Questões Militares
Sobre sintaxe em português
Foram encontradas 3.055 questões
Q3163017
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Produção global de vinho em 2024 pode atingir menor
volume desde 1961
Organização culpou as mudanças climáticas pela brusca queda
Uma estimativa publicada nessa segunda-feira (2) pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) informou
que a produção global da bebida poderá cair neste ano ao nível
mais baixo desde 1961.
De acordo com o relatório da entidade, a brusca queda foi
impulsionada pelas condições climáticas adversas, principalmente
a seca extrema que atingiu diversas regiões do planeta.
"Os desafios climáticos nos dois hemisférios são, mais uma vez,
as principais causas dessa redução no volume de produção
mundial", disse a OIV.
Em relação ao ano de 2023, que foi considerado fraco pelos
profissionais da área, a produção em 2024 deverá cair mais de
2%. Além disso, a quantidade representa uma redução de 13%
em comparação com a média da última década.
Segundo as projeções da OIV, com base nas colheitas de 29
nações que representam 85% da produção anual de vinho, os
números deste ano estão estimados entre 227 e 235 milhões de
hectolitros, o menor volume colhido desde 1961 (220 milhões).
Fonte: https://www.jb.com.br/economia/2024/12/1053215-producao-global-de-vinho-em-2024-pode-atingir-menor-volume-desde-1961.html. Acesso em: 08 dez. 2024.
Texto adaptado
“Uma estimativa publicada nessa segunda-feira (2) pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) informou
que a produção global da bebida poderá cair neste ano ao nível
mais baixo desde 1961” (1º parágrafo). Em termos sintáticos, o
trecho destacado é classificado como:
Q3162980
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Maior iceberg do mundo começa a se mover após décadas encalhado: o que acontece agora?
Gigante de gelo é maior que duas cidades de São Paulo
O maior e mais antigo iceberg do mundo, o A23a, passou a se
mover depois de décadas encalhado e girando em torno de si.
Nos últimos dias, a gigante massa de gelo, de 400 metros de
espessura, que pesa quase um trilhão de toneladas e possui uma
área de cerca de 3,9 mil quilômetros quadrados (maior que duas
cidades de São Paulo), se libertou de sua posição ao norte das
Ilhas Órcades do Sul e agora está à deriva no Oceano Antártico.
A trajetória deste gigante de gelo começou em 1986, quando
o iceberg se desprendeu da plataforma de gelo Filchner, na
Antártida, "onde permaneceu encalhado no fundo do mar no Mar
de Weddell" por mais de 30 anos, explica o site do Instituto de
Pesquisa Britânico da Antártida, em texto publicado na última
sexta-feira, 13.
Em 2020, o A23a começou a se deslocar para o norte do oceano.
Desde então, a cruzada do maior iceberg da história passou por
eventos "científicos intrigantes", como define o Instituto Britânico.
Uma delas foi o fato de o A23a ter ficado, a partir de novembro do
ano passado, preso em um fenômeno oceanográfico chamado de
Coluna de Taylor, que consiste em um movimento de rotação da
água que faz os objetos ficarem presos no mesmo lugar e girando
em torno de si.
O iceberg conseguiu escapar desta coluna nos últimos meses,
e agora segue rumando ao norte pela Corrente Circumpolar
Antártica. Uma das previsões dos cientistas é que o gigante de
gelo chegue à ilha subantártica da Geórgia do Sul. Como a região
é um local de água mais quente, espera-se que ele se quebre em
icebergs menores e, eventualmente, derreta.
"É emocionante ver o A23a em movimento novamente após
períodos de paralisação. Estamos interessados em ver se ele
seguirá a mesma rota que os outros grandes icebergs que se
desprenderam da Antártida seguiram. E, mais importante, qual
será o impacto disso no ecossistema local", disse o oceanógrafo
Andrew Meijers, do British Antarctic Survey.
Laura Taylor, biogeoquímica do cruzeiro Biopole - que fez uma
expedição científica para estudar o A23a - destaca que o grande
iceberg pode fornecer nutrientes para as águas por onde passa,
criando ecossistemas prósperos em áreas que, sem isso, seriam
menos produtivas.
