo público, ataca os princípios fundamentais da esfera pública habermasiana.
       Em vez de buscar a resolução construtiva de conflitos e a ampliação do entendimento mútuo, a cultura do cancelamento prioriza a punição e a exclusão daqueles que são considerados culpados de transgressões ou opiniões indesejáveis.
    Desse modo, o cancelamento deteriora o debate aberto e prejudica a construção de consensos e entendimentos mútuos, em vez de contribuir para uma razão dialógica, uma ação comunicativa e eficaz.
      Outra consequência da cultura do cancelamento é a autocensura generalizada. Com o medo de serem alvo de ataques virtuais, muitas pessoas optam por não expressar suas opiniões ou debater presentes controversos. Isso cria um ambiente de silenciamento e pode prejudicar a diversidade de ideias que circulam pela sociedade.
    Enfim, há muito defendemos o direito a um julgamento justo, que nada mais é do que o direito de contradizer, de contra argumentar denúncias ou acusações. Por isso, eliminar das discussões a pessoa que comete erros ou desvios morais talvez seja uma ação tão imoral quanto a praticada pela pessoa que se deseja cancelar.

(Disponível em brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-docancelamento.htm)
O texto cita a autocensura generalizada, consequência da cultura do cancelamento, de forma que não poderíamos afirmar corretamente que esta consequência:
Alternativas
Q2463604 Português
O QUE É CULTURA DO CANCELAMENTO?

    A cultura do cancelamento é a prática de organizar um boicote generalizado contra uma pessoa, geralmente uma figura pública, devido a comportamentos ou declarações ofensivas, injustificadas ou moralmente condenáveis.
    O cancelamento ocorre por meio de intensas campanhas nas redes sociais, podendo assumir a forma de um linchamento virtual. O alvo dos canceladores pode ser levado ao repúdio público e perder trabalho, seguidores e patrocínios. O ostracismo virtual almejado pelo cancelamento também pode ser dirigido contra empresas, filmes e até mesmo livros.
    Uma das causas da cultura do cancelamento está relacionada com o advento da internet e das redes sociais. A interação e a postagem de conteúdos nas plataformas digitais deram à opinião pública um novo espaço de expressão e engajamento. Alguns argumentam que isso tem facilitado a resposta a décadas de opressão, injustiças sociais e um desejo por mudanças reais. Então, a democratização das redes sociais deu voz a grupos que antes eram marginalizados e agora podem defender os seus direitos.
       A crescente conscientização sobre questões de justiça social e direitos individuais é outro fator que causa a cultura do cancelamento. Movimentos como o feminista, o antirracista e o ativismo LGBTQIA+ têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e na denúncia de abusos e discriminações. O engajamento desses grupos para conceituar o que é considerado “politicamente correto” favoreceu a imposição de novas regras para mediar o debate sobre as identidades individuais. 
    No entanto, essa conscientização também pode levar a um ambiente hipersensível a qualquer percepção de desvio das normas socialmente aceitas. O engajamento dos grupos de canceladores pode amplificar os erros e punir os desviantes de maneira desproporcional, disseminando ódio, intolerância e uma cultura de linchamentos virtuais.
        Enfim, a cultura do cancelamento é causada pela polarização política e o decorrente fortalecimento da identidade de grupos fechados na sociedade. A lealdade ao grupo e a defesa de suas crenças se tornam prioridades. Isso leva a uma maior intolerância em relação a opiniões discordantes e a uma maior disposição para cancelar aqueles que são considerados inimigos do grupo. Portanto, a fragmentação da sociedade em seitas ideológicas fortalece a cultura do cancelamento.
       Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.
     Além disso, há casos em que o cancelamento é baseado em emoções infundadas ou mal interpretadas, o que pode levar à injustiça e à destruição de reputações sem fundamento. É crucial avaliar criticamente os efeitos dessa cultura no tecido social e, mais especificamente, naquilo que o filósofo Jürgen Habermas chamou de esfera pública.
      O filósofo alemão contemporâneo, teórico da Escola de Frankfurt, conceituou a esfera pública como um espaço de debate racional e público, onde os indivíduos podem discutir livremente questões de interesse comum, formular opiniões informadas e influenciar as decisões políticas.
   Esse conceito implica a necessidade de uma troca de ideias aberta, inclusiva e baseada na argumentação lógica. No entanto, a cultura do cancelamento, com suas táticas de ostracismo e desprezo público, ataca os princípios fundamentais da esfera pública habermasiana.
       Em vez de buscar a resolução construtiva de conflitos e a ampliação do entendimento mútuo, a cultura do cancelamento prioriza a punição e a exclusão daqueles que são considerados culpados de transgressões ou opiniões indesejáveis.
    Desse modo, o cancelamento deteriora o debate aberto e prejudica a construção de consensos e entendimentos mútuos, em vez de contribuir para uma razão dialógica, uma ação comunicativa e eficaz.
      Outra consequência da cultura do cancelamento é a autocensura generalizada. Com o medo de serem alvo de ataques virtuais, muitas pessoas optam por não expressar suas opiniões ou debater presentes controversos. Isso cria um ambiente de silenciamento e pode prejudicar a diversidade de ideias que circulam pela sociedade.
    Enfim, há muito defendemos o direito a um julgamento justo, que nada mais é do que o direito de contradizer, de contra argumentar denúncias ou acusações. Por isso, eliminar das discussões a pessoa que comete erros ou desvios morais talvez seja uma ação tão imoral quanto a praticada pela pessoa que se deseja cancelar.

