As primeiras iniciativas de políticas sociais podem ser ent...

Tema Central da Questão: A questão aborda a transição e continuidade entre o Estado Liberal e o Estado Social, um tema fundamental para compreender a evolução das políticas sociais ao longo do tempo. É essencial entender como as mudanças na perspectiva do Estado impactaram a implementação de políticas sociais.

Resumo Teórico: O Estado Liberal, predominante no século XIX, defendia a mínima intervenção estatal na economia e na vida social. Com a chegada do século XX, as pressões sociais e econômicas levaram ao surgimento do Estado Social, que passou a adotar políticas mais intervencionistas visando proteger e promover o bem-estar dos cidadãos. Essa transição não foi uma ruptura drástica, mas sim uma evolução na função do Estado, que começou a integrar políticas de seguridade social e garantia de direitos básicos.

Alternativa Correta: D

A alternativa D está correta porque descreve com precisão o processo de transição entre o Estado Liberal e o Estado Social. Não houve uma ruptura radical, mas sim uma mudança profunda na perspectiva do Estado, que passou a incluir políticas sociais em sua agenda, refletindo as transformações econômicas e sociais da época. Essa continuação e adaptação são fundamentais para entender como as políticas sociais foram integradas ao Estado capitalista do século XX.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - Esta alternativa está incorreta. A ideia de que as respostas das classes sociais e do Estado se estabilizaram tanto nos programas de esquerda quanto de direita não reflete a realidade histórica, uma vez que as políticas sociais evoluíram conforme os contextos políticos e econômicos, sem uma estabilização uniforme.

B - A alternativa B é incorreta porque afirma que a política social não ocupa uma posição político-econômica após o período fordista-keynesiano, o que é impreciso. Na verdade, as políticas sociais foram fortemente influenciadas por essas correntes econômicas, especialmente em termos de welfare state.

C - A alternativa C está errada. A descrição de uma economia política estática não condiz com a realidade dinâmica em que as condições objetivas e subjetivas influenciam continuamente as políticas sociais.

E - Esta alternativa está errada. A luta no terreno do Estado requer clareza, não obscuridade, sobre as múltiplas determinações. A definição de políticas sociais exige um entendimento claro e bem fundamentado, que inclui qualificação teórica e prática.

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Alternativa D

"Nesse sentido, as primeiras iniciativas de políticas sociais podem ser entendidas na relação de continuidade entre Estado liberal e Estado Social. Em outras palavras, não existe polarização irreconciliável entre Estado Liberal e Estado Social, ou de outro modo, não houve ruptura radical entre o Estado Liberal e Estado Social predominante no século XIX e o Estado Social capitalista do século XX.Houve, sim, uma mudança profunda na perspectiva do Estado, que abrandou seus princípios liberais e incorporou orientações socialdemocratas num novo contexto socioeconômico e da luta de classes, assumindo caráter mais social, com investimento em políticas sociais. Não se trata, então, de estabelecer uma linha evolutiva linear entre o Estado Liberal e o Estado Social,mas sim de chamar atenção para o fato de que ambos têm um ponto comum: o reconhecimento de direitos sem colocar em xeque os fundamentos do capitalismo."

Politica social: fundamentos e história. Behring e Boschetti.

Behring e Boschetti (2008, p. 63):

Nesse sentido, as primeiras iniciativas de políticas sociais podem ser entendidas na relação de continuidade entre Estado liberal e Estado Social. Em outras palavras, não existe polarização irreconciliável entre Estado Liberal e Estado Social, ou de outro modo, não houve ruptura radical entre o Estado liberal predominante no século XIX e o Estado social capitalista do século XX. Houve, sim, uma mudança profunda na perspectiva do Estado, que abrandou seus princípios liberais e incorporou orientações social-democratas num novo contexto socioeconômico e da luta de classes, assumindo um caráter mais social, com investimento em políticas sociais (Pisón, 1998). Não se trata, então, de estabelecer uma linha evolutiva linear entre o Estado liberal e o Estado social, mas sim de chamar a atenção para o fato de que ambos têm um ponto em comum: o reconhecimento de direitos sem colocar em xeque os fundamentos do capitalismo.