"O que não sabemos é que diferença icebergs específicos, sua
escala e suas origens, podem fazer para esse processo", diz a
pesquisadora.
"Coletamos amostras de águas superficiais do oceano atrás,
imediatamente adjacentes e à frente da rota do iceberg. Elas
devem nos ajudar a determinar que tipo de vida poderia se formar
ao redor do A23a e como isso impacta o carbono no oceano e seu
equilíbrio com a atmosfera", acrescenta.
Fonte: https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2024/12/6972859-maior-iceberg-domundo-comeca-a-se-mexer-apos-de-cadas-encalhado-o-que-acontece-agora.html.
Acesso em: 20 dez. 2024. Texto adaptado.
“Elas devem nos ajudar a determinar que tipo de vida poderia
se formar ao redor do A23a e como isso impacta o carbono no
oceano e seu equilíbrio com a atmosfera” (9º parágrafo). O trecho
em destaque é classificado sintaticamente como:
Q3162976
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir:
Maior iceberg do mundo começa a se mover após décadas encalhado: o que acontece agora?
Gigante de gelo é maior que duas cidades de São Paulo
O maior e mais antigo iceberg do mundo, o A23a, passou a se
mover depois de décadas encalhado e girando em torno de si.
Nos últimos dias, a gigante massa de gelo, de 400 metros de
espessura, que pesa quase um trilhão de toneladas e possui uma
área de cerca de 3,9 mil quilômetros quadrados (maior que duas
cidades de São Paulo), se libertou de sua posição ao norte das
Ilhas Órcades do Sul e agora está à deriva no Oceano Antártico.
A trajetória deste gigante de gelo começou em 1986, quando
o iceberg se desprendeu da plataforma de gelo Filchner, na
Antártida, "onde permaneceu encalhado no fundo do mar no Mar
de Weddell" por mais de 30 anos, explica o site do Instituto de
Pesquisa Britânico da Antártida, em texto publicado na última
sexta-feira, 13.
Em 2020, o A23a começou a se deslocar para o norte do oceano.
Desde então, a cruzada do maior iceberg da história passou por
eventos "científicos intrigantes", como define o Instituto Britânico.
Uma delas foi o fato de o A23a ter ficado, a partir de novembro do
ano passado, preso em um fenômeno oceanográfico chamado de
Coluna de Taylor, que consiste em um movimento de rotação da
água que faz os objetos ficarem presos no mesmo lugar e girando
em torno de si.
O iceberg conseguiu escapar desta coluna nos últimos meses,
e agora segue rumando ao norte pela Corrente Circumpolar
Antártica. Uma das previsões dos cientistas é que o gigante de
gelo chegue à ilha subantártica da Geórgia do Sul. Como a região
é um local de água mais quente, espera-se que ele se quebre em
icebergs menores e, eventualmente, derreta.
"É emocionante ver o A23a em movimento novamente após
períodos de paralisação. Estamos interessados em ver se ele
seguirá a mesma rota que os outros grandes icebergs que se
desprenderam da Antártida seguiram. E, mais importante, qual
será o impacto disso no ecossistema local", disse o oceanógrafo
Andrew Meijers, do British Antarctic Survey.
Laura Taylor, biogeoquímica do cruzeiro Biopole - que fez uma
expedição científica para estudar o A23a - destaca que o grande
iceberg pode fornecer nutrientes para as águas por onde passa,
criando ecossistemas prósperos em áreas que, sem isso, seriam
menos produtivas.
"O que não sabemos é que diferença icebergs específicos, sua
escala e suas origens, podem fazer para esse processo", diz a
pesquisadora.
"Coletamos amostras de águas superficiais do oceano atrás,
imediatamente adjacentes e à frente da rota do iceberg. Elas
devem nos ajudar a determinar que tipo de vida poderia se formar
ao redor do A23a e como isso impacta o carbono no oceano e seu
equilíbrio com a atmosfera", acrescenta.
Fonte: https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2024/12/6972859-maior-iceberg-domundo-comeca-a-se-mexer-apos-de-cadas-encalhado-o-que-acontece-agora.html.
Acesso em: 20 dez. 2024. Texto adaptado.
