Questões Militares Sobre medicina para pm-mg

A lesão neurovascular é rara, apesar da proximidade do plexo braquial e dos vasos subclávios. Lesões neurovasculares associadas às fraturas da clavícula podem ser divididas em três grupos: lesões agudas, lesões tardias e lesões iatrogênicas. 

A fixação primária, preventivamente, não reduz o risco de pseudoartrose. Caso ocorra a não consolidação, a fixação com placa ou pino intramedular e uso de enxerto ósseo da crista ilíaca é uma ótima opção de tratamento. 

A taxa de não consolidação da fratura de clavícula é rara, descrita como sendo inferior a 1% de todas as fraturas.

No caso de infecção superficial, geralmente é possível o tratamento com cuidado local da ferida e antibióticos sistêmicos, até que ocorra a consolidação da fratura. A opção de remoção da placa, desbridamento e a irrigação completa têm uma alta taxa de sucesso na erradicação da infecção. 

A artéria circunflexa da escápula curva-se ao redor da margem medial do corpo da escápula até a superfície posterior da escápula. Passa pelo redondo maior e geralmente se divide em dois ramos, um entrando na superfície anterior do infraespinhal e o outro se anastomosando no sulco espinoglenoidal com a artéria supraescapular. 

O complexo suspensório superior do ombro (SSSC) é definido como um anel ósseo e de tecidos moles composto pelo processo glenóide, processo coracoide, ligamentos coracoclaviculares, ligamento coracoacromial , clavícula lateral, articulação acrômioclavicular e acrômio. 

Os músculos da escápula podem ser divididos em dois sistemas: primeiro, o sistema escápulo-axial, que conecta a escápula com o esqueleto axial. Este sistema controla o movimento da escápula sobre a parede torácica. O segundo sistema é o sistema escápulo-braquial, pelos músculos que se originam da escápula e se fixam aos ossos do braço, ou seja, úmero, rádio proximal e ulna proximal. Sua função é controlar a articulação glenoumeral.

Em pacientes politraumatizados, onde a prioridade é salvar a vida, o tratamento de uma fratura escapular, mesmo que identificada no exame primário, pode ser adiado para outro momento.

A artéria circunflexa posterior do úmero surge como um ramo maior no mesmo nível da artéria circunflexa anterior do úmero, na margem inferior do músculo subescapular. Ela segue posteriormente com o nervo axilar, emitindo vários ramos que perfuram o aspecto póstero-medial da metáfise proximal do úmero para contribuir com a perfusão da cabeça do úmero. 

A osteonecrose e a pseudoartrose são duas complicações bem conhecidas das fraturas proximais do úmero. O envolvimento da artéria circunflexa anterior do úmero e da artéria circunflexa posterior do úmero tem sido investigado a fim de predizer o risco dessas complicações, principalmente a pseudoartrose. Na arteriografia em pacientes com fraturas complexas proximais do úmero, a artéria circunflexa anterior do úmero foi preservada em 85% dos casos, em oposição a apenas 20% da artéria circunflexa posterior do úmero.

A perfusão para o úmero proximal origina-se da terceira porção da artéria axilar, entre os músculos peitoral menor e redondo maior. Nesse nível, a artéria axilar dá origem às artérias circunflexas umerais. 

A artéria circunflexa anterior do úmero (ACAU) e a artéria circunflexa posterior do úmero (ACPU) são ramos da artéria axilar. O ramo ascendente da artéria circunflexa anterior do úmero termina como a artéria arqueada no aspecto súperolateral do úmero proximal. A artéria circunflexa posterior do úmero fornece múltiplos ramos metafisários para o aspecto posteromedial do úmero proximal.

O uso de placas gancho é uma técnica que apresenta altas taxas de consolidação e boa função do ombro, porém pode ocorrer desconforto do paciente e osteólise acromial, tendo que ser feita a remoção do implante.

Quanto a cuidados pós operatórios a movimentação passiva é iniciada logo após a cirurgia. Depois de 4 a 6 semanas, os pacientes começam a praticar exercícios ativos e ativos assistidos para ganho de movimento. Após 8 semanas podem realizar exercícios de fortalecimento. Em 4 meses podem retornar às atividades completas e prática de esportes.  

Considerando a Classificação de Neer para fratura do terço lateral da clavícula: tipo I – ligamentos intactos e fragmentos sem deslocamento, tipo IIa – ligamentos conoide e trapezoide estão inseridos no segmento medial, com o segmento distal deslocado – tipo IIb – ruptura do ligamento conóide e o ligamento trapezóide se mantém inserido no segmento distal, com o fragmento proximal é deslocado. 

O tratamento da fratura distal da clavícula ainda segue controverso, com bons resultados tanto com a opção operatória quanto a opção não operatória. O grande desafio é alcançar fixação segura no fragmento lateral. 

O padrão radiográfico das alterações degenerativas é variável mas a dor e limitação de movimento do ombro está presente em todos os pacientes com artropatia do manguito rotador. 

As principais contra indicações da artroplastia reversa do ombro são: perda ou inatividade do deltoide, cirurgião inexperiente com a técnica, ruptura total do manguito rotador e a perda óssea excessiva da glenóide. 

 Em relação as complicações da artroplastia reversa do ombro ocorre em torno de 25% dos casos, sendo as principais, nessa ordem decrescente: infecção, fraqueza do deltoide, instabilidade glenoumeral e afrouxamento de componente (glenoidal). 

As principais indicações para a artroplastia reversa são: ruptura maciça do manguito rotador com pseudoparalisia, fratura do úmero proximal, reconstrução após remoção de tumor e ausência do manguito rotador (falha na hemiartroplastia devido a artropatia).