De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2...
(Disponível em: http://forumseguranca.org.br)
Os dados citados acima expressam
Para quem quer entender mais do assunto, aborda-se basicamente o conceito de necropolítica na letra A, dentro de um contexto de racismo estrutural. É provável que a banca tenha recomendado alguma obra do Sílvio de Ameida no edital.
Os Estados modernos adotam em suas estruturas internas o uso da força, em dadas ocasiões, como uma política de segurança para suas populações. Ocorre que, por vezes, os discursos utilizados para validar essas políticas de segurança podem acabar reforçando alguns estereótipos, segregações, inimizades e até mesmo extermínio de determinados grupos.
Dessa ideia surge o termo “necropolítica”, questionamento se o Estado possui ou não “licença pra matar” em prol de um discurso de ordem.
[...] necropolítica é o poder de ditar quem pode viver e quem deve morrer. Com base no biopoder e em suas tecnologias de controlar populações, o “deixar morrer” se torna aceitável. Mas não aceitável a todos os corpos. O corpo ”matável” é aquele que está em risco de morte a todo instante devido ao parâmetro definidor primordial da raça.
Mbembe explica que, com esse termo, sua proposta era demonstrar as várias formas pelos quais, no mundo contemporâneo, existem estruturas com o objetivo de provocar a destruição de alguns grupos. Essas estruturas são formas contemporâneas de vidas sujeitas ao poder da morte e seus respectivos “mundos de morte” – formas de existência social nas quais vastas populações são submetidas às condições de vida que os conferem um status de “mortos-vivos”.
Sabemos que em cada sociedade existem normas gerais para o povo – homens e mulheres livres e iguais. A política é o nosso projeto de autonomia por meio de um acordo coletivo nos diferenciando de um estado de conflito. Nesse sentido, Mbembe afirma que cabe ao Estado estabelecer o limite entre os direitos, a violência e a morte. Mas, ao invés disso, os Estados utilizam seu poder e discurso para criar zonas de morte. O filósofo levanta exemplos modernos: a Palestina, alguns locais da África e o Kosovo. Nessas zonas, a morte se torna o último exercício de dominação.
O autor afirma que quem morre em zonas como estas são grupos biológicos geralmente selecionados com base no racismo. Funciona assim: é apresentado o discurso de que determinados grupos encarnam um inimigo (por vezes fictício). A resposta é que, com suas mortes, não haverá mais violência. Assim, matar as pessoas desse grupo pode ser aceito como um mecanismo de segurança.
A assertiva "C" é a menos pior, mas colocar a "A" como gabarito..... (facepalm)
adorei ver nego revoltado com a questão kkkkkkk
Complementando que foi publicado hoje o Decreto 10.932 de 10/01/2022 internalizando a Convenção Interamericana contra o Racismo.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D10932.htm
Questão ridícula
QUESTÃO QUE NÃO MEDE O CONHECIMENTO DE NINGUÉM. PODERIA COLOCAR QUALQUER ALTERNATIVA COMO O GABARITO QUE NÃO IRIA FAZER DIFERENÇA.
Alguém q estuda para carreiras policiais acertou??
Ir contra o estado numa prova do estado é embaçado
O que tem a ver com exercício de Soberania?
pasmem excelência !
Só não entendi a correlação da situação fática com o conceito de soberania..
Dados "expressam" alguma coisa?
Nessa a FCC se superou.
“Adorei ver nego revoltado com a questão”. A questão é sobre racismo e a pessoa solta uma frase racista. “Pasme, Excelência.”Ora, a letra C poderia muito bem ser a resposta, sob a ótica da teoria do Racismo Estrutural.
O exercício da soberania???? Parece que o examinador pegou palavras soltas e jogou no gabarito da questão um concurso para defensor sem discutir necropolítica não é para defensorSe a prova é de defensor nem precisa estudar, é só ir na alternativa mais vitimista que tiver.
Quem escreve a questão usa de um monte de palavras rebuscadas para dizer as maiores bobagens e atrocidades, e depois posar de gostosão intelectual.
A alternativa C é um tanto quanto determinista, reforça um estereótipo racista, é surpreendente que seja uma das mais escolhidas.
O examinador tirou essa questão do site Lero Lero .
A soberania, ao longo dos interregnos históricos, não adota como projeto central o desenvolvimento da comunidade e da autonomia, mas a constante “instrumentalização generalizada da existência humana e a destruição material de corpos humanos e populações”.
"Foucault afirma claramente que o direito soberano de matar (droid de glaive) e os mecanismos de biopoder estão inscritos na forma em que funcionam todos os estados modernos; de fato, eles podem ser vistos como elementos constitutivos do poder do Estado na modernidade."