Em “Nos últimos dias, a gigante massa de gelo, de 400
metros de espessura, que pesa quase um trilhão de toneladas”
(1º parágrafo), o verbo em destaque é classificado como:
Q3074709
Português
Texto associado
Contra o monopólio da IA, uma parceria global para
aquisição de chips
Em 1999 um grupo de 34 pesquisadores internacionais
se reuniu na Itália, na vila de Bellagio, para discutir o
acesso à vacinação. Vacinas eram caras e inacessíveis.
O grupo teve então uma ideia revolucionária: criar um
consórcio de vários países para agregar poder de
compra ("procurement") e com isso conseguir preços
mais baixos, grandes quantidades e velocidade de
entrega. Surgia então o Gavi (Aliança Global para
Vacinas e Imunização), que logo teve adesão da ONU e
de doadores privados. Hoje, 50% das crianças do
planeta são vacinadas por causa da iniciativa. Na Covid,
essa aliança teve também um papel crucial.
Corte para 2024. Um grupo de pesquisadores
internacionais se reuniu em Bellagio na semana passada
para discutir outro problema: tecnodiversidade.
Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da
inteligência artificial seja plural e não excludente.
Estamos atravessando um intenso processo de
concentração. Por causa da IA, a demanda por
computação explodiu. Uma IA atual usa 10 bilhões de
vezes mais computação do que em 2010. A cada 6
meses esse uso computacional dobra.
O problema é que o poder computacional usado para a
inteligência artificial é hoje controlado por um pequeno
grupo de países e empresas. Em outras palavras, toda a
"inteligência" do planeta pode ficar nas mãos de um
clube exclusivo. Isso pode ser a receita para um desastre
epistêmico, colocando em risco linguagens, cosmologias
e modos de existir presentes e futuros. Tanta
concentração limita a existência de modelos de IA
diversos, construídos localmente.
Em outras palavras, a infraestrutura necessária para a
inteligência artificial precisa estar melhor distribuída.
Quanto mais países, setores da sociedade e
comunidades tiverem a possibilidade de participar do
desenvolvimento da IA, inclusive sem fins lucrativos,
melhor. Um exemplo: há 10 anos, 60% da pesquisa
sobre inteligência artificial era feita pelo setor acadêmico.
Hoje esse percentual é próximo de 0%.
Esse curso precisa mudar. A solução proposta no
encontro em Bellagio foi a criação de uma aliança similar
ao GAVI, só que para a aquisição dos GPUs (chips)
usados para treinar inteligência artificial. Os três pilares
para treinar IA são: dados, capital humano e chips. O
maior gargalo, de longe, está no acesso aos chips. Para
resolver isso, os países podem se reunir para agregar
seu poder de compra, integrando-se novamente a
organizações internacionais e doadores interessados na
causa. Tal como nas vacinas, seria possível derrubar os
preços dos chips, assegurar sua quantidade e
velocidade de entrega.
Isso permitiria a criação de polos nacionais, regionais e
multinacionais para o treinamento de IA, capazes de
cultivar diversidades. Por exemplo, uma IA da língua
portuguesa, da América Latina e além. Permitiria a
construção de infraestruturas acessíveis para a
comunidade acadêmica e para outros atores no
desenvolvimento da tecnologia. Essa proposta,
vocalizada por Nathaniel Heller e refinada pelo grupo de
Bellagio, pode ter um impacto profundo no futuro do
desenvolvimento tecnológico.
O Brasil pode ser crucial na formulação dessa aliança.
Seja atuando dentro do G20, seja incluindo o tema como
parte do excelente Plano Brasileiro de Inteligência
Artificial, publicado na semana passada, que prevê 23
bilhões de investimentos em 4 anos. Pode ser a chance
de o país se tornar mais uma vez protagonista na
articulação do futuro do desenvolvimento tecnológico.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da
inteligência artificial seja plural e não excludente.
Assinale a alternativa correta em relação ao período acima.
Assinale a alternativa correta em relação ao período acima.
