Considere o trecho abaixo. Durante muito tempo, mitos e p...
Considere o trecho abaixo.
Durante muito tempo, mitos e preconceitos de toda espécie esconderam do mundo a real história da África. As sociedades africanas passavam por sociedades que não podiam ter história. Apesar de importantes trabalhos efetuados desde as primeiras décadas do século XX por pioneiros como Leo Frobenius, Maurice Delafosse e Arturo Labriola, um grande número de especialistas não-africanos, ligados a certos postulados, sustentavam que essas sociedades não podiam ser objeto de um estudo científico, notadamente por falta de fontes e documentos escritos.
História geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880 / editado por J. F. Ade Ajayi. – Brasília: UNESCO, 2010, p.20
Considerando a tese apresentada no texto sobre a história da África, avalie as proposições abaixo. ‘
I. O continente africano sempre foi considerado como uma entidade histórica, e enfatizava-se tudo o que pudesse reforçar a ideia de uma união que teria existido, desde sempre, entre uma “África branca” e uma “África negra” que se reconheciam reciprocamente.
II. Ao escrever a história de grande parte da África, recorria-se somente a fontes externas à África, oferecendo uma visão não do que poderia ser o percurso dos povos africanos, mas daquilo que se pensava que ele deveria ser.
III. Desde que foram empregadas as noções de “brancos” e “negros”, para nomear genericamente os colonizadores, considerados superiores, e os colonizados, os africanos resignaram-se a ideia de que a escrita de sua história dependia unicamente dos registros existentes na Europa.
IV. Nos dias atuais, é amplamente reconhecido que as civilizações do continente africano, pela sua variedade linguística e cultural, formam, em graus variados, as vertentes históricas de um conjunto de povos e sociedades, unidos por laços seculares.
V. Um fenômeno que facilitou o estudo objetivo do passado africano foi o aparecimento, com o tráfico negreiro e a colonização, de estereótipos raciais criadores de desprezo e incompreensão, tão profundamente consolidados que possibilitaram a revisão dos próprios conceitos da historiografia.
Estão corretas as proposições