Questões de Concurso Público Prefeitura de Maxaranguape - RN 2022 para Professor Fundamental II - História
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Considere o trecho abaixo.
Mais ou menos na última geração, o universo dos historiadores se expandiu a uma velocidade vertiginosa. A história nacional, dominante no século dezenove, atualmente tem de competir com a história mundial e a história regional (antes deixada a cargo de ‘antiquários’ amadores) para conseguir atenção. Há muitos campos novos, frequentemente patrocinados por publicações especializadas. A história social, por exemplo, tornou-se independente da história econômica apenas para se fragmentar, como alguma nova nação, em demografia histórica, história do trabalho, história urbana, história rural e assim por diante.
Adaptado de BURKE, Peter (Org.). A escrita da história. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
Em relação à historiografia, a análise abordada no texto se relaciona com as
Considere o trecho abaixo.
“O desejo de “procurar coisas maiores”, que confessara de maneira vaga doze anos antes perante o inquisidor de Portogruaro, continuava a parecer-lhe não só legítimo, como potencialmente ao alcance de todos. Ilegítima, ou melhor, absurda devia lhe parecer, ao contrário, a pretensão dos clérigos em manter o monopólio de um conhecimento que podia ser comprado por dois “soldos” nas banquinhas de livreiros de Veneza. A ideia da cultura como privilégio fora gravemente ferida (com certeza não eliminada) pela invenção da imprensa”.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 p.105)
Atividades com análise de textos como o trecho citado, constituem recurso metodológico apropriado para o professor de História desenvolver, por exemplo, a compreensão do confronto entre A) agricultura e comércio.
No contexto da Antiguidade Oriental se desenvolveu, na sociedade babilônica – então caracterizada por vinculações entre o poder político, a religião, o controle da terra e a imposição do trabalho compulsório – um dos mais antigos códigos legais da humanidade, expresso, conforme Gothier eTroux, nos termos a seguir.
– Se um homem furar o olho de um homem livre, furar-se-lhe-á um olho.
– Se ele fura o olho de um escravo alheio ou quebra um membro ao escravo alheio, deverá pagar a metade do seu preço.
Adaptado de GOTHIER, Louis; TROUX, Albert. L’Antiquité. H. Dessain: Bélgica, s/d.
Esses termos revelam que as penalidades previstas no código citado
Considere o trecho abaixo.
Durante muito tempo, mitos e preconceitos de toda espécie esconderam do mundo a real história da África. As sociedades africanas passavam por sociedades que não podiam ter história. Apesar de importantes trabalhos efetuados desde as primeiras décadas do século XX por pioneiros como Leo Frobenius, Maurice Delafosse e Arturo Labriola, um grande número de especialistas não-africanos, ligados a certos postulados, sustentavam que essas sociedades não podiam ser objeto de um estudo científico, notadamente por falta de fontes e documentos escritos.
História geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880 / editado por J. F. Ade Ajayi. – Brasília: UNESCO, 2010, p.20
Considerando a tese apresentada no texto sobre a história da África, avalie as proposições abaixo. ‘
I. O continente africano sempre foi considerado como uma entidade histórica, e enfatizava-se tudo o que pudesse reforçar a ideia de uma união que teria existido, desde sempre, entre uma “África branca” e uma “África negra” que se reconheciam reciprocamente.
II. Ao escrever a história de grande parte da África, recorria-se somente a fontes externas à África, oferecendo uma visão não do que poderia ser o percurso dos povos africanos, mas daquilo que se pensava que ele deveria ser.
III. Desde que foram empregadas as noções de “brancos” e “negros”, para nomear genericamente os colonizadores, considerados superiores, e os colonizados, os africanos resignaram-se a ideia de que a escrita de sua história dependia unicamente dos registros existentes na Europa.
IV. Nos dias atuais, é amplamente reconhecido que as civilizações do continente africano, pela sua variedade linguística e cultural, formam, em graus variados, as vertentes históricas de um conjunto de povos e sociedades, unidos por laços seculares.
V. Um fenômeno que facilitou o estudo objetivo do passado africano foi o aparecimento, com o tráfico negreiro e a colonização, de estereótipos raciais criadores de desprezo e incompreensão, tão profundamente consolidados que possibilitaram a revisão dos próprios conceitos da historiografia.
Estão corretas as proposições
Considere o trecho abaixo.
Muito cedo, no Brasil, as Câmaras Municipais tiveram consciência de suas funções e principalmente do papel relevante que deviam desempenhar no processo de colonização que aqui se iniciava. Organização dotada de aptidões variadas e provida de uma capacidade de adaptação admirável, logo relacionou-se com o meio, pondo-se em contato íntimo com as necessidades locais.
Adaptado de ZENHA, Edmundo. O município no Brasil (1532-1700). São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1948.
No Brasil colonial, a instituição a que o texto se refere, no exercício de suas funções, privilegiou interesses
Considere o trecho abaixo.
Na capitania do Rio Grande, ao se iniciarem os anos de 1680, oficiais de ordenanças passaram a ser permanentemente designados para frentes de conquista, oriundas de Pernambuco e da Paraíba. Esses homens realizavam na prática o objetivo último da colonização portuguesa e a eles caberia não apenas guerrear, mas também estabelecer as bases de núcleos de povoamento europeu, pois se tratava de combater os indígenas e se fixar em suas terras.