Q3074707
Português
Texto associado
Contra o monopólio da IA, uma parceria global para
aquisição de chips
Em 1999 um grupo de 34 pesquisadores internacionais
se reuniu na Itália, na vila de Bellagio, para discutir o
acesso à vacinação. Vacinas eram caras e inacessíveis.
O grupo teve então uma ideia revolucionária: criar um
consórcio de vários países para agregar poder de
compra ("procurement") e com isso conseguir preços
mais baixos, grandes quantidades e velocidade de
entrega. Surgia então o Gavi (Aliança Global para
Vacinas e Imunização), que logo teve adesão da ONU e
de doadores privados. Hoje, 50% das crianças do
planeta são vacinadas por causa da iniciativa. Na Covid,
essa aliança teve também um papel crucial.
Corte para 2024. Um grupo de pesquisadores
internacionais se reuniu em Bellagio na semana passada
para discutir outro problema: tecnodiversidade.
Assegurar que o desenvolvimento da tecnologia e da
inteligência artificial seja plural e não excludente.
Estamos atravessando um intenso processo de
concentração. Por causa da IA, a demanda por
computação explodiu. Uma IA atual usa 10 bilhões de
vezes mais computação do que em 2010. A cada 6
meses esse uso computacional dobra.
O problema é que o poder computacional usado para a
inteligência artificial é hoje controlado por um pequeno
grupo de países e empresas. Em outras palavras, toda a
"inteligência" do planeta pode ficar nas mãos de um
clube exclusivo. Isso pode ser a receita para um desastre
epistêmico, colocando em risco linguagens, cosmologias
e modos de existir presentes e futuros. Tanta
concentração limita a existência de modelos de IA
diversos, construídos localmente.
Em outras palavras, a infraestrutura necessária para a
inteligência artificial precisa estar melhor distribuída.
Quanto mais países, setores da sociedade e
comunidades tiverem a possibilidade de participar do
desenvolvimento da IA, inclusive sem fins lucrativos,
melhor. Um exemplo: há 10 anos, 60% da pesquisa
sobre inteligência artificial era feita pelo setor acadêmico.
Hoje esse percentual é próximo de 0%.
Esse curso precisa mudar. A solução proposta no
encontro em Bellagio foi a criação de uma aliança similar
ao GAVI, só que para a aquisição dos GPUs (chips)
usados para treinar inteligência artificial. Os três pilares
para treinar IA são: dados, capital humano e chips. O
maior gargalo, de longe, está no acesso aos chips. Para
resolver isso, os países podem se reunir para agregar
seu poder de compra, integrando-se novamente a
organizações internacionais e doadores interessados na
causa. Tal como nas vacinas, seria possível derrubar os
preços dos chips, assegurar sua quantidade e
velocidade de entrega.
Isso permitiria a criação de polos nacionais, regionais e
multinacionais para o treinamento de IA, capazes de
cultivar diversidades. Por exemplo, uma IA da língua
portuguesa, da América Latina e além. Permitiria a
construção de infraestruturas acessíveis para a
comunidade acadêmica e para outros atores no
desenvolvimento da tecnologia. Essa proposta,
vocalizada por Nathaniel Heller e refinada pelo grupo de
Bellagio, pode ter um impacto profundo no futuro do
desenvolvimento tecnológico.
O Brasil pode ser crucial na formulação dessa aliança.
Seja atuando dentro do G20, seja incluindo o tema como
parte do excelente Plano Brasileiro de Inteligência
Artificial, publicado na semana passada, que prevê 23
bilhões de investimentos em 4 anos. Pode ser a chance
de o país se tornar mais uma vez protagonista na
articulação do futuro do desenvolvimento tecnológico.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/
O Brasil pode ser crucial na formulação (1) dessa
aliança (2).
Os termos (1) e (2) desempenham função sintática, respectivamente,
Os termos (1) e (2) desempenham função sintática, respectivamente,
Q3055944
Português
Assinale o item em que há oração subordinada adverbial condicional reduzida de particípio:
Q3055943
Português
Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica na terceira pessoa do singular. Esta afirmação
pode ser comprovada em:
Q3055942
Português
Marque a frase cuja concordância nominal está INCORRETA:
Q3055940
Português
Em relação ao conceito de períodos, frases e orações, analise as assertivas abaixo:
I. A frase não necessita de um verbo para fazer sentido. II. A oração não necessita de um verbo para fazer sentido. III. O período é toda frase constituída por uma ou mais orações. IV. Toda frase é uma oração, mas nem toda oração é uma frase.
