Na frase E será que esse cozinheiro tinha um bom "auxiliar"?...

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Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: SERGAS Prova: FCC - 2010 - SERGAS - Assistente Administrativo |
Q40156 Português
Quando auxiliar já é fazer

Há muita senhora que se refere a sua empregada
doméstica como "minha auxiliar". Evita a secura da palavra
"empregada" por lhe parecer pejorativa ou politicamente
incorreta. As mais sofisticadas chegam a se valer de "minha
assistente" ou, ainda, "minha secretária" ? em que ganham, por
tabela, o status de executiva ou diretora de departamento. Mas
fiquemos com "auxiliar", e pensemos: auxiliar exatamente em
qual tarefa? Pois são muitos os casos em que a dona de casa
não faz absolutamente nada, a não ser administrar aquilo em
que sua "auxiliar" está de fato se empenhando: preparando o
almoço, lavando e guardando a louça, limpando a casa, lavando
e passando a roupa de toda a família etc.

É muito comum a situação de alguém pegar no batente,
fazer todo o serviço pesado e ser identificado como "auxiliar", ou
"estagiário", ou "assistente", quando não tachado de "provisório"
ou "experimental". Não se trata de uma implicância com certas
palavras; trata-se de reconhecer a condição injusta de quem faz
o essencial como se cuidasse apenas do acessório. Lembro-me
de que, no meu segundo ano de escola, a professora adoeceu
no meio ano. Durante todo o segundo semestre foi substituída
por uma jovem, que era identificada como "a substituta". "Você
está gostando da substituta?". "Será que a substituta vai dar
muita lição?". Ela dava aulas tão bem ou melhor do que a
primeira professora, mas não era reconhecida como mestra:
estava condenada a ser "a substituta".

Tais situações nos fazem pensar no reconhecimento que
deixa de ser prestado a quem mais fez por merecer. Quando o
freguês satisfeito elogia o proprietário de um restaurante pela
ótima refeição, não estará se esquecendo de alguém? Valeume,
a propósito, a lição de um amigo, quando, depois de um
almoço num restaurante, comentei: "Boa cozinha!". Ao que ele
retrucou: "Bom cozinheiro!". E será que esse cozinheiro tinha
um bom "auxiliar"?

(Manuel Praxedes de Sá, inédito)

Na frase E será que esse cozinheiro tinha um bom "auxiliar"?, o autor está considerando, uma vez mais, a possibilidade de que
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Interpretação do Texto

Na frase em questão, o autor faz uma reflexão sobre o reconhecimento das funções desempenhadas no ambiente de trabalho. A frase "E será que esse cozinheiro tinha um bom 'auxiliar'?" sugere uma preocupação com a valorização do trabalho de quem efetivamente realiza as tarefas, indicando que muitas vezes o reconhecimento é direcionado apenas ao supervisor ou ao chef, desconsiderando o esforço do auxiliar.

Alternativa Correta: D

A alternativa D afirma que "o reconhecimento de um trabalho recaia sobre quem não o fez". Isso reflete exatamente a crítica do autor, que observa que frequentemente o trabalho essencial é realizado por alguém que não recebe o devido reconhecimento, enquanto outros, que podem ter uma posição de maior destaque, são os que recebem os elogios. O texto destaca essa injustiça ao mencionar a figura do "auxiliar" e como, mesmo com um bom desempenho, esses profissionais não são reconhecidos adequadamente.

Justificativa das Alternativas Incorretas

A alternativa A diz que "o efetivo responsável por um trabalho esteja sendo reconhecido". Essa opção é incorreta porque o texto enfatiza a falta de reconhecimento para aqueles que realmente realizam o trabalho, não o contrário.

A alternativa B afirma que "um trabalhador de mérito dispense as lições de um mestre". Isso não se relaciona com o tema central do texto, que é a valorização do trabalho, não a relação entre trabalhador e mestre.

A alternativa C sugere que "os vários envolvidos num trabalho gozem do mesmo merecimento". Essa visão não corresponde à crítica apresentada, que destaca a desigualdade de reconhecimento entre os trabalhadores.

Por fim, a alternativa E afirma que "apenas um bom auxiliar fará esquecer o supervisor de um trabalho". Essa opção é incorreta porque não aborda a questão do reconhecimento, mas sim uma comparação entre o auxiliar e o supervisor, o que não é o foco da argumentação do autor.

Portanto, a alternativa correta é a D, pois reflete a crítica ao reconhecimento injusto do trabalho desempenhado.

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Comentários

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O trecho refere-se à possibilidade de que o reconhecimento de um trabalho recaia sobre quem não o fez.
Vejo duplicidade de resposta nesta questão. Pois se ao tempo em que o autor diz que (letra D), está considerando mais uma vez a possibilidade de que o reconhecimento de um trabalho recaia sobre quem não o fez, a questão da letra A reforça o sentido oposto, mas afirmativo de que o valor deve ser dado a quem realmente o merece, ou seja, que não recaia sobre quem não o fez.

Na frase E será que esse cozinheiro tinha um bom "auxiliar"?, o autor está considerando, uma vez mais, a possibilidade de que:

o reconhecimento de um trabalho recaia sobre quem não o fez.

Linhas 16,17 e 18: Não se trata de uma implicância com certas

palavras; trata-se de reconhecer a condição injusta de quem faz

o essencial como se cuidasse apenas do acessório.

Resultado, D.

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