Uma das justificativas apresentada no texto para o relativo ...
como o meio quase mágico que permitiria transpor enormes
distâncias com rapidez e grande capacidade de carga, atravessando
qualquer tipo de terreno. No Brasil, onde a era ferroviária
se iniciou em 1854, algumas vozes apontaram o
descompasso que tenderia a se verificar entre as modestas
dimensões da economia nacional e os grandes investimentos
requeridos para as construções ferroviárias. Mas pontos de
vista como esse foram vencidos pela fascinação exercida pelo
trem de ferro e pela fé em seu poder de transformar a realidade.
De um ponto de vista econômico, não seria propriamente
incorreto dizer que a experiência ferroviária no Brasil não
passou de um relativo fracasso - que se traduziria, hoje, no
predomínio das rodovias, ao contrário do ocorrido em outros
países de grandes dimensões. De acordo com supostas
explicações, o triunfo das rodovias no Brasil teria sido obtido
graças a um complô que envolveria governos e grandes
empresas petrolíferas e automobilísticas. Mas a verdade é que,
além de outras deficiências estruturais, o setor ferroviário nacional
nunca chegou a formar uma autêntica rede cobrindo todo
o território. Como a economia dependia da agroexportação, o
problema consistia simplesmente em ligar as regiões produtoras
aos portos marítimos.
A partir dos anos 30, quando se colocou o desafio da
efetiva integração econômica do país como parte do processo
de expansão do mercado interno, os transportes rodoviários
mais ágeis, necessitando de uma infra-estrutura muito menor
que a das vias férreas - demonstraram uma flexibilidade que o
trem não tinha como acompanhar. Isso não significa que as
ferrovias não tenham desempenhado um importante papel
econômico no país. Elas foram fundamentais no período dominado
pela agroexportação e continuaram a ser importantes
também no contexto da industrialização acelerada.
Mas as estradas de ferro não podem ser analisadas
apenas mediante critérios estritamente econômicos. No Brasil,
as ferrovias criaram novas cidades, como Porto Velho, e revitalizaram
antigas. Representaram uma experiência indelével, freqüentemente
dramática, para os trabalhadores mobilizados nas
construções. Objeto de fascínio, elas impuseram um novo ritmo
de vida, marcado pelos horários dos trens, e reorganizaram
espaços urbanos, nos quais as estações se destacavam como
"catedrais" da ciência e da técnica.
(Adaptado de Paulo Roberto Cimó Queiroz, Folha [Sinapse],
p. 20-22, 22 de fevereiro de 2005)
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Interpretação do Texto: A questão aborda a justificativa para o relativo fracasso das ferrovias brasileiras, conforme apresentado no texto. É fundamental entender o contexto histórico e econômico mencionado para fazer uma escolha correta entre as alternativas.
Alternativa Correta: A opção B é a correta porque enfatiza que a malha ferroviária não foi suficientemente extensa e que as ferrovias eram utilizadas essencialmente para o escoamento de produtos agrícolas voltados à exportação. Isso está alinhado com a ideia de que o Brasil não formou uma rede ferroviária que cobrisse todo o território, limitando sua eficácia.
Justificativas das Alternativas Incorretas:
A - Esta alternativa sugere que a falta de centros urbanos desenvolvidos impediu o sucesso das ferrovias. No entanto, o texto menciona que o problema estava na ligação entre regiões produtoras e portos, e não na ausência de centros urbanos.
C - A ideia de que as ferrovias eram preferidas por grandes grupos econômicos não se sustenta no texto, que discute a falta de uma rede ferroviária eficaz e as limitações da economia nacional, e não um desejo de lucro por parte de grupos específicos.
D - Embora os portos marítimos fossem distantes, o texto não apresenta isso como uma justificativa central para o fracasso das ferrovias, mas sim o fato de que a infraestrutura ferroviária era insuficiente para atender às necessidades do transporte interno.
E - A necessidade de aumento da produção agrícola não é mencionada como uma justificativa para o fracasso das ferrovias. O texto foca mais na estrutura e na malha ferroviária existente, e não na produção em si.
Portanto, a alternativa B é a que melhor reflete as informações apresentadas no texto, indicando as limitações do sistema ferroviário brasileiro em relação à sua necessidade de atender a uma economia voltada para a agroexportação.
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Observem este trecho do texto:
"Mas a verdade é que, além de outras deficiências estruturais, o setor ferroviário nacional nunca chegou a formar uma autêntica rede cobrindo todo o território."
A falha no sistema ferroviário, foi a falta de expansão em sua malha. Pois estavam apenas preocupados em transportar os produtos para os portos, onde seriam exportados para outros países.
"Sou pequeno, Deus é grande " #vamosvencer
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