Está CORRETO o que se afirma em:
I. A frase não necessita de um verbo para fazer sentido. II. A oração não necessita de um verbo para fazer sentido. III. O período é toda frase constituída por uma ou mais orações. IV. Toda frase é uma oração, mas nem toda oração é uma frase.
Está CORRETO o que se afirma em:
Q3055932
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
O termo em destaque “E que, enfim, queria entrar para a polícia.” (linha 29) justifica-se para
indicar uma ideia de:
Q3055931
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Antes de esvaziar a caneca de café já tinha feito todo seu plano. Restava a parte principal:
executá-lo.” Sobre este trecho, todas as alternativas são verdadeiras, EXCETO:
Q3055930
Português
Texto associado
TEXTO I
Rafael Mateus Machado
- Ô, de casa!
Lá de dentro, um homem de cabelos cinzas e botas bem engraxadas apareceu na janela, acenou com as
mãos mandando que ele entrasse. Dentro do destacamento, o amistoso policial disse ao rapaz para que
tomasse assento. Pedro se sentou em um tamborete junto a uma espécie de balcão e ficou a observar por
uma porta aberta o homem terminar de passar um café em um coador de pano. Derramou um pouco,
atrapalhou-se com a garrafa, quase se queimou com o vapor e, por fim, o cheiro da bebida se espalhou pelos
cômodos. Depois, já com dois copos nas mãos, voltou-se para o rapaz, entregou-lhe um e perguntou:
- E então? Em que posso te ajudar?
Pedro estranhou o tratamento daquele homem, com aquelas três divisas no braço. Como podia um policial
ter aquela cara de homem feliz saindo do cabaré?! Pedro ignorava o fato de que, junto com o prefeito, o
sargento mandava na cidade. Tinha um salário digno e conhecia todo o povo daquelas paragens. Pedro não
sabia que normalmente quem procurava a polícia por aquelas bandas era um conhecido para dar um bom
dia, trocar um dedo de prosa, beber um café ou deixar uma dúzia de ovos de presente. E era esse mar calmo
que fazia do sargento um calmo capitão. Raramente tirava seu revólver do cinturão e, quando acionado,
quando alguém brigava no bar, batia na mulher ou brigava com o vizinho por causa de divisa de terras,
normalmente ele decidia as demandas com uma boa conversa.
Bastava o sargento chegar que os arrelientos amenizavam os ânimos para a contenda. Assim, como ninguém
era bruto com o sargento, o sargento não era, a priori, bruto com ninguém. Pedro desconhecia o fato de que
era bom ser da polícia. Como todo o mundo, havia construído um entendimento de que a Força Pública era
formada por homens rudes, avessos aos bons modos e pouco afeitos aos sorrisos e às conversas. Como as
demais pessoas, Pedro rotulava os homens da lei com base nos momentos em que eles estavam a lidar com
homens rudes, desaparelhados de bons modos e por vezes violentos. O olhar incompleto e míope de toda a
gente fazia com que pensassem que os policiais seriam uma coisa que não eram.
O sargento não era um sujeito religioso, mas entendia o caráter divino da autoridade. Sabia que deveria fazer
o seu melhor com a sua farda. Entendeu isso ouvindo umas palavras do padre Juca na saída de uma missa
de domingo: "Tudo que lhe é dado lhe será cobrado!".
E foi assim que Pedro conheceu o sargento Robson Aloísio: bebendo um café e sentado em um tamborete.
Reconhecendo no policial um amigo, foi que Pedro contou algumas passagens de sua vida e disse a ele que
estava cansado de correr riscos. Que não tinha vocação para desordeiro. E que, enfim, queria entrar para a
polícia. O sargento riu. Era a primeira vez que ouvia alguém dizer que queria ser policial para não correr
riscos.
(...)