(Disponível em brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-docancelamento.htm)
Em relação ao pensamento atribuído, pelo texto, ao filósofo Jürgen Habermas, teríamos que a cultura do cancelamento:
Alternativas
Q2463603 Português
O QUE É CULTURA DO CANCELAMENTO?

    A cultura do cancelamento é a prática de organizar um boicote generalizado contra uma pessoa, geralmente uma figura pública, devido a comportamentos ou declarações ofensivas, injustificadas ou moralmente condenáveis.
    O cancelamento ocorre por meio de intensas campanhas nas redes sociais, podendo assumir a forma de um linchamento virtual. O alvo dos canceladores pode ser levado ao repúdio público e perder trabalho, seguidores e patrocínios. O ostracismo virtual almejado pelo cancelamento também pode ser dirigido contra empresas, filmes e até mesmo livros.
    Uma das causas da cultura do cancelamento está relacionada com o advento da internet e das redes sociais. A interação e a postagem de conteúdos nas plataformas digitais deram à opinião pública um novo espaço de expressão e engajamento. Alguns argumentam que isso tem facilitado a resposta a décadas de opressão, injustiças sociais e um desejo por mudanças reais. Então, a democratização das redes sociais deu voz a grupos que antes eram marginalizados e agora podem defender os seus direitos.
       A crescente conscientização sobre questões de justiça social e direitos individuais é outro fator que causa a cultura do cancelamento. Movimentos como o feminista, o antirracista e o ativismo LGBTQIA+ têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e na denúncia de abusos e discriminações. O engajamento desses grupos para conceituar o que é considerado “politicamente correto” favoreceu a imposição de novas regras para mediar o debate sobre as identidades individuais. 
    No entanto, essa conscientização também pode levar a um ambiente hipersensível a qualquer percepção de desvio das normas socialmente aceitas. O engajamento dos grupos de canceladores pode amplificar os erros e punir os desviantes de maneira desproporcional, disseminando ódio, intolerância e uma cultura de linchamentos virtuais.
        Enfim, a cultura do cancelamento é causada pela polarização política e o decorrente fortalecimento da identidade de grupos fechados na sociedade. A lealdade ao grupo e a defesa de suas crenças se tornam prioridades. Isso leva a uma maior intolerância em relação a opiniões discordantes e a uma maior disposição para cancelar aqueles que são considerados inimigos do grupo. Portanto, a fragmentação da sociedade em seitas ideológicas fortalece a cultura do cancelamento.
       Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.
     Além disso, há casos em que o cancelamento é baseado em emoções infundadas ou mal interpretadas, o que pode levar à injustiça e à destruição de reputações sem fundamento. É crucial avaliar criticamente os efeitos dessa cultura no tecido social e, mais especificamente, naquilo que o filósofo Jürgen Habermas chamou de esfera pública.
      O filósofo alemão contemporâneo, teórico da Escola de Frankfurt, conceituou a esfera pública como um espaço de debate racional e público, onde os indivíduos podem discutir livremente questões de interesse comum, formular opiniões informadas e influenciar as decisões políticas.
   Esse conceito implica a necessidade de uma troca de ideias aberta, inclusiva e baseada na argumentação lógica. No entanto, a cultura do cancelamento, com suas táticas de ostracismo e desprezo público, ataca os princípios fundamentais da esfera pública habermasiana.
       Em vez de buscar a resolução construtiva de conflitos e a ampliação do entendimento mútuo, a cultura do cancelamento prioriza a punição e a exclusão daqueles que são considerados culpados de transgressões ou opiniões indesejáveis.
    Desse modo, o cancelamento deteriora o debate aberto e prejudica a construção de consensos e entendimentos mútuos, em vez de contribuir para uma razão dialógica, uma ação comunicativa e eficaz.
      Outra consequência da cultura do cancelamento é a autocensura generalizada. Com o medo de serem alvo de ataques virtuais, muitas pessoas optam por não expressar suas opiniões ou debater presentes controversos. Isso cria um ambiente de silenciamento e pode prejudicar a diversidade de ideias que circulam pela sociedade.
    Enfim, há muito defendemos o direito a um julgamento justo, que nada mais é do que o direito de contradizer, de contra argumentar denúncias ou acusações. Por isso, eliminar das discussões a pessoa que comete erros ou desvios morais talvez seja uma ação tão imoral quanto a praticada pela pessoa que se deseja cancelar.

