Questões de Concurso Público SEDU-ES 2016 para Professor - Língua Portuguesa
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Ainda hoje podemos constatar a existência da ideia de que o trabalho precoce é a melhor, e talvez a única alternativa à marginalidade, para as crianças pobres. A ideia do trabalho como um instrumento disciplinador da criança pobre defende a tese de que o trabalho é a forma capaz de afastar a criança e o adolescente do caminho do crime.
Tais ideias contrariam o Estatuto da Criança de do Adolescente (Lei n°8.069/1990) que
I. estabelece aos menores de dezoito anos formação profissional voltada ao mercado de trabalho.
II. garante à criança e ao adolescente a oportunidade de trabalho como forma preventiva a atos infracionais.
III. determina a proibição de qualquer trabalho a todas as crianças e aos adolescentes menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos de idade.
Está correto o que se afirma em
O aluno do ensino noturno, por estar de alguma forma inserido no mundo do trabalho, ter seu tempo quase todo dedicado à luta pela sobrevivência, por ser responsável por si e, muitas vezes, por uma família, traz para a sala de aula uma concepção de vida, valores incorporados e necessidades concretas ligadas ao seu cotidiano e às suas expectativas de vida (...). Ao chegar, à noite, à escola se defronta, muitas vezes, com uma rotina que não valoriza, e, portanto, não aproveita os elementos que aprendem no decorrer do seu cotidiano de trabalho.
Considerando este contexto, constata-se a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Cárcere das Almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-nos as portas do Mistério?!
(CRUZ E SOUZA. Obras Completas. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961)
Considere as afirmativas abaixo.
I. No primeiro quarteto, há uma afirmação de ordem geral: “toda a alma” (o que pode ser entendido como qualquer alma, todas as almas de todos).
II. Há no poema várias metáforas como, por exemplo, “alma presa num cárcere”.
III. O uso das iniciais maiúsculas em substantivos comuns (Dor, Céu, Mistério) acentua o aspecto simbólico dos vocábulos.
IV. Há no poema a presença de elementos antitéticos como, por exemplo, “grilhões / liberdades”.
V. O segundo terceto denota a presença do indivíduo na exclamação enfática, num vocativo de preocupação e angústia.
Do ponto de vista da análise sintático-semântica do poema, está correto o que se afirma APENAS em