Em pacientes pós-AVC com hemiparesia, a reabilitação fisiot...
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**Alternativa Correta: A**
1. Tema Central da Questão:
Esta questão aborda a integração da estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) na reabilitação fisioterapêutica de pacientes pós-AVC com hemiparesia. O foco é entender como diferentes abordagens podem promover a neuroplasticidade e otimizar a recuperação motora em pacientes com disfunção motora grave.
2. Resumo Teórico:
A rTMS é uma técnica não invasiva que pode influenciar a atividade cerebral. No contexto de recuperação pós-AVC, ela é usada para modular a inibição inter-hemisférica e promover a recuperação funcional do lado afetado. A rTMS de baixa frequência (1 Hz) no córtex motor contralateral pode reduzir a inibição de competências do hemisfério lesado, facilitando a recuperação motora.
3. Justificativa da Alternativa Correta (A):
A alternativa A propõe a aplicação de rTMS de baixa frequência (1 Hz) no córtex motor contralateral à lesão, associada à estimulação elétrica funcional (FES) durante atividades de vida diária. Este método é eficaz para aumentar a função do membro superior afetado ao reduzir a inibição inter-hemisférica e, assim, promover ganhos motores significativos no lado comprometido. Esta abordagem está de acordo com as diretrizes de reabilitação pós-AVC que promovem a neuroplasticidade adaptativa (George et al., 2013).
4. Análise das Alternativas Incorretas:
- B: A utilização de rTMS de alta frequência (10 Hz) no lado ipsilateral não é recomendada, pois pode sobrecarregar os circuitos preservados sem garantir ganhos funcionais no lado afetado.
- C: Aplicar rTMS em baixa frequência diretamente na área peri-infarto pode não ser tão eficaz devido à redução da capacidade do tecido danificado para responder suficientemente ao estímulo.
- D: A integração de rTMS de alta frequência (20 Hz) no hemisfério ipsilateral não se foca diretamente na modulação da plasticidade do hemisfério afetado, o que é menos eficaz.
- E: A aplicação de rTMS em ambos os hemisférios pode levar a uma sincronização sem um foco específico na melhoria da função motora do lado afetado, além de não abordar diretamente a espasticidade.
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A abordagem de reabilitação para um paciente com disfunção motora grave e espasticidade moderada no membro superior direito pós-AVC isquêmico deve ser integrada, combinando a estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) com técnicas fisioterapêuticas baseadas nos princípios da neuroplasticidade. Segue uma proposta otimizada:
1. Estímulo com rTMS
A rTMS deve ser aplicada em um protocolo baseado no modelo de regulação inter-hemisférica:
Estimulação inibitória (baixa frequência, 1 Hz) no córtex motor primário contralateral ao lado saudável. Isso visa reduzir a hiperatividade da área não lesada, que inibe a recuperação funcional do lado afetado.
Estimulação excitatória (alta frequência, 10-20 Hz) no córtex motor primário ipsilateral ao lado lesionado, promovendo a atividade cortical e facilitando a reorganização funcional.
A aplicação deve ser diária ou em dias alternados, com duração de 20-30 minutos por sessão, dependendo do protocolo adotado.
2. Treinamento de Tarefa Específica (Task-Oriented Training)
Após a sessão de rTMS, realizar exercícios funcionais orientados por tarefas é crucial para consolidar os ganhos neuroplásticos. Exemplos incluem:
Atividades de alcance e preensão com objetos de diferentes tamanhos e pesos, enfatizando o uso funcional do membro superior afetado.
Treinos repetitivos de movimentos direcionados, como flexão e extensão de punho e dedos, integrados a atividades do dia a dia, como levar a mão à boca ou pegar uma garrafa.
3. Terapia de Contensão Induzida (Constraint-Induced Movement Therapy, CIMT)
Para reduzir a compensação pelo lado não afetado, o uso controlado de uma luva ou imobilizador no membro superior saudável pode ser incluído em sessões específicas, incentivando o uso ativo do membro parético.
4. Exercícios de Alongamento e Técnicas para Reduzir a Espasticidade
Para gerenciar a espasticidade moderada, iniciar as sessões com:
Alongamentos lentos e sustentados dos músculos flexores do membro superior.
Mobilizações passivas e ativas-assistidas para melhorar o alcance de movimento.
Técnicas inibitórias, como estimulação elétrica funcional (FES) em antagonistas ou bandagens funcionais.
5. Integração de Tecnologia Assistiva e Feedback Visual
O uso de dispositivos de realidade virtual ou sistemas de biofeedback (EMG-biofeedback) pode ser integrado para melhorar a consciência corporal e o controle motor.
Plataformas gamificadas ajudam a motivar o paciente e promover maior aderência ao treinamento.
6. Estimulação Elétrica Funcional (FES)
A FES pode ser utilizada em sincronia com exercícios ativos, auxiliando no fortalecimento e na ativação muscular. Aplicar FES em extensores de punho e dedos para treinos como alcance e preensão pode otimizar o desempenho funcional.
7. Treinamento Sensorial e Proprioceptivo
Inclua atividades que estimulem a percepção sensorial do membro superior afetado, como:
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