A partir da análise crítica realizada por Sousa e Oliveira ...
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Alternativa Correta: A
Tema Central: A questão aborda a criminalização dos pobres no contexto de crise do capital, conforme análise crítica de Sousa e Oliveira (2011). Esse tema é relevante para entender como as políticas sociais e econômicas influenciam a vida das populações marginalizadas e como essas populações são percebidas e tratadas no âmbito social e estatal. Conhecimentos em Sociologia e Políticas Públicas são essenciais para interpretar questões dessa natureza.
Resumo Teórico: A criminalização da pobreza refere-se ao processo pelo qual práticas e comportamentos associados a pessoas economicamente desfavorecidas são tratados como criminosos. Segundo estudiosos, isso está frequentemente ligado à exclusão social, racial e econômica. A sociedade, por vezes, percebe os pobres não apenas como desfavorecidos, mas como perigosos, o que justifica um controle mais rígido do Estado sobre esses grupos. Fontes relevantes incluem estudos de criminologia crítica e sociologia urbana.
Justificativa da Alternativa Correta (A): A alternativa A menciona a expansão das atividades criminosas como estratégia de integração marginal à economia. Isso se alinha com a análise de Sousa e Oliveira, que destacam como certas populações, descritas como "sobrantes", ficam à margem da sociedade e acabam recorrendo a atividades informais ou ilícitas devido à exclusão do mercado formal. O uso das expressões "características ético-raciais específicas" e "habitantes das comunidades populares" reforça a crítica à maneira como essas populações são estigmatizadas e tratadas.
Análise das Alternativas Incorretas:
B: Esta alternativa sugere uma ação do Estado-penal através de medidas de proteção social, o que não está de acordo com o conceito de criminalização. As medidas de proteção social visam integrar, não criminalizar. Este ponto não dialoga diretamente com a crítica de Sousa e Oliveira sobre a marginalização.
C: Alega que o aumento da violência é uma resposta à "pacificação" do Estado. No entanto, a questão é sobre a criminalização, e não sobre resistência à pacificação, desviando-se do foco principal do texto de apoio.
D: Fala de manifestações pacíficas, o que não se relaciona com o tema da criminalização dos pobres. O foco do texto é na percepção de perigo e criminalização, não nas manifestações.
E: Aponta para um aumento de prisão por crimes de baixo teor ofensivo, mas a justificativa dada é o uso de drogas, o que pode ser parte do contexto, mas não é o foco principal da análise de Sousa e Oliveira.
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Comentários
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É tao complicado quando as perguntas são de determinados autores, pois sao tantos que nao tem como lembrar, ademais nem todos conhecemos com profundidade, porém os renomados do SS é uma obrigação compreender, a ex: Netto, Iamamoto, Faleiros, dentre outros...
Bo@ noite!
A questão social é expressão de um conjunto multifacetado das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista em sua fase monopolista, impensáveis sem a intermediação do Estado. Objeto de um violento processo de criminalização, que atinge as classes subalternas (Ianni, 1992), acompanhado da tentativa de naturalização da questão social, suas manifestações são transformadas em objeto de programas assistenciais focalizados de combate a pobreza ou em expressões de violência dos pobres, cuja resposta é a repressão.
Hoje, a criminalização da questão social se constitui como efetivo mecanismo de controle social dos amplos contingentes que não têm lugar na estrutura produtiva e daqueles que sofrem com as impossibilidades de todas as ordens na busca de sua sobrevivência cotidiana (ALVES e MOLJO, 2015, p.272).
A punição hoje tem sido uma das soluções encontradas para os problemas sociais, ao invés do investimento em políticas de educação, alimentação, trabalho e outras. Atualmente, o sistema penal tem cumprido um papel de gestão da miséria, […] pois na medida em que mantém um significativo número populacional de encarcerados, o sistema penal comprime artificialmente uma multidão de “miseráveis”, ou melhor, esconde um potencial número de trabalhadores (desempregados), ao mesmo tempo em que gera secundariamente aumento no emprego no setor de bens e serviços carcerários, setor fortemente caracterizado por postos de trabalho precários (WACQUANT apud FORTI, 2010, p. 94).
A população “disfuncional” ao capital, por sua vez, constrói formas de resistência individuais e coletivas para sobreviver ao ataque das forças instituídas. Neste cenário, o Estado lança mão do aparato policial e do Judiciário no sentido de conter as “classes perigosas”. Na lógica da criminalização, os jovens pobres e negros, a população de rua e os movimentos sociais são alvos preferenciais.
Eu não conheço o texto que a questão menciona, mas acho muito estranho a colocação " uma população sobrante, que possui invariavelmente características étnico-raciais"... então quer dizer que não há exceção? Se colocasse que geralmente, ou em sua maioria com tais caracteristicas tudo bem, achei discriminação por parte dos autores...
Seria interessante que os colegas que tão bem explanam e citam os trechos das obras dos autores colocassem ao final a indicação bibliográfica. Os principais autores tem inúmeras obras e fica dificil identificar de qual delas o conteúdo foi extraído.
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