Considere o trecho selecionado a seguir. Se ele cai nas drog...
EDUCAÇÃO E FASCÍNIO DA FAMA
Frei Betto
Há pais que nutrem nos filhos falsos ideais: destacar-se como modelo numa passarela, tornarse desportista de projeção, alcançar a fama como atriz ou ator. O sonho congela-se em ambição e a criança ou o adolescente passa a dar-se uma importância ilusória. Mergulha no estresse de corresponder à expectativa. Tem de provar a si e aos outros que é capaz, o melhor. Passa a viver, não em razão dos valores que possui, mas do olhar do outro.
Se ele cai nas drogas, a família, perplexa, se pergunta: “Como foi possível? Logo ele, tão inteligente!” Foi possível porque a família confundiu brilhantismo com segurança. Considerou-o um adulto precoce. Exigiu voo de quem ainda não tinha asas. Deixou de dar-lhe atenção, colo, carinho.
A culpa é de quem? Da sociedade que cultua certos detalhes, criando uma estética do consumo: mulher loira e magra, executivo de carro importado, jovem rico, férias em Nova York etc.
A construção da personalidade é um jogo de relações e comparações, arte mimética de abraçar como modelo aquele que merece a nossa admiração. Hoje, as figuras paradigmáticas não se destacam pelo altruísmo dos ícones religiosos (Jesus, Maria, José, Francisco de Assis etc.) ou de personalidades como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela e Teresa de Calcutá. A estética do consumo rejeita a ética dos valores.
Famílias e escolas deveriam educar seus alunos para lidar com perdas. Afinal, morrem não só pessoas mas também sonhos, projetos, possibilidades. Contudo, como esperar que se enfatize a solidariedade num mundo regido pela competitividade? Como falar de modéstia em tempos de exibicionismo? Como valorizar a partilha se tudo gira em torno da lógica da acumulação?
As drogas não se transformaram em peste só por culpa do narcotráfico. Elas são uma quimérica tábua de salvação nessa sociedade que relativiza todos os valores e carnavaliza até a tragédia humana. Não se culpe, indagando onde você errou como professor ou pai. Pergunte-se pelos valores da sociedade em que vive. Em que medida tais valores, invertidos e pervertidos, não se entranharam também em nossas cabeças, envenenando-nos a alma? Uma sociedade doente produz, inevitavelmente, seu clone no interior de cada família. Então entram os esforços terapêuticos para tentar curá-lo, como se o fruto não tivesse sua raiz na árvore. Quanto mais sadia uma sociedade, mais sadias as pessoas. Mas, para isso, são necessários valores e o fim da exclusão social.
Disponível em: http://www.cartanaescola.com.br>. Acesso em:15 mai. 2014.
Considere o trecho selecionado a seguir.
Se ele cai nas drogas, a família, perplexa, se pergunta: “Como foi possível? Logo ele, tão inteligente!” Foi possível porque a família confundiu brilhantismo com segurança. Considerou-o um adulto precoce. [...]. Deixou de dar-lhe atenção, colo, carinho.
Assinale a opção em que, mantendo-se o elemento em destaque no plural, são feitas, em registro culto, as alterações rigorosamente necessárias.
Gabarito comentado
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Interpretação da Questão
Nesta questão, o foco está na concordância verbal e no uso correto de pronomes e verbos no plural, em um texto que aborda os desafios da educação e a busca pela fama. A mudança do pronome e do verbo de singular para plural exige atenção às regras gramaticais para que o texto permaneça coerente e coeso.
Alternativa Correta: D
A alternativa D é a correta porque mantém a concordância em todos os elementos alterados. Ao transformar o pronome "ele" em "eles", todas as demais palavras também foram ajustadas para o plural, como "caem" (verbo), "inteligentes" (adjetivo), e "deixou" foi alterado para "deixaram", que é a forma correta para o pronome plural. Além disso, "dar-lhe" foi mudado para "dar-lhes", adequando-se ao plural.
Isso demonstra uma aplicação adequada das regras de concordância e da estrutura do texto, garantindo que a mensagem permanece clara e gramaticalmente correta.
Alternativas Incorretas:
A: Embora a maioria das alterações esteja correta, "considerou-os" está no singular, enquanto "ele" foi mudado para "eles". Portanto, a forma correta seria "considerou-os" para manter a concordância. Essa discrepância torna a alternativa incorreta.
B: A alternativa B também apresenta a mesma falha da alternativa A. A forma "considerou-os" não se adequa ao plural, o que a torna gramaticalmente inválida.
C: Na alternativa C, a mudança de "considerou-o" para "considerou-uns" não se aplica corretamente, pois "uns" não é uma forma adequada para referir-se a um grupo no contexto dado. A frase não mantém a lógica do texto original, resultando em uma incoerência semântica.
Portanto, a alternativa D é a única que respeita as regras de concordância verbal e nominal e mantém a integridade do texto proposto.
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