Questões de Concurso Público Prefeitura de Miracema - RJ 2024 para Cuidador Social
Foram encontradas 40 questões
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368916
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Ao expressar seu posicionamento quanto à disposição dos acentos na grafia de vocábulos da língua portuguesa, o autor
propõe, ao longo de seu texto, paralelos em comparação com idiomas que dispensam a acentuação em sua ortografia, como
é o caso da língua inglesa. É correto dizer que, ao comparar-se com os americanos, ele demonstra:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368917
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Segundo definição disposta na Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (Cegalla, 2007), chama-se perífrase “uma expressão
que designa os seres por meio de algum de seus atributos ou de um fato que os celebrizou”. Dão-se exemplos populares em
dizer “rei do futebol” para referir-se ao jogador Pelé ou “rainha dos baixinhos” para fazer alusão à apresentadora infantil
Xuxa. Um exemplo desse fenômeno linguístico no texto se dá quando o autor cita:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368918
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Na língua portuguesa, os acentos se dispõem em alguns vocábulos de modo a demarcar a intensidade com que se pronunciam suas sílabas. Para representar o fenômeno fonético de fusão de vogais iguais, por exemplo, é empregado o acento:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368919
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Após um primeiro parágrafo de elogios à língua em que o autor redige seu texto, ele compõe seu próximo período com
unicamente uma conjunção. É correto dizer que o uso desse vocábulo no texto sugere que, a seguir, o autor apresentará um
posicionamento que:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Cuidador Social |
Q2368920
Português
Texto associado
Tropeçando nos acentos
Quero começar com uma declaração de amor: escritor brasileiro, adoro a língua portuguesa, esta “última flor do Lácio,
inculta e bela”, de que falava Bilac, o idioma em que foram escritas tantas e tão grandiosas obras de escritores como Saramago,
Cardoso Pires, Lobo Antunes, Lídia Jorge, Pepetela (para não citar os brasileiros). Para celebrar o português, a riqueza do português, a musicalidade do português, nenhum elogio é bastante.
Mas...
O mas é o objeto destas mal-traçadas linhas. E este mas refere-se a uma questão que não é só do português, claro, mas
que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos.
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circunflexos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas também
se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três reformas
ortográficas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas há outros que
ainda me causam dúvidas.
Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos de correcção que hoje fazem parte dos
programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra seria uma revolução na grafia que reduzisse
os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam dispensados
desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste mundo pessoas
felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
(Moacyr Scliar. Disponível em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em: 16/01/2024.)
Falecido em 2011, Moacyr Scliar não chegou a viver a obrigatoriedade do último acordo ortográfico da língua portuguesa, a
qual passou a vigorar em 2016. O termo “mal-traçadas” (3º§), por exemplo, grafado com hífen na reprodução do texto anterior: