Ainda no século XIX, a recém-fundada disciplina da Sociologi...

Um pouco de teoria!

Marx e Durkheim foram dois intelectuais que tinham ideologias diferentes sobre o funcionamento da sociedade e refletiram sobre a complexidade do fenômeno criminal, contribuindo para a elaboração de um conceito sociológico de crime.

Mesmo divergindo sobre explicações da sociedade, os dois autores acreditavam que na ocorrência de um crime atuavam as forças sociais para a concretização do ato criminoso e menos os motivos pessoais.    

B: Durkheim, o crime estava vinculado ao aparato estrutural e ideológico do Estado Moderno;

•  Essa era a visão de Marx e não a de Durkheim. Marx enxergava o crime de duas maneiras: como um produto da superestrutura social, isto é, como um componente do aparato ideológico do estado repressor. Mas também via o crime como parte do processo produtivo da sociedade, gerando o que ele chamou de benefícios do crime, como por exemplo, emprego para os policiais, o juristas e os professores de direito que elaboravam interpretações e aulas sobre penas e delitos.  

C: ambos, o sentimento moral era o critério para definir o que era ou deixava de ser crime em qualquer sociedade;

•  Marx e Durkheim pensam o crime possuindo contextos sociais e históricos. Mas sempre enxergando o crime como estabelecido pela sociedade onde cada uma delas definiu o crime conforme necessitava. Enquanto para Marx a noção do ato criminoso era um produto ideológico da sociedade capitalista, constituído a partir dos interesses da classe dominante para excluir e punir as ações que ameacem a organização das forças produtivas, para Durkheim, o crime não dependia apenas do ato cometido, mas qual tipo de reação despertará das instâncias sociais. E quanto mais especializada for uma determinada sociedade, mais especializada será esta reação (envolvendo órgãos judiciais, polícias técnicas especializadas, advogados ultra especializados, varas específicas etc.).

D: Marx, o crime era um produto da consciência coletiva que convencionava padrões de comportamento;

•  Durkheim enxergou o crime como um produto da consciência coletiva. Para ele, um ato era qualificado como crime, não por ser criminoso em si, mas porque a consciência coletiva assim o identificou. Era necessário que a ação ofendesse a consciência coletiva em uma intensidade considerável a ponto de se transformar em crime.

   E: ambos, o crime era um desvio de conduta e uma manifestação de uma patologia natural.

•  Marx e Durkheim apresentavam visões de que o crime não era uma manifestação individual, mas ocorria em contextos sociais, históricos e culturais. Não era uma patologia ou um desvio de conduta e moral teses defendidas pelos psicólogos e juristas da época.

Gabarito: Letra A