Questões de Português - Flexão verbal de número (singular, plural) para Concurso
Foram encontradas 1.549 questões
Ano: 2024
Banca:
UNIVIDA
Órgão:
Prefeitura de Peabiru - PR
Prova:
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Peabiru - PR - Vigia |
Q2396667
Português
Qual das palavras abaixo apresenta o plural escrito corretamente?
Ano: 2024
Banca:
UNIVIDA
Órgão:
Prefeitura de Peabiru - PR
Prova:
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Peabiru - PR - Vigia |
Q2396659
Português
Qual é o feminino singular da palavra INSTRUTOR?
Ano: 2024
Banca:
FUNCERN
Órgão:
Prefeitura de Guamaré - RN
Prova:
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Língua Portuguesa |
Q2394155
Português
Texto associado
Sonho de lesma
Moacyr Scliar
Ela nasceu lesma, vivia no meio de lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos
de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos
na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot.
O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas
pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são
comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita
lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha
adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um
almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.
Assim pensando, resolveu sacrificar a vida por seu ideal. Para isso, traçou um plano: tinha de dar um
jeito de acabar em uma cozinha refinada. O que não seria tão difícil. Perto dali havia uma horta onde eram
cultivadas alfaces: belas e selecionadas alfaces, de folhas muito crespas. Alfaces destinadas a gourmets,
sem dúvida. Uma dessas alfaces, raciocinou a lesma, me levará ao destino que almejo. Foi até a horta, à
doida velocidade de meio quilômetro por hora, e ocultou-se no vegetal. Que, de fato, foi colhido naquele
mesmo dia e levado para ser consumido.
Infelizmente, porém, a alface não fazia parte de um prato francês, mas sim de um popular e globalizado
lanche. Quando a consumidora foi comê-lo constatou, horrorizada, a presença da lesma. Chamado, o gerente
a princípio negou a evidência: disse que aquilo era um vestígio de óleo queimado. O que deixou a lesma
indignada: eu não sou óleo queimado, bradava, eu sou uma criatura, e uma criatura com um sonho, respeitem
meu sonho ou será que, para vocês, nada mais é sagrado, só o direito do consumidor?
Ninguém a ouviu, claro. Foi ignominiosamente jogada no lixo, junto com suas ilusões de grandeza. E
assim descobriu que, quem nasceu para lesma nunca chega a escargot, mesmo viajando de carona em certas
alfaces, principalmente viajando de carona em certas alfaces.
SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 145-146.
No texto, a sequência textual dominante caracteriza-se pela presença de verbos flexionados no pretérito
Ano: 2024
Banca:
FUNCERN
Órgão:
Prefeitura de Guamaré - RN
Prova:
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Professor Magistério Fundamental - Anos Finais e EJA - Língua Portuguesa |
Q2394152
Português
Texto associado
Às três da manhã parecia não caber mais ninguém na Via Ápia, o baile tava entupido de gente. Na
onda máxima, Douglas palmeava Gleyce e Wesley dançarem, cada um do seu jeito, inventando seus
passinhos. Ele viajava em como a vida era capaz de se transformar em tão pouco tempo, mudando coisas
que pareciam impossíveis de serem mudadas. Douglas olhava pros amigos, se lembrava do jeito como
Biel e Murilo foram embora, e sentia que nunca mais teriam a relação que já tiveram um dia, mas, ao
mesmo tempo, carregava a certeza de que nunca poderiam cortar aquele laço. Como numa tatuagem,
estavam marcados por tudo aquilo que viveram juntos. Cada sorriso, perrengue, tragédia. Estavam
marcados pela história daquele morro e daquela cidade.
(MARTINS, Geovani. Via Ápia. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. p.336-337)
A professora Maria Vernácula aproveitou o mesmo texto e preparou uma aula sobre sequência descritiva.
