Minha mulher é uma santa   “Minha mulher é uma santa”, dizem...

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Ano: 2011 Banca: CONSULPLAN Órgão: CESAN
Q1186552 Português
Minha mulher é uma santa 
 “Minha mulher é uma santa”, dizem os puladores de cerca desde o tempo das cavernas. Essa figura da “santa” em casa é um mito a ser removido do nosso imaginário: quase sempre elas são acumuladoras de ressentimento e mágoa, que um dia, ou no dia a dia, se vingam até sem perceber. Com cobranças, com acusações, ridicularizando o maridão diante de outros, jogando os filhos contra ele. E, se um dia houver uma separação, pobre do moço: sobre ele serão lançadas todas as fúrias possíveis. 
Há quem, sabendo-se traída, argumente curto e grosso: “Agora tenho sossego na cama”. “Eu me vingo gastando os tubos”, ou ainda: “É pelo bem dos filhos” (eles exigem o martírio materno). Mulheres que “perdoaram” o marido e continuaram com ele – a não ser quando há um recíproco e real desejo de refazer a relação – têm no olhar uma tristeza como de viuvez que não se apaga. E o parceiro, confiante na impunidade, já ocupado em novas aventuras, nem se dá conta disso, enquanto a mulher segue em frente, remoendo sabe-se lá que dúvidas, passando sabe-se lá que valores aos filhos, e que modelo às filhas. A mãe vítima é um peso do qual dificilmente hão de se livrar.
 E quando esse drama vem a público, com mulheres firmes ao lado de quem enxovalhou amor, confiança e família, mas por apego a cargo ou poder bate no peito, assistimos talvez ao último degrau na descida ao inferno pessoal feminino. 
 (Revista Veja, Edição 2054, 02/04/08, Lya Luft / com adaptações
De acordo com o texto, quem traz no olhar “uma tristeza como de viuvez que não se apaga”? 
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