Questões de Concurso Para seduc-ro

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Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: SEDUC-RO
Q1213556 Português
Papo sobre o óbvio
Uma coisa que faço com frequência é descobrir o óbvio. Isto é, óbvio para os outros, porque, de repente, percebo ali algo inexplicável e fascinante. Difícil é expressá-lo.
Um troço que me deixa surpreso é descobrir que uma menininha, de uns poucos anos, fala. Você pode retrucar - e daí? Gato mia antes de apreender a andar. É verdade, mas miar é uma coisa e falar é outra. Não me diga que o nosso falar equivale ao miado do gato, pois esse é um argumento que não aceito, uma que falar, diferente de miar, implica raciocinar, e foi isso que subitam ente me surpreendeu: a menina fala, pensa...
Vou ver se me explico. Aquela menininha, que agora fala e sabe o que quer, faz pouco tempo era um bebezinho que só esperneava, bracejava e grunhia. E foi assim que, inesperadamente, me perguntei: mas de onde vem isso? Sim, porque macaco é inteligente, mas não dispõe de uma linguagem logicamente construída, com sujeito, verbo, objeto...
É certo que não foi aquela menina que inventou essa linguagem, mas a verdade é que, tivesse ela nascido no Japão ou na Austrália, em Angola ou no Chile, falaria do mesmo modo -noutra língua, claro -, usaria uma linguagem que implica raciocinar, julgar, opinar, negar, afirmar, inventar.
Não sei se estou me fazendo entender, mas o certo é que me deixo ficar fascinado e perplexo por esse fato, ou seja, que diferente de todos os outros animais, eu e você somos capazes de construir um mundo de idéias, valores e opiniões. E mais: somos capazes de elaborar conceitos que buscam dar sentido à existência.
Está claro agora? Talvez sim e talvez não. A dificuldade é que estou tentando explicar uma coisa que nem eu mesmo entendo. O que acabo de dizer, quanto à capacidade das pessoas é certo e é sabido. E óbvio mesmo, o que não corresponde ao que me parece maravilhoso, que percebi quando ouvi a menina falar: nasceu com ela a capacidade de pensar?
A gente diz que ensinamos as crianças a falar. Sim, mas elas só aprendem porque são animais falantes. Duvido que alguém ensine um gato a falar. Conheci uma família que tinha um filho caçula, que já com dois anos não falava. Por mais que a mãe insistisse e o fizesse repetir “minha mãe gosta do Zezinho”. Ele ouvia, sorria e não falava nada. A mãe começou a se desesperar, temendo que o filho fosse mudo. E não é que, certo dia, ele disparou a falar? Sabia o nome de tudo, construía as frases perfeitamente, deixando a família inteira boquiaberta. 
É que, na verdade, a criança aprende a língua do país em que ela nasceu. Mas o falar mesmo, que implica ser capaz de formular pensamentos e comunicar-se com os outros, isso nasce com a pessoa, é uma qualidade específica do bicho humano. Pensando melhor, digo que é mais que isso: a criança fala porque pensa e, por pensar, constrói uma compreensão da vida e do mundo. Isso já está latente nas primeiras palavras que a criança balbucia.
Claro, dirá você, isso é o óbvio - e é, mas é nele que reside a nossa espantosa capacidade de inventar a vida, de inventar o mundo, já nas paredes das cavernas, quando desenharam-se as primeiras imagens do bisão.
Mas o que me espanta não é exatamente isso e, sim, de onde vem isso, essa capacidade que já está latente no recém-nascido (ou no embrião?), que ainda nem mesmo enxerga. Entendo que alguns acham que foi Deus que nos criou assim e, portanto, não há por que se espantar. Mas há quem, ainda assim, se espante.
Já me vi espantado até mesmo com as aranhas, conforme já falei aqui nesta coluna. Como explicar que ela produza uma teia que é transparente para que sua possível presa - uma mosca, que seja - não a veja; e que essa teia seja pegajosa para impedir que o inseto que cair ali consiga se safar? Tudo como tem que ser. E ela, a aranha, depois de estender a teia como uma armadilha num ponto estratégico da parede, coloca-se no centro dela e ali fica, dias e dias, semanas, meses, esperando que a presa caia na armadilha e ela possa comê-la.
E quem contou à aranha que ali há moscas, que as moscas voam e que cedo ou tarde cairão na teia? A verdade é que com uma invejável capacidade artesanal e plena consciência do que faz, está ela ali, confiando no acaso que, para alguns, é Deus. 
GULLAR. Ferreira. Papo sobre o óbvio. Folha de S. Paul o, 18 mai o 2 014. E x t r a í d o do site: <www1folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2Q14/G5/1455377- papo-sobre-o-obvio.shtml>.
O texto em análise constitui-se como um conjunto global, lógico, uma unidade de significado, em que as idéias estão conectadas, além de estabelecer adequadamente as relações entre as frases, costurando e unindo os elementos estruturais do texto.
O texto, portanto, é um contínuo contextual que apresenta dois elementos de textualidade, caracterizados no parágrafo acima, denominados, respectivamente:
Alternativas
Ano: 2008 Banca: FUNRIO Órgão: SEDUC-RO
Q1208208 Pedagogia
Estudar apenas para a prova é uma maneira honesta, mas simplória, de se tornar capaz de um “desempenho de um dia”. Isso não constrói uma verdadeira competência, mas permite iludir, durante uma prova escrita ou oral. As coisas se processam desse modo: é preciso ter boas notas (ou seu equivalente qualitativo) para progredir na trajetória escolar e ter acesso às habilitações mais almejadas.
