Questões de Concurso Militar EsFCEx 2010 para Oficial, Magistério Português
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I. O presente do indicativo expressa situações atemporais.
II. O presente do indicativo não expressa eventos ocorridos no passado.
III. O pretérito perfeito do indicativo expressa o fato passado habitual.
I. O enunciado "Declaro suspensa esta sessão" só é realmente um ato de fala performativo se as condições de felicidade para seu proferimento forem atendidas.
II. Quando a língua portuguesa toma uma palavra emprestada de outra língua, ela impõe a essa palavra as características fonológicas do português.
III. A metáfora é um fenômeno da linguagem literária o qual não ocorre comumente na linguagem diária.
Relacione os termos em negrito das orações da segunda coluna com suas respectivas funções da primeira coluna e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
1. conjunção coordenativa aditiva
2. conjunção coordenativa adversativa
3. pronome relativo
4. conjunção subordinativa causal
5. pronome substantivo mterrogativo
6. preposição
( ) Que aconteceu ontem à noite?
( ) Você não se lembra da confusão que causou?
( ) Outro, que não eu, aceitará viver assim.
( ) Vamos que vai chover bastante.
( ) Tenho que ficar aqui ate ele chegar.
I. Os brasileiros, em sua maioria, não sabem português.
II. A língua portuguesa falada no Brasil é homogênea.
III. A gramática normativa não representa a realidade linguística.
Relacione os tipos de norma da primeira coluna com suas respectivas características e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
1. norma linguistica
2. norma padrão
3. norma culta
( ) A norma estabilizada, que busca neutralizar a variação e controlar a mudança.
( ) O uso da língua em situações formais de fala e na escrita, característico de um determinado grupo mais diretamente habituado às atividades de escrita.
( ) O uso comum da língua, característico de um determinado grupo sociocultural.
( ) Reúne as formas contidas e prescritas pelas gramáticas normativas.
( ) Formas depreendidas da fala de individuas plenamente escolarizados.
( ) As aspas garantem que o autor produziu o texto exatamente da forma como está aspeado.
( ) É justamente por causa das diferentes condições de produção da escrita que a modalidade escrita é mais elaborada e mais correta do que a modalidade falada.
( ) A mudança de estrutura sintática possui relevância semântica. Um enunciado na voz passiva apresenta características diferentes de um enunciado na voz ativa, por exemplo.
( ) A retextualização é definida como a passagem do sonoro para o gráfico.
( ) No processo de transformação da fala em escrita, a eventual diminuição do texto pode ser decorrente da regularização linguística e não exclusivamente por seleção de informações mais importantes.
I. Oralidade e escrita são praticas e uses da língua com características próprias, suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos dicotônicos.
II, Como todos os povos têm ou tiveram uma tradição oral, a oralidade e mais prestigiosa do que a escrita
III. A escrita não estigmatiza identitariamente grupos ou indivíduos.
1. A minha pátria é como se não fosse, é íntima
2. Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
3. É minha pátria. Por isso, no exílio
4. Assistindo dormir meu filho
5. Choro de saudades de minha pátria.
6. Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
7. Não sei. De fato, não sei
8. Como, por que e quando a minha pátria
9. Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
10. Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
11. Em longas lágrimas amargas.
12. Vontade de beijar os olhos de minha pátria
13. De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
14. Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
15. De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
16. E sem meias pátria minha
17. Tão pobrinha!
(...)
18. Quero rever-te, pátria minha, e para
19. Rever-te me esqueci de tudo
20. Fui cego, estropiado, surdo, mudo
21. Vi minha humilde morte cara a cara
22. Rasguei poemas, mulheres, horizontes
23. Fiquei simples, sem fontes.
24. Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
25. Lábaro não; a minha pátria é desolação
26. De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
(...)
27. Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
28. Que brinca em teus cabelos e te alisa
29. Pátria minha, e perfuma o teu chão...
30. Que vontade de adormecer-me
31. Entre teus doces montes, pátria minha
32. Atento à fome em tuas entranhas
33. E ao batuque em teu coração.
34. Não te direi o nome, pátria minha
35. Teu nome é pátria amada, é patriazinha
36. Não rima com mãe gentil
37. Vives em mim como uma filha, que és
38. Uma ilha de ternura: a Ilha
39. Brasil, talvez.
(...)
(Moraes, Vinicius de. Pátria mina).
1. A minha pátria é como se não fosse, é íntima
2. Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
3. É minha pátria. Por isso, no exílio
4. Assistindo dormir meu filho
5. Choro de saudades de minha pátria.
6. Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
7. Não sei. De fato, não sei
8. Como, por que e quando a minha pátria
9. Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
10. Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
11. Em longas lágrimas amargas.
12. Vontade de beijar os olhos de minha pátria
13. De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
14. Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
15. De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
16. E sem meias pátria minha
17. Tão pobrinha!
(...)
18. Quero rever-te, pátria minha, e para
19. Rever-te me esqueci de tudo
20. Fui cego, estropiado, surdo, mudo
21. Vi minha humilde morte cara a cara
22. Rasguei poemas, mulheres, horizontes
23. Fiquei simples, sem fontes.
24. Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
25. Lábaro não; a minha pátria é desolação
26. De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
(...)
27. Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
28. Que brinca em teus cabelos e te alisa
29. Pátria minha, e perfuma o teu chão...
30. Que vontade de adormecer-me
31. Entre teus doces montes, pátria minha
32. Atento à fome em tuas entranhas
33. E ao batuque em teu coração.
34. Não te direi o nome, pátria minha
35. Teu nome é pátria amada, é patriazinha
36. Não rima com mãe gentil
37. Vives em mim como uma filha, que és
38. Uma ilha de ternura: a Ilha
39. Brasil, talvez.
(...)
(Moraes, Vinicius de. Pátria mina).
O eu-lírico descreve a pátria de forma subjetiva. E para isso apresenta várias metáforas nas quais declara seus sentimentos. A este respeito, na linha 17 usa a expressão "Tão pobrinha! ". Sabendo-se que o poeta domina o uso da norma culta, afirma-se corretamente que na estrofe a expressão coloquial serve para:
I. demonstrar a relação íntima que mantém com a pátria.
II. confirmar a ideia de que o Brasil é um país desigual que não dá assistência aos excluídos.
III. declarar de modo carinhoso sua empatia pelos problemas de dependência econômica do Brasil.
IV. reforçar a permanência de traços românticos na poesia brasileira.
Das afirmativas acima, estão corretas, somente:
1. A minha pátria é como se não fosse, é íntima
2. Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
3. É minha pátria. Por isso, no exílio
4. Assistindo dormir meu filho
5. Choro de saudades de minha pátria.
6. Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
7. Não sei. De fato, não sei
8. Como, por que e quando a minha pátria
9. Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
10. Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
11. Em longas lágrimas amargas.
12. Vontade de beijar os olhos de minha pátria
13. De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
14. Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
15. De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
16. E sem meias pátria minha
17. Tão pobrinha!
(...)
18. Quero rever-te, pátria minha, e para
19. Rever-te me esqueci de tudo
20. Fui cego, estropiado, surdo, mudo
21. Vi minha humilde morte cara a cara
22. Rasguei poemas, mulheres, horizontes
23. Fiquei simples, sem fontes.
24. Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
25. Lábaro não; a minha pátria é desolação
26. De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
(...)
27. Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
28. Que brinca em teus cabelos e te alisa
29. Pátria minha, e perfuma o teu chão...
30. Que vontade de adormecer-me
31. Entre teus doces montes, pátria minha
32. Atento à fome em tuas entranhas
33. E ao batuque em teu coração.
34. Não te direi o nome, pátria minha
35. Teu nome é pátria amada, é patriazinha
36. Não rima com mãe gentil
37. Vives em mim como uma filha, que és
38. Uma ilha de ternura: a Ilha
39. Brasil, talvez.
(...)
