Questões de Psicologia - Psicologia e Cultura para Concurso
Foram encontradas 46 questões
A diversidade cultural na relação com a experiência da morte é ilustrada também no ritual funerário e de cremação entre os antigos gregos. O mesmo gesto cultural de outros povos, embora as cinzas não fossem lançadas ao anonimato, mas cuidadosamente guardadas como memória dos mortos, os antigos gregos cremavam os mortos como sacrifício e expiação de tudo o que era mortal e perecível, e preparar a passagem dos mortos para outra condição de existência, a condição social de mortos.
O ritual funerário das sociedades da antiga Mesopotâmia não incluía o sepultamento ou a edificação de mausoléus e a representação pictórica e escultural, mas a incineração crematória. O cadáver não era conservado com as marcas de sua identidade, personalidade e inserção social, mas completamente consumido pelo fogo, destruído até as cinzas, as quais eram lançadas ao vento, ou nas águas dos rios, sendo o morto despojado de todos os seus traços identitários.
A percepção das vivências da morte e do morrer tem sofrido transformações ao longo do tempo histórico, acompanhando as transformações da sociedade no que diz respeito às atitudes diante da morte, evoluindo desde uma possibilidade impregnada de angústia, temor e aflição, que deve ser evitada a todo o custo, tal como na idade média, para uma experiência tranquila, natural e até mesmo desejada, tal como mais recentemente.
As formas simbólicas como a morte se registra nos rituais e monumentos fúnebres permitem distinguir as principais figuras históricas da morte, cujo perfil singular foi traçado a partir das maneiras como diferentes sociedades assimilaram o fato bruto da morte, dando a ela uma significação cultural, e inscrevendo- a no sistema dos valores simbólicos que asseguram o funcionamento e a reprodução da ordem social.