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Q947047 Português

A maioria dos migrantes longe do país natal há algum tempo sabe como é ficar um pouco enferrujado na sua língua de origem. O processo parece óbvio: quanto mais tempo se está fora, mais dificuldade se enfrenta. Mas isso não é tão preto no branco.

Na verdade, a ciência que explica por que, quando e como perdemos nossa língua, é complexa e frequentemente contraintuitiva. O período fora nem sempre importa. Já socializar com outros falantes de nossa língua materna no exterior pode piorar a habilidade com esse idioma. E fatores emocionais, como trauma, podem ser o principal motivo (...).

Schmid pesquisa o atrito de linguagem, um crescente campo de estudo que investiga o que nos leva a esquecer a língua materna. Na infância, o fenômeno é relativamente fácil de explicar, já que o cérebro nessa fase é mais flexível e adaptável. Até por volta dos 12 anos, a habilidade linguística é mais suscetível a mudanças. Estudos com pessoas adotadas por estrangeiros mostram que crianças com até 9 anos podem esquecer completamente a primeira língua quando retiradas de seu país de origem.

Mas, em adultos, é pouco provável que a língua nativa desapareça completamente, exceto em circunstâncias extremas. Por exemplo, Schmid entrevistou judeus alemães idosos que se refugiaram da Segunda Guerra Mundial no Reino Unido e nos Estados Unidos. O que mais influenciou suas habilidades linguísticas não foi quanto tempo eles passaram no exterior ou a idade com que deixaram seu país, mas sim a intensidade do trauma como vítimas da perseguição nazista (...).

Mas a fluência na língua materna também está fortemente relacionada a como gerenciamos diferentes idiomas no cérebro. "A diferença fundamental entre o cérebro do monolíngue e do bilíngue é que, quando você se torna bilíngue, você tem que criar algum tipo de módulo de controle para poder fazer a troca", diz Schmid (...).

Trocar de língua não é, obviamente, o mesmo que esquecer. Mas Schmid argumenta que, com o passar do tempo, esse vai e vem informal pode dificultar a permanência do cérebro em uma única linha linguística quando necessário: "Você se vê numa acelerada espiral de mudança de língua".

Sophie Hardach. Texto disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ ciencia/como-traumas-e-conviver-com-compatriotas-podem-nos-fazer-esquecer-a-lingua-materna-no-exterior,e4da1d6c4dac5a5a056dde6 d15e9d949r5eql1k8.html. Acesso em 05 ago. 2018.


Com base no texto, NÃO é possível afirmar que

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