(Moraes, Vinicius de. Pátria mina).
I. Segundo Paul Ricoeur um indivíduo narra a si mesmo através de historias das quais pode extrair a definição de sua própria essência o que se confirma no poema.
II. O poeta oscila entre a sacralização e dessacralização, pois em todo o poema apresenta a adesão à pátria mistificada ao lado de uma visão realista dos problemas.
III. Em se tratando de uma pátria que surgiu no contexto da colonização, é visível a critica aos sistemas totalitários e hegemônicos no poema.
IV. O poeta se opõe aos discursos ufanistas e acríticos sobre a pátria.
( ) A ausência de caráter apresenta uma crítica pessimista da alma brasileira.
( ) A caracterização do protagonista como anti-herói, marca uma mentalidade cultural com potencial revolucionário.
( ) Constitui um contradiscurso em relação à consistência hegemônica que se firmou ao longo da história nacional.
( ) Integra o espaço, e o referencial mítico maravilhoso e americano.
( ) Pela inversão parodística, o herói civilizado destrona o anti-herói.
A carta
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, muito novas e muito gentis, com
cabelos mui pretos e compridos pelas espáduas, e suas vergonhas, tão altas e tão
cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não
tínhamos nenhuma vergonha.
(CAMINHA, Pero Vaz de, In: CASTRO, Sílvio. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L & PM, 1996).
Texto V
As meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinha
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.
(ANDRADE, Oswald de.In: MORICONI, Italo. Os cem melhores poemas do século).
I. Oswald de Andrade, através da paródia, critica a retórica da negatividade utilizada por Caminha para descrever os índios.
II. Oswald de Andrade, dialoga com Pero Vaz de Caminha, ao citar a Carta e evocar a descoberta do Brasil como mito da cordialidade.
III. Oswald de Andrade, opera no diapasão modernista, ao desconstruir o discurso etnocêntrico dos colonizadores.
IV. Oswald de Andrade, transforma as indias em meninas da gare, reescrevendo o trecho mais erótico da Carta.
CANTO IV
II
Dormindo estava Paraguaçu formosa,
Onde um claro ribeiro à sombra corre;
Lânguida está, como ela, a branca rosa,
E nas plantas com a calma o vigor morre;
Mas buscando a frescura deleitosa
De um grão maracujá, que ali discorre,
Recostava-se a bela sobre um posto
Que, encobrindo-lhe o mais, descobre o rosto.
III
Respira tão tranqüila, tão serena,
E em langor tão suave adormecida,
Como quem livre de temor, ou pena,
Repousa, dando pausa à doce vida.
Ali passar a ardente sesta ordena
O bravo Jararaca, a quem convida
A frescura do sítio e sombra amada,
E dentro d'água a imagem da latada.
IV
No diáfano reflexo da onda pura
Avistou dentro dágua buliçosa,
Tremulando, a belíssima figura.
Pasma, nem cre que imagem tão formosa
Seja cópia de humana criatura.
E, remirando a face prodigiosa,
Olha de um lado e doutro, e busca atento
Quem seja original deste portento.
V
Enquanto tudo explora com cuidado,
Vai dar cos olhos na gentil donzela;
Fica sem uso dalma arrebatado,
Que toda quanta tem se ocupa em vê-la:
Ambos fora de si, desacordado
Ele mais de observar coisa tão bela,
Ela absorta no sono em que pegara,
Ele encantado a contemplar-lhe a cara.
VI
Quisera bem falar, mas não acerta,
Por mais que dentro em si fazia estudo.
Ela de um seu suspiro olhou desperta;
Ele daquele olhar ficou mais mudo.
Levanta-se a donzela mal coberta,
Tomando a rama por modesto escudo;
Pôs-Ihe os olhos então, porém tão fera,
Como nunca beleza se pudera.