Escutou do novo amigo as instruções para ser aceito na Polícia Militar. Tinha de voltar para o banco da sala
de aula. Mas que não se preocupasse demais, pois a escola especial para adultos é mais ligeira do que a
para as crianças. E ali mesmo naquela cidadezinha, havia uma escola assim. Ia ter que pegar diariamente a
lotação da roça para a cidade. Era demorado e caro o transporte, mas temporário. Precisaria de algum
dinheiro para se manter, já que havia acabado de abandonar o caminhão, o carvão e a estrada. Pensou nas possibilidades, traçou sua estratégia e concluiu que era possível. Antes de esvaziar a caneca de café já tinha
feito todo seu plano. Restava a parte principal: executá-lo.
Machado, Rafael Mateus. O homem que enganava a morte. Maringá: Viseu, 2018. Páginas 183 e 184.
(Adaptado).
Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO apresenta a mesma função sintática
de “mas entendia o caráter divino da autoridade”. (linha 24).
Q3029764
Português
Assinale a frase em que não ocorre a presença de uma oração
consecutiva.
Q3029760
Português
Assinale a frase abaixo em que a preposição de é exigida por um
termo anterior.
Q3029754
Português
Um líder político antigo declarou:
Estamos condenados a viver em paz.
Se substituirmos o infinitivo “viver” por uma forma verbal desenvolvida, a forma correta seria
Estamos condenados a viver em paz.
Se substituirmos o infinitivo “viver” por uma forma verbal desenvolvida, a forma correta seria
Q3029750
Português
Um jornalista declarou há alguns anos:
Mandar que ministros denunciados apurem denúncias em seus ministérios ou autarquias é / como indicar o coelho para descobrir quem comeu a couve da horta.
Entre os dois segmentos indicados há uma relação de
Mandar que ministros denunciados apurem denúncias em seus ministérios ou autarquias é / como indicar o coelho para descobrir quem comeu a couve da horta.
Entre os dois segmentos indicados há uma relação de
Q2567494
Português
Texto associado
Quando estava entrando na adolescência, no início dos anos 90, era um hábito passar vários finais de semana na casa do meu avô, uma pessoa extremamente sistemática.
Tinha dias que eu ficava com ele enquanto ele “catava milho”, como minha avó chamava seu hábito de ficar datilografando. Eu gostava muito de fazer companhia para ele. Lembro-me, como se fosse hoje, das histórias que me contava. Eram histórias verídicas, fatos que ele havia vivido e que ele me contava e recontava diversas vezes, como se fossem inéditas a cada vez. E eu sempre as ouvia com muita atenção e admiração, afinal, ele foi meu único referencial de pai.
Foi o meu avô quem me ensinou a ser íntegro, respeitar os mais velhos e batalhar para ser alguém na vida. Ele sempre usava como exemplo de fracasso pessoas muito próximas, geralmente membros da nossa família, que ele tentou aconselhar, ajudar e dar um direcionamento, mas que foram teimosos e estavam colhendo os frutos ruins de sua teimosia, de não o terem ouvido.
Agora adulto, vejo que muitas coisas no meu caráter herdei dele: sou sistemático, gosto de estudar, ler e escrever. E algo de que sempre gostei e aprendi, nas tardes e noites ao lado dele, foi a conversar com os mais velhos e a saber ouvi-los.
Os mais velhos têm muito a contribuir com nossas vidas,
independentemente da classe social e origem. Deles podemos
extrair momentos preciosos de sabedoria e vivência, porém,
para isso, é importante tentar compreendê-los e imaginar como
as coisas seriam na época deles, ou na perspectiva deles.
Eu trabalho há quase 10 anos na Previdência Social.
Lá atendo, predominantemente, idosos. Pessoas que, na
maioria das vezes, além de serem atendidas, querem ser
ouvidas. O tempo que passei com o meu avô me auxilia no
meu trabalho hoje.
Atendi um senhor de cerca de 70 anos que me inspirou
a escrever este texto. Tive necessidade de escrever isso
porque, por incrível e estranho que pareça, senti nele o
cheiro do meu avô.
(Ruy Carneiro Giraldes Neto. O cheiro do meu avô.
www.folhadelondrina.com.br, 04.03.2014. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase está em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal e nominal.