Atenção: Para responder à questão a seguir, considere o text...
Nada me alegra mais do que deparar com uma obra de arte que, além de suas qualidades artísticas, seja inovadora. Não poderia ser de outro modo, pois costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. E quando digo vida, nela incluo, claro, também a arte que já existe. Daí porque o surgimento do novo é inerente à própria criação artística. Nenhum artista quer fazer o que já fizeram ou o que ele próprio já fez. Por isso, fazer arte é fazer o novo.
Só que o novo, autenticamente novo, não é uma criação a partir de nada, mas, sim, uma manifestação inusitada que surge do trabalho do artista, do processo expressivo em que está mergulhado. Esse processo não tem a lógica comum ao trabalho habitual, já que o trabalho criador é, essencialmente, a busca do espanto.
A história da arte mostra que houve momentos em que a necessidade do novo levou a um salto qualitativo. Exemplo disso foi quando Claude Monet pintou a célebre tela que determinou o surgimento do Impressionismo.
Este foi um caso especial, já que para ele concorreram fatores diversos, que vão desde a implantação das estradas de ferro, que facilitaram a ida das pessoas ao campo, até a nova teoria das cores. O pintor, então, sai do ateliê, vai pintar ao ar livre e a pintura se torna também o registro da mudança cromática da paisagem com o passar das horas. Mas isso é a explicação teórica; na prática, a pintura impressionista revela uma nova beleza, um novo encantamento. Até que o pintor Paul Cézanne provoca uma nova ruptura nessa linguagem.
É a partir de então que a busca do novo se acelera, talvez até em consequência do dinamismo da vida moderna. A própria sociedade - a economia, a produção industrial, as descobertas científicas - muda a cada dia. E assim, de certo modo, o novo, que era consequência natural da criatividade artística, tornou-se o objetivo do artista. Mais do que fazer arte, ele deseja agora fazer o novo, que passou a ser um valor em si mesmo.
Sucede que a busca do novo pode conduzir à desintegração da linguagem artística, o que ocorreu com as artes plásticas durante o século 20. Não tendo mais linguagem, os que tomaram esse rumo passaram a usar objetos do cotidiano como meio de expressão, bastando, para isso, deslocá-los de sua situação usual e pô-los numa galeria de arte.
(Adaptado de Ferreira Gullar. Folha de S. Paulo, 6/1/13)
Segundo o texto, durante o movimento impressionista,
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Interpretação do enunciado: A questão proposta exige uma análise do contexto histórico e artístico do movimento impressionista, baseado em um texto que discute a relação entre a arte e a inovação. Para responder corretamente, é fundamental identificar informações específicas no texto sobre o impacto do movimento impressionista.
Alternativa correta: A alternativa A está correta porque o texto menciona que a "implantação das estradas de ferro" facilitou a ida das pessoas ao campo, permitindo que os artistas saíssem de seus estúdios para retratar a paisagem campestre. Essa afirmação reflete diretamente a relação entre a inovação nos transportes e a prática artística do impressionismo.
Justificativa das alternativas incorretas:
- Alternativa B: Esta opção fala sobre o interesse dos artistas pela vida dos camponeses e trabalhadores das camadas mais baixas da sociedade. No entanto, o texto não menciona esse aspecto, focando mais na paisagem e na experiência do artista em ambientes naturais.
- Alternativa C: A alternativa sugere que a busca pela renovação levou a extremos experimentais que não corresponderam às expectativas. Embora o texto mencione a busca do novo, não há a afirmação de que os resultados foram insatisfatórios, tornando esta opção inadequada.
- Alternativa D: Esta opção afirma que a democratização dos espaços de exposição permitiu acesso a pinturas antes restritas às elites. Embora a democratização seja um tema relevante, o texto não aborda diretamente essa questão, limitando-se a descrever o impacto do impressionismo na pintura ao ar livre.
- Alternativa E: A alternativa fala sobre a representação de cenas do cotidiano das grandes metrópoles de uma forma humanista. No entanto, o texto não discute esse aspecto, focando mais na transformação da pintura ao ar livre e na natureza, o que torna esta opção incorreta.
Conclusão: A análise das alternativas evidencia a importância de ler atentamente o texto, buscando elementos que sustentem as respostas. A alternativa A é a única que se relaciona diretamente com o conteúdo apresentado no texto, enquanto as demais não encontram respaldo nas informações fornecidas.
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