VII
Voa, não corre, pelo denso mato,
A buscar na cabana o seu retiro;
E, indo ele a suspirar, vê num ato,
Em meio ela fugir do seu suspiro.
Nem torna o triste a si por longo trato,
Até que, dando à mágua algum respiro,
Por saber donde habita, ou quem seja ela,
Seguiu voando os passos da donzela.
(DURÃO, Santa Rita. Caramuru. In: CANDIDO, Antonio. Na sala de aula.
São Paulo: Editora Ática, 1988).
Neste caso movimento e parada significam, respectivamente.
CANTO IV
II
Dormindo estava Paraguaçu formosa,
Onde um claro ribeiro à sombra corre;
Lânguida está, como ela, a branca rosa,
E nas plantas com a calma o vigor morre;
Mas buscando a frescura deleitosa
De um grão maracujá, que ali discorre,
Recostava-se a bela sobre um posto
Que, encobrindo-lhe o mais, descobre o rosto.
III
Respira tão tranqüila, tão serena,
E em langor tão suave adormecida,
Como quem livre de temor, ou pena,
Repousa, dando pausa à doce vida.
Ali passar a ardente sesta ordena
O bravo Jararaca, a quem convida
A frescura do sítio e sombra amada,
E dentro d'água a imagem da latada.
IV
No diáfano reflexo da onda pura
Avistou dentro dágua buliçosa,
Tremulando, a belíssima figura.
Pasma, nem cre que imagem tão formosa
Seja cópia de humana criatura.
E, remirando a face prodigiosa,
Olha de um lado e doutro, e busca atento
Quem seja original deste portento.
V
Enquanto tudo explora com cuidado,
Vai dar cos olhos na gentil donzela;
Fica sem uso dalma arrebatado,
Que toda quanta tem se ocupa em vê-la:
Ambos fora de si, desacordado
Ele mais de observar coisa tão bela,
Ela absorta no sono em que pegara,
Ele encantado a contemplar-lhe a cara.
VI
Quisera bem falar, mas não acerta,
Por mais que dentro em si fazia estudo.
Ela de um seu suspiro olhou desperta;
Ele daquele olhar ficou mais mudo.
Levanta-se a donzela mal coberta,
Tomando a rama por modesto escudo;
Pôs-Ihe os olhos então, porém tão fera,
Como nunca beleza se pudera.
VII
Voa, não corre, pelo denso mato,
A buscar na cabana o seu retiro;
E, indo ele a suspirar, vê num ato,
Em meio ela fugir do seu suspiro.
Nem torna o triste a si por longo trato,
Até que, dando à mágua algum respiro,
Por saber donde habita, ou quem seja ela,
Seguiu voando os passos da donzela.
(DURÃO, Santa Rita. Caramuru. In: CANDIDO, Antonio. Na sala de aula.
São Paulo: Editora Ática, 1988).
I - O sono da índia se dá em um típico locus amoenus, o que é , ao mesmo tempo, espaço pitoresco americano e lugar idealizado nas literaturas de inspiração clássica.
II - Trata-se de uma situação plátonica, onde a perfeição da realidade é vista através de seu reflexo imperfeito.
III - O encontro dos amantes anuncia a guerra entre Caramuru, o invasor, e o bravo guerreiro , Jararaca, futuro esposo de Paraguaçu.
Na antologia que organizou, Italo Moriconi apresenta um painel sobre o conto brasileiro, utilizando critérios de delimitação temporal por décadas. Nesse sentido, sobre a contística brasileira, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Ana Cristina César e Adelia Prado são poetisas que, nos anos 70, romperam barreiras e optaram também pela escrita de narrativas curtas.
II. Os contos publicados nos anos 60 apresentam uma exacerbação do viés erótico e da temática do corpo.
III. Os anos 90 mostram um esgotamento da contística, que se volta para uma revisitação das formas do passado.
IV. A década de 70 foi a década do conto, com intensa produção de autores que apresentavam domínio da técnica narrativa e agilidade na escrita.