Adaptado de MONTEIRO, Denise Mattos. Terra e trabalho na história: estudos sobre o Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN, 2007.
O trecho expõe, de forma sucinta, os primórdios do processo histórico que proporcionou a
Considere o trecho abaixo.
“Se um grande povo não acredita que a verdade deva ser encontrada em si mesma... se não acredita que ele sozinho se complete a si mesmo e esteja destinado a levantar-se e salvar a todo o resto pela sua verdade, imediatamente transforma-se em material etnográfico, e não mais em grande povo... uma nação que perde essa fé deixa de ser uma nação”.
DOSTOIEWISKY, Fiodor (apud) HOBSBAWN, E. A era do capital (1848 – 1875) Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p.101.
O texto revela um momento da história europeia na segunda metade do Século XIX. Nesse sentido, a reflexão de Dostoiewisky relaciona-se com
Considere os dois textos abaixo.
Texto I
Lé Sénéchal-Machado e Todorov descrevem ações de campanhas pela paz no trânsito e pelo respeito à faixa de pedestre, realizadas entre 1996 e 1997 em Brasília. Parte do sucesso das referidas campanhas, que contribuíram para a mudança de práticas da população de Brasília no trânsito, é atribuída ao papel da mídia em estimular mudanças. A contribuição da mídia deu-se, segundo Lé SénéchalMachado e Todorov, pela publicação de matérias, artigos e reportagens relacionados direta ou indiretamente com problemas no trânsito em Brasília, nos quais se enfatizavam ações das referidas campanhas e a necessidade de mudança de comportamento dos motoristas brasilienses no trânsito.
Adaptado de WANG, Maria de Lima; PEREIRA, Maria Eliza Mazzilli; ANDERY, Maria Amália. Mídia, comportamento e cultura. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pac/v7n2/v7n2a01.pdf. Acesso em: 20 set. 2022.
Texto II
É fato que a mídia representa uma forma de poder que, nas sociedades de massa, possui papéis extremamente significativos, tais como: influir na formação das agendas públicas e governamentais; intermediar relações sociais entre grupos distintos; influenciar a opinião de inúmeras pessoas sobre temas específicos e atuar como aparelhos ideológicos capazes de organizar interesses. Esses papéis são ocultados sob o lema do dever da informação, que seria neutra, independente, apartidária e a-ideológica, características invariavelmente alegadas pelos órgãos da mídia ao retratar, de forma cabotina, sua atuação.
Adaptado de FONSECA, Francisco. Mídia, poder e democracia: teoria e práxis dos meios de comunicação. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/6bCYRSVtShSg6wqwhQq6vQQ/?lang=pt. Acesso em: 20 set. 2022.
Comparando os dois textos, conclui-se que o estudo da mídia, em diferentes períodos históricos, revela a
Considere o trecho abaixo.
Embora sendo um tema pouco explorado ou totalmente ausente no Ensino Básico, a eugenia foi incentivada no Brasil entre os primeiros anos do século XX e os anos de 1950, chegando a ter formuladores teóricos e entusiastas bem conhecidos na nossa história, como, entre outros, Roquete Pinto e Monteiro Lobato. Aqui o principal expoente e pensador foi o médico Renato Kehl que chegou a publicar um livro, cujo título era “A Cura da Fealdade” em 1923, no qual afirmava que a palavra fealdade, aqui empregada, tem a significação mais ampla do que a do entendimento corrente. Não corresponde à falta de predicados físicos (...) emprestei-lhe o sentido galtoniano [de Francis Galton, pai da eugenia [sic] de disgenesia, ou cacogenia. Em outros termos ela equivale a anormalidade, a morbidez assim como a beleza equivale a normalidade, a saúde integral”. (Kehl, 1923 apud Pietra, 2007, p.139).
A partir das informações expressas no texto, avalie as proposições a seguir.
I. Considerando que, neste período em que se desenvolveram as ideias da eugenia, cerca de 50% da população brasileira era de ex-escravizados, negros e pobres, a defesa da perfeição biológica ajudou na superação do preconceito de raça/etnia do qual eram vítimas essa parcela da população.
II. O fato de ter o engajamento de grandes figuras da literatura, da medicina e de outros setores da elite da sociedade mostra que o pensamento eugênico no Brasil tem íntima ligação com o racismo estrutural e foi, aqui, um de seus operadores.
III. No Brasil, a pouca ou nenhuma visibilidade conferida a eugenia nos livros didáticos e manuais de história do ensino básico deve-se ao fato de que aqui a eugenia não se relacionava com o racismo.
IV. Além dos negros, os alvos dos defensores da eugenia no Brasil eram também imigrantes asiáticos, judeus e latino-americanos.
V. Os únicos brasileiros na mira dos eugenistas eram aqueles que apresentavam algum distúrbio mental ou defeitos físicos congênitos, fadados ao isolamento em relação ao restante da sociedade, como meio de purificação da raça.
Estão corretas as proposições