(Disponível em brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-docancelamento.htm)
Dentre as causas que geraram a cultura do cancelamento, segundo o texto, podemos destacar todas as seguintes, EXCETO:
Alternativas
Q2463602 Português
O QUE É CULTURA DO CANCELAMENTO?

    A cultura do cancelamento é a prática de organizar um boicote generalizado contra uma pessoa, geralmente uma figura pública, devido a comportamentos ou declarações ofensivas, injustificadas ou moralmente condenáveis.
    O cancelamento ocorre por meio de intensas campanhas nas redes sociais, podendo assumir a forma de um linchamento virtual. O alvo dos canceladores pode ser levado ao repúdio público e perder trabalho, seguidores e patrocínios. O ostracismo virtual almejado pelo cancelamento também pode ser dirigido contra empresas, filmes e até mesmo livros.
    Uma das causas da cultura do cancelamento está relacionada com o advento da internet e das redes sociais. A interação e a postagem de conteúdos nas plataformas digitais deram à opinião pública um novo espaço de expressão e engajamento. Alguns argumentam que isso tem facilitado a resposta a décadas de opressão, injustiças sociais e um desejo por mudanças reais. Então, a democratização das redes sociais deu voz a grupos que antes eram marginalizados e agora podem defender os seus direitos.
       A crescente conscientização sobre questões de justiça social e direitos individuais é outro fator que causa a cultura do cancelamento. Movimentos como o feminista, o antirracista e o ativismo LGBTQIA+ têm desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade e na denúncia de abusos e discriminações. O engajamento desses grupos para conceituar o que é considerado “politicamente correto” favoreceu a imposição de novas regras para mediar o debate sobre as identidades individuais. 
    No entanto, essa conscientização também pode levar a um ambiente hipersensível a qualquer percepção de desvio das normas socialmente aceitas. O engajamento dos grupos de canceladores pode amplificar os erros e punir os desviantes de maneira desproporcional, disseminando ódio, intolerância e uma cultura de linchamentos virtuais.
        Enfim, a cultura do cancelamento é causada pela polarização política e o decorrente fortalecimento da identidade de grupos fechados na sociedade. A lealdade ao grupo e a defesa de suas crenças se tornam prioridades. Isso leva a uma maior intolerância em relação a opiniões discordantes e a uma maior disposição para cancelar aqueles que são considerados inimigos do grupo. Portanto, a fragmentação da sociedade em seitas ideológicas fortalece a cultura do cancelamento.
       Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.
     Além disso, há casos em que o cancelamento é baseado em emoções infundadas ou mal interpretadas, o que pode levar à injustiça e à destruição de reputações sem fundamento. É crucial avaliar criticamente os efeitos dessa cultura no tecido social e, mais especificamente, naquilo que o filósofo Jürgen Habermas chamou de esfera pública.
      O filósofo alemão contemporâneo, teórico da Escola de Frankfurt, conceituou a esfera pública como um espaço de debate racional e público, onde os indivíduos podem discutir livremente questões de interesse comum, formular opiniões informadas e influenciar as decisões políticas.
   Esse conceito implica a necessidade de uma troca de ideias aberta, inclusiva e baseada na argumentação lógica. No entanto, a cultura do cancelamento, com suas táticas de ostracismo e desprezo público, ataca os princípios fundamentais da esfera pública habermasiana.
       Em vez de buscar a resolução construtiva de conflitos e a ampliação do entendimento mútuo, a cultura do cancelamento prioriza a punição e a exclusão daqueles que são considerados culpados de transgressões ou opiniões indesejáveis.
    Desse modo, o cancelamento deteriora o debate aberto e prejudica a construção de consensos e entendimentos mútuos, em vez de contribuir para uma razão dialógica, uma ação comunicativa e eficaz.
      Outra consequência da cultura do cancelamento é a autocensura generalizada. Com o medo de serem alvo de ataques virtuais, muitas pessoas optam por não expressar suas opiniões ou debater presentes controversos. Isso cria um ambiente de silenciamento e pode prejudicar a diversidade de ideias que circulam pela sociedade.
    Enfim, há muito defendemos o direito a um julgamento justo, que nada mais é do que o direito de contradizer, de contra argumentar denúncias ou acusações. Por isso, eliminar das discussões a pessoa que comete erros ou desvios morais talvez seja uma ação tão imoral quanto a praticada pela pessoa que se deseja cancelar.

(Disponível em brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-docancelamento.htm)
Quanto à cultura do cancelamento, segundo o texto, podemos dizer corretamente que:
Alternativas
Respostas
36: B
37: A
38: A
39: C
40: B