Fonte: A Necropolítica, de Achille Mbembe
Ps: o livro do Mbembe é pequenininho e com leitura fácil. Recomendo para quem tem dificuldade, pois dá uma visão geral sobre o assunto.
A QUESTÃO C TEM FUNDAMENTO COM A REALIDADE EM QUE VIVEMOS ,PORÉM SOU EU PRA QUESTIONAR.
Conceito
https://www.youtube.com/watch?v=k4iriLuroDc
"o exercício da soberania " .... "tidos como descartáveis pelos agentes de repressão estatal.".
Essa é uma daquelas questões que mereciam ser judicializadas. Absurdo.
pessoal que está reclamando:
ok, já entendemos que vocês não estudaram o tema
Complicado hein
Essas questões de criminologia são muito soltas, pecam em segurança e critérios objetivos i
sem palavras pra essa questão
Para responder necessário saber algo de biopoder relacionado ao estado de sítio e exceção, na concepção de necropolítica, sendo o racismo o elo que liga estes elementos. Do livro do Mbembe "Este ensaio pressupõe que a expressão máxima da soberania reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer. Por isso, matar ou deixar viver constituem os limites da soberania, seus atributos fundamentais. Exercitar a soberania é exercer controle sobre a mortalidade e definir a vida como a implantação e manifestação de poder".
GABARITO: LETRA A
por que firulas essa questão caiu no meu simulado da PMBA?
A letra C é a que possuí maior bom senso e a menos errada pelo contexto apresentado! Nao consigo imaginar a letra A como certa!! Não é possível...
A necropolítica é uma expressão ligada, em regra, a políticas de segurança pública. Contudo, atualmente, alguns estendem a expressão “necropolítica” para além das políticas de segurança pública, aplicando-a inclusive nas questões de saúde pública e Covid-19.
- Autor da expressão “necropolítica”: Achille Mbembe. Como estudioso da escravidão, da descolonização e da negritude, relacionou a pesquisa de Michel Foucault a um racismo de Estado presente nas sociedades contemporâneas, que fortaleceu políticas de morte (necropolítica).
- Referência do autor: filósofo Michel Foucault. “A necropolítica, segundo Mbembe, seria uma variante do conceito de biopolítica, desenvolvido pelo colega francês Michel Foucault. A biopolítica é uma forma de governar marcada pelo biopoder, que é um poder produtivo que o Estado ou o governante detém, voltado para prolongar a vida, multiplicá-la, e geri-la. Assim, protege-se a vida porque ela é útil, produz valor. E para ser útil, a vida precisa ser disciplinada.
Mbembe, por sua vez, enxerga que a biopolítica torna-se cada vez mais uma necropolítica, marcada pelo poder de tirar a vida, na medida em que os indivíduos tornam-se supérfluos, e que sua força de trabalho seja não mais rentável e, portanto, dispensável para a reprodução do capital”.
Vale a pena ler: https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/608461-necropolitica-a-politica-da-morte-em-tempos-de-pandemia-artigo-de-eduardo-gudynas
Questão subjetiva!
Brasil tem mais de 70 % da população pardo/negro e o povo quer que morram mais brancos kkkkk.
QC sem professores para comentar as questões. que ridiculo isso !
sinceramente, quem sou eu para questionar mas como vivo em um país livre questiono o que diabos tem haver o exercício da soberania ? a C seria a menos errada nesse contexto
(Defensor) e (Policial), cada um pende para seu lado...
Quem estuda para área policial certamente errou essa questão rs
O erro da C é bem óbvio. Galera, bora pensar um pouco o contexto da questão, sigamos o enunciado: “a taxa de letalidade policial entre negros é 2,8 vezes superior à taxa entre brancos”.
Já a alternativa C: "o racismo estrutural por retirar dos jovens negros, pobres e periféricos as oportunidades de emprego, reduzindo-os às práticas delitivas como única forma de sobrevivência, o que gera confrontos com a polícia e aumento dos índices de letalidade".
O enunciado está jogando a culpa da alta letalidade policial no jovem negro; que, pelo racismo estrutural, supostamente é jogado para a criminalidade. Porém, a realidade não é exatamente essa.
No caso, sabemos que o policial, ao confrontar criminosos negros, é 2,8 vezes mais letal do que quando confronta os brancos.
Ou seja, o policial, por ser racista (estou usando o exemplo do enunciado, não estou falando que todo policial é racista, calma... mas não podemos negar que há inegável racismo estrutural no Brasil)... bem, voltando: a polícia, por ser racista, mata mais negros do que branco. Ela é a culpada. Logo, alternativa errada.