Questões de Concurso Público CETAM 2014 para Analista Técnico Educacional - Psicologia

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Q753619 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Violência e naturalidade

Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba:

    "− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

    Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização?

No trecho citado de Quincas Borba, o narrador deseja demonstrar que não há morte baseado na convicção de que
Alternativas
Q753620 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Violência e naturalidade

Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba:

    "− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

    Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização?

Atente para as seguintes afirmações: I. Com a frase A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação, pretende-se demonstrar que muitas vezes os efeitos da paz que se segue à guerra são mais perniciosos que a própria guerra. II. Com a expressão o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível o autor quer justificar, ironicamente, o fato de que por vezes os próprios vencidos acabam participando das aclamações dos vitoriosos. III. Com a frase nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói o autor deseja mostrar que as comemorações dos vitoriosos de uma guerra constituem uma compreensível e natural celebração da vida. Em relação ao texto está correto o que se afirma SOMENTE em
Alternativas
Q753621 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Violência e naturalidade

Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba:

    "− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

    Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização?

No terceiro parágrafo do texto, e com base na citação de Machado de Assis, elabora-se a seguinte interpretação do modo pelo qual nosso grande autor acerca-se da violência humana:
Alternativas
Q753622 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Violência e naturalidade

Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba:

    "− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

    Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização?

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
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Q753623 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Violência e naturalidade

Há na ficção do grande Machado de Assis páginas tão admiráveis quanto duras − ou mesmo cínicas, preferem alguns. Lembremos este trecho famoso do romance Quincas Borba:

    "− Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência de outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria e ousadia da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”

    Aqui, Machado leva ao extremo a tese que chancela a lei do mais forte, a competitividade brutal que esmaga o perdedor. Parece concordar com ela, apesar do tom extremamente irônico, e talvez concorde mesmo − mas a caprichosa naturalidade com que o nosso escritor aborda as violências mais radicais faz desconfiar que ele também nos esteja provocando. Machado sabe que uma das formas mais eficazes de mostrar a barbárie está em naturalizá-la. É uma operação sutil, em que ele prefere apresentar os atos mais selvagens como se fizessem parte da plena rotina. Os leitores mais sensíveis acusarão o golpe, e terão que enfrentar a pergunta tremenda: se tanta violência decorre com tamanha naturalidade, que sentido terá aquilo que os homens vêm chamando de civilização?

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas em:
Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: B
4: D
5: E