Segundo Perrenoud, a afirmativa acima neste sistema clássico de avaliação, provoca um empobrecimento: 
Alternativas
Ano: 2008 Banca: FUNRIO Órgão: SEDUC-RO
Q1205681 Pedagogia
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, No 9.394/96, no TÍTULO III – que trata do Direito à Educação e do Dever de Educar, em seu Art. 4º. estabelece que o dever do Estado com a educação escolar pública, entre outras, será efetivado mediante a garantia de: 
I. ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. 
II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. 
III. atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. 
IV. atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a três anos de idade.
V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. 
Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: IBADE Órgão: SEDUC-RO
Q1205631 História
Leia o texto a seguir.
“Em julho de 1945, cinco milhões de soldados japoneses estavam prontos para defender muitas de suas conquistas iniciais, incluindo a maior parte da China, o arquipélago da Indonésia, a Península da Malásia, Taiwan e o atual Vietnã. Os arsenais de munição dentro do Japão ainda eram altamente produtivos. Os japoneses mantinham mais de cinco mil aviões camicases, com pilotos corajosos dispostos a sacrificar suas vidas chocando-se contra os porta-aviões e as bases aéreas inimigas, e, além disso, ainda não estavam querendo admitir a derrota. [...]"
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo, 2004.
Um dos episódios marcantes da Segunda Guerra Mundial, que envolveu parte do arsenal bélico japonês, foi a(o):
Alternativas
Ano: 2008 Banca: FUNRIO Órgão: SEDUC-RO
Q1205124 Português
TEXTO 1 LEMBRANÇA RURAL (Cecília Meireles)   Chão verde e mole. Cheiros de relva. Babas de lodo. A encosta barrenta aceita o frio, toda nua. Carro de bois, falas ao vento, braços, foices.
Casebres caindo na erma tarde, Nem existem na história do mundo. Sentam-se à porta as mães descalças. É tão profundo, o campo, que ninguém chega a ver que é triste.
A roupa da noite esconde tudo, quando passa...
Debaixo da ponte, a água suspira presa... Vontade de ficar neste sossego toda a vida: Para andar à toa, falando sozinha, Enquanto as formigas caminham nas árvores... 
TEXTO II UMA LEMBRANÇA

 Foi em sonho que revi a longamente amada; sentada numa velha canoa, na praia, ela me sorria com afeto. Com sincero afeto – pois foi assim que ela me dedicou aquela fotografia com sua letra suave de ginasiana.   Lembro-me do dia em que fui perto de sua casa apanhar o retrato, que me prometera na véspera. Esperei-a junto a uma árvore; chovia uma chuva fina. Lembro-me que tinha uma saia escura e uma blusa de cor viva, talvez amarela, que estava sem meias. Os leves pelos de suas pernas queimados pelo sol de todo dia na praia estavam arrepiados de frio. Senti isso mais do que vi, entretanto, esta é a minha impressão mais forte de sua presença de quatorze anos: as pernas nuas naquele dia de chuva, quando a grande amendoeira deixava cair na areia grossa pingos muito grandes. Falou muito perto de mim, e perguntei-lhe se tomara café; seu hálito cheirava a café. Riu, e disse que sim, com broas. Broas quentinhas, eu queria uma? Saiu correndo, deu a volta à casa, entrou pelos fundo, voltou depois (tinha dois ou três pingos de água na testa), com duas broas ainda quentes na mão. Tirou do seio a fotografia e me entregou. (...)
 Foi em sonho que revi a longamente amada; entretanto, não era a mesma; seu sorriso e sua beleza que me entontecia havia vagamente incorporado, atravessando as camadas do tempo, outras doçuras, um nascimento de cabelos acima da orelha onde passei meus dedos, a nuca suave, com o mistério e o sossego das moitas antigas, os braços belos e serenos. (...)   Tudo o que envolve a amada nela se mistura e vive, a amada é um tecido de sensações e fantasias e se tanto a tocamos, e prendemos e beijamos é como querendo sentir toda a sua substância que, entretanto, ela absorveu e irradiou para outras coisas (...); e , quando está junto a nós imóvel sentimos saudade de seu jeito de andar; quando anda, a queremos de pé, diante do espelho, os dois belos braços erguidos para a nuca, ajeitando os cabelos, cantarolando alguma coisa antes de partir, de nos deixar sem desejo mas com tanta lembrança de ternura ecoando em todo o corpo. (...)
 Foi em sonho que revi a longamente amada. Havia praia, uma lembrança de chuva na praia, outras lembranças: água em gotas redondas correndo sobre a folha de taioba ou inhame, pingos d’água na sua pele de um moreno suave, o gosto da sua pele beijada devagar... (...) Mas de repente é apenas essa ginasiana de pernas ágeis que vem nos trazer o retrato com dedicatória de sincero afeto; essa que ficou para sempre impossível, sem, entretanto, nos magoar, sombra suave entre morros e praia longe.                                                                                         (BRAGA, Rubem. O homem rouco. 2. ed. RJ: Editora do Autor, 1963.) 
Os textos I e II relacionam-se pelo
Alternativas
Respostas
26: A
27: E
28: D
29: E
30: E