Sobre a escolha do texto pela professora, é correto afirmar:
Ano: 2024
Banca:
FUNCERN
Órgão:
Prefeitura de Guamaré - RN
Provas:
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Fiscal de Obras
|
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Agente Comunitário de Saúde |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Agente Comunitário de Endemias |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Fiscal de Vigilância Sanitária |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Fiscal de Meio Ambiente |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Técnico de Enfermagem - Saúde da Família |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Técnico em Saúde Bucal |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Técnico em Enfermagem - Hospital/UPA |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Técnico em Laboratório de Análises Clínicas |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Auxiliar de Laboratório de Análises Clínicas |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Auxiliar de Farmácia |
FUNCERN - 2024 - Prefeitura de Guamaré - RN - Técnico em Radiologia |
Q2393793
Português
Texto associado
Acreditar em bobagens
Por Natalia Pasternak e Carlos Orsi
Uma definição comum de “agente racional” é alguém que tem objetivos, crenças sobre como melhor
alcançá-los e que age de acordo. Note-se que a definição omite a natureza das crenças em si. Se alguém
acredita que o horóscopo do jornal é uma fonte confiável de orientações sobre o dia a dia, estará sendo
perfeitamente racional ao obedecer às exortações do astrólogo.
A constatação de que as crenças que carregamos na vida podem fazer com que qualquer tolice pareça
claramente razoável não é nova. Atribuída a Voltaire, a frase “quem o leva a acreditar em absurdos pode levá-lo a cometer atrocidades” ganha especial relevância nesta era de redes sociais e aplicativos de mensagens,
quase 250 anos depois da morte do filósofo francês. Cem anos após Voltaire, outro filósofo, o inglês William
Clifford, formulava o princípio de que toda pessoa tem o dever moral de fazer uma cuidadosa curadoria das
coisas em que acredita, eliminando tudo o que seja mal embasado — exatamente para que a racionalidade
não redunde em atrocidades.
Trata-se, porém, de dever muito mais fácil de enunciar que de cumprir. Adquirimos ou sustentamos
crenças o tempo todo, pelos mais variados motivos — porque é confortável acreditar em certas coisas, porque
aceitar ou negar fatos nos oferece uma desculpa para fazer o que temos vontade de fazer, porque nossos
pais, amigos, amantes, sacerdotes, sócios, colegas e vizinhos esperam, cada um a seu modo, conformidade
de nós. Outras nos são empurradas pelo marketing e pela publicidade incessantes.
Num ambiente tão carregado, como fazer uma curadoria adequada? Quem tem o tempo, ou os meios,
para isso?
Existem, é claro, diversos tipos de crença, com diferentes potenciais de dano. Acreditar que existem
unicórnios azuis na Galáxia de Andrômeda provavelmente não fará mal a ninguém. As mais perigosas,
quando falsas ou mal embasadas, são as que dizem respeito à realidade sensível, concreta, imediata — as
que podem levar pessoas racionais e bem-intencionadas a gastar as economias de uma vida ou pôr a saúde
— própria ou de entes queridos — em risco.
Por sorte, esse é o tipo de crença para o qual a humanidade desenvolveu um filtro fantástico: a ciência.
Todas as ciências, com seus diferentes métodos, buscam descrever e explicar a realidade sensível e concreta
— seja a composição de uma rocha, a causa de uma doença, a origem de um povo — com base nas
evidências de melhor qualidade, num sistema em que nenhum especialista está acima da crítica dos colegas,
e toda conclusão sempre pode ser revisada mais tarde, à medida que o conjunto de evidências disponíveis
cresce, e as interpretações amadurecem.
Existem, no entanto, sistemas que, rejeitados pelo filtro científico, dedicam-se a fazer exatamente o
contrário do que as ciências propõem — idolatrando a palavra infalível de “gênios” fundadores, inventando
malabarismos para descartar boas evidências, resistindo a revisões significativas — e sobrevivem na cultura
como fonte de crenças pretensamente válidas a respeito da realidade concreta. São chamados de
pseudociências.
Analisamos 12 delas em nosso livro “Que bobagem!”, lançado neste mês pela Editora Contexto. A análise
detalhada é necessária para que o carimbo de “pseudociência” seja uma conclusão lógica, não mero
pejorativo, e para que o leitor compreenda o aspecto histórico e cultural desses sistemas e como exatamente
eles alegam curar, resolver, explicar. Alguns, como astrologia, tendem a ser vistos como passatempos
inócuos; outros, como a psicanálise ou a homeopatia, ainda se encontram entrincheirados na academia. Mas
todos infectam a racionalidade e, em determinados contextos, têm potencial de concretizar o temor de
Voltaire, promovendo absurdos e causando atrocidades.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com> Acesso em: 9 de jul. de 2023
No período “Existem, é claro, diversos tipos de crença, com diferentes